Crítica: O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 2011, de Matthijs van Heijningen Jr.)


O filme foi feito para entreter o público, e no fim consegue
( ainda que irrite em alguns momentos ) mas sem a tensão do filme de Carpenter,
uma pena. No de Carpenter, filme de mesmo título lançado em 1982, as
cenas lembram obras westerns, os personagens sempre desconfiados entre si,
como também ângulos de câmeras, as armas. Mas nesse daqui o filme se resume a palavras como,
corre, cuidado, queima logo, me ajudem ou socorro, e assim, esquecem de inserir
o suspense, ou a desconfiança que é o ponto chave do roteiro do filme de 1982
que o fez ser hoje um clássico.



No de John Carpenter, os personagens estão sempre se desentendendo, com medo, até desobedecem ao líder ( interpretado pelo Kurt Russel ), mas aqui, acontece coisas de deixar o espectador com ódio. Numa cena o chefe do grupo, o cara americano que comanda a equipe, diz para todos se separarem em duplas para procurar a criatura, e o que acontece? Ninguém está assustado, todos obedecem feitos robôs, e vão atrás de uma criatura, que na minha opinião, acho que eles pensavam estarem procurando um gatinho ou um peixe fora do aquário, e quando uma dupla lá encontra, um deles toma atitudes desprezíveis e ainda fica de costas para o monstro. 
No clássico de 82, em uma cena onde todos fazem uma reunião, a cena do exame de sangue, está cena foi bem executada do inicio ao fim deixando o espectador muito tenso, nessa nova versão tem uma cena parecida que até que começa bem, com fundamento, na cena dos dentes obturados, mas tudo parece deixar de valer, quando um barulho acontece la longe e todos vão atrás e acabam se misturando e depois deixa para lá, voltam a se misturarem os suspeitos. Tudo bem, que foi a tensão do momento, mas mesmo assim, a protagonista (a bela atriz Mary Elizabeth Winstead), pelo menos avisava para ficarem longe dela, e nem isso ela faz. 


Questões de direção mesmo, são muito fracas, como a cena que o monstro congelado foge e o personagem lá vai chamar a equipe, ai quando todos chegam na sala, eles ficam parados observando o gelo. Admirando? Aliás, é o que parece. Porque não ficam com medo? Por que não se preocupam em estarem com as armas nas mãos para se protegerem do monstro que pode estar ali perto? Mas não, eles tem tempo para conversarem bastante tranquilos.  


E para piorar, utilizaram muito CGI. Assisti ao making off no DVD e percebi que tem muita coisa com os bonecos ainda, mas o CGI, claro, ficou mais utilizável, e deixa a película cada vez mais inferior. 
Não sou contra Remake ou Reboots ou prequel ou seja lá o que forem inventar, mas façam com cuidado. John Carpenter deve odiar muito esse filme. O de 82, é um filme de suspense, de desconfiança de equipe, já esse, está quase para um filme trash de aliens.  No fim, o filme deixa um ar de charme, ganha pontos altos se for comparado aos filmes mornos do gênero que vem sendo lançados nos últimos anos, mas quando lembramos da fonte que ele se inspirou (copiou), ele acaba tornando-se fraco.


NOTA: 7,5

Dirigido por : Matthijs van Heijningen Jr.


Elenco: Carsten Bjornlund, Eric Christian , Joel Edgerton, Maria de Nancuva,Mary Elizabeth Winstead.



Sinopse: A paleontóloga Kate Lloyd (Mary Elizabeth Winstead) se junta a um time de cientistas na Antártica que descobriu uma nave alienígena enterrada no gelo, e um organismo que parece ter morrido na queda. Quando um experimento desperta o alienígena, uma criatura capaz de se tornar uma réplica de qualquer outro ser vivo, Kate precisa unir forças com o chefe da equipe, Carter (Joel Edgerton), para impedir que o monstro os mate. A paranóia se espalha como uma epidemia à medida que são infectados, um a um, e uma assustadora corrida pela vida se inicia.



                                                   


                                                     Trailer :









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