Crítica: A Espiã Que Sabia de Menos (2015, de Paul Feig)

O diretor Paul Feig e a atriz Melissa McCarthy chamaram a atenção na comédia quando ‘Missão Madrinha de Casamento’ se tornou um grande sucesso. Após isso, As Bem Armadas novamente trouxe um humor realmente engraçado, agora com Melissa acompanhada de Sandra Bullock. Eis que em 2015 o diretor e a atriz retomam mais uma parceria, neste que é uma sátira cheia de referências aos filmes de espionagem. Um grande sucesso deste ano, com inacreditáveis 95% de aprovação da crítica de cinema, A Espiã Que Sabia de Menos é a melhor comédia do ano, em um ano fraco neste gênero, mas muito forte no quesito filmes de espiões. E o longa não deixa de ser um bom representante dos agentes secretos, mesmo que apostando em piadas escrachadas.

O humor é bastante politicamente incorreto, recheado de humor negro, mortes violentas, chegando a ter algumas cenas bem grotescas. Mas por incrível que pareça o roteiro flui bem, fazendo com que uma comédia de duas horas de duração (algo raro) seja realmente engraçada, além de ter momentos de ação bem eletrizantes e estilosos. Inclusive, a ação tem câmera lenta e momentos heroicos, que apesar de forçados, são justamente estas cenas “impossíveis” que tornam o filme fantasiosamente engraçado e irônico.


Isso tudo sem deixar de ter um visual apurado, com os típicos disfarces, trajes de festa de gala, armas, planos megalomaníacos, charme e arte da sedução. Claro que tudo “debruçado” em um humor ultrajante. Melissa McCarthy prova que é realmente engraçada e o motivo de ser uma das atrizes preferidas da comédia atual. O charme de Jude Law transpira um 007, porém com intenções mais ambíguas. A bela Rose Byrne tem uma boa interpretação de uma vilã vazia e superficial, mas que consegue ter carisma. E a grande revelação do filme é Jason Statham ter o melhor papel de sua vida até então. O grandão que só faz o mesmo tipo de papel de herói durão e que quebra tudo, como em Carga Explosiva, aqui é um coadjuvante que tenta ser herói, mas que de tão burro, é simplesmente hilário. Realmente, é o personagem mais burro e que fala as coisas mais sem lógica que vi em muito tempo em uma comédia pastelona.

Por ter seus clichês e suas limitações por ser uma comédia, A Espiã Que Sabia de Menos não traz algo novo, reflexivo ou de arte, algo que valha uma premiação. É o mais puro entretenimento banal. Mas neste quesito o filme não poupa, sendo uma comédia adulta acima da média, com cenas ágeis e na medida do possível com um roteiro razoável. Que venham mais filmes de Paul Feig e com Melissa. E que venham mais filmes da temática, sejam ação e comédia. 2015 foi um grande ano para os agentes secretos nas telonas, e mesmo sendo uma gigantesca piada, A Espiã Que Sabia de Menos é uma piada realmente engraçada. Merece ser visto, com muita pipoca.



Direção:
Paul Feig

Elenco: Melissa McCarthy, Rose Byrne, Jude Law, Jason Statham, Morena Baccarin, Allison Janney, Bobby Cannavale.

Sinopse: Susan Cooper (Melissa McCarthy) é uma despretensiosa analista de base da CIA, e a heroína não reconhecida por trás das missões mais perigosas da Agência. Mas quando seu parceiro (Jude Law) sai da jogada, e outro agente (Jason Statham) fica comprometido, Susan se voluntaria para se infiltrar no mundo de um traficante de armas mortais e evitar um desastre global.

Trailer:

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