Crítica: Kingsman: Serviço Secreto (2015, de Matthew Vaughn)

Em um ano repleto de filmes de espionagem, muitos elogiando os mesmos, Kingsman – Serviço Secreto foi uma grata surpresa. Baseado em uma HQ de mesmo nome, a história tem o mesmo estilo e mesma direção de Kick-Ass: Quebrando Tudo, de 2010. O eficiente diretor Matthew Vaughn traz um filme irreverente, um tanto violento, divertido e cheio de referências. Seguindo o padrão fantasioso e escrachado da HQ, o longa satiriza alguns elementos típicos dos filmes estilo 007 e seus agentes secretos britânicos, ao mesmo tempo em que homenageia os mesmos, sendo um grande filme de ação na terra da rainha.

Se em Kick-Ass a brincadeira toda é com os super heróis, aqui é com os espiões. O excelente ator Colin Firth, que sempre fez papéis românticos e dramáticos, pela primeira vez encara uma ação desenfreada. E dá conta do recado, tendo uma desenvoltura eletrizante, junto com o típico charme e elegância britânica. O protagonista é o novato Taron Egerton, que atua muito bem e possivelmente o veremos muito daqui pra frente. O jovem não apenas segura as pontas no seu primeiro filme importante, como tem um personagem forte, no qual nos identificamos. Aqui o jovem deve aprender e ser treinado por Colin Firth para ser um agente. No filme temos a participação extra-especial de Mark Hamill, o eterno Luke Skywalker de Star Wars. A jovem atriz Sophie Cookson aparece pouco, mas dá conta como a protagonista feminina. E ainda no assunto elenco, a “cereja do bolo” são os vilões. Samuel L. Jackson tem um dos melhores papéis de sua vida, um vilão megalomaníaco estilo os do 007, porém um tanto “frágil”, que não aguenta ver sangue e é hilário. Sua capanga é interpretada pela modelo Sofia Boutella, uma garota violenta, que usa suas próteses metálicas não apenas como pernas, mas também como armas.

Kingsman é um dos filmes mais surtados do ano. A ação é eletrizante, com cenas rápidas, bem dirigidas e construídas, além de bastante sangue e mortes gráficas. No meio disso tudo há muito humor negro, piadas com a cultura pop e os clichês típicos da sociedade inglesa e da cultura dos agentes secretos. Há algumas cenas de liberdade poética, como as “coloridas” explosões de cabeças, dando um tom tanto cartunesco quanto original, suavizando um pouco a violência do filme.

Kingsman: Serviço Secreto faz jus aqueles filmes mais malucos das atuais superproduções de Hollywood, fazendo ao mesmo tempo uma bela homenagem ao cinema voltado para o povo britânico. Há referências em vários momentos, o elenco entrosado cativa, as reviravoltas e algumas cenas são chocantes, sendo uma produção com um estilo mais adulto, descontraído e para poucos. Uma boa pedida para amantes de filmes com muito humor negro. Matthew Vaughn vem mostrando ser um ótimo diretor, com um estilo visual e narrativo próprio, vide o já citado Kick-Ass, além de Stardust e X-Men Primeira Classe. Com aprovação alta de 75 a 80% de aprovação e sucesso de bilheteria, Kingsman receberá uma continuação, que já é aguardada por mim. Até ela chegar, vale conferir novamente esta insana aventura, que é um dos melhores blockbusters do ano.


Direção:
Matthew Vaughn

Elenco: Taron Egerton, Sophie Cookson, Mark Hamill, Samuel L. Jackson, Colin Firth, Mark Strong, Michael Caine, Jack Davenport, Sofia Boutella, Corey Johnson, Jorge Leon Martinez.

Sinopse: Eggsy (Taron Egerton) é um jovem com problemas de disciplina que parece perto de se tornar um criminoso. Determinado dia, ele entra em contato com Harry (Colin Firth), que lhe apresenta à agência de espionagem Kingsman. O jovem se une a um time de recrutas em busca de uma vaga na agência. Ao mesmo tempo, Harry tenta impedir a ascensão do vilão Valentine (Samuel L. Jackson). Adaptação da série de quadrinhos criada por Mark Millar e Dave Gibbons.

Trailer:

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