CRÍTICA: Chamada de Emergência (The Call – 2013)

Um diretor pouco conhecido por mim (um de seus filmes é o
conhecido “O Operário” que ainda não tive a oportunidade de conferir) comanda
esse suspense que me levou a sensações distintas. Eu gostaria muito de saber o
que se passou em sua cabeça na hora de encerrar esse filme, sendo que em muitos
casos o desfecho é o ponto mais importante e se deve ter precisão em cada
detalhe. Mas, vamos do começo.

Halle Berry (sempre linda e jovial) protagoniza essa
narrativa como a atendente emergencial Jordan, que trabalha no serviço de
atendimento da polícia americana, o tão famoso “911”.

Aqui mesmo já quero
expressar o quanto me identifiquei com tudo aquilo que vi nos primeiros 30
minutos de filme. Por coincidência, talvez, esse jovem cinéfilo que vos escreve
já trabalhou no serviço emergencial telefônico, os nossos ‘queridos’ números
“190” e “193”. Prestei tal serviço durante nove meses e garanto que não consigo
esquecer certos casos que atendi. Na verdade, alguns nunca vou esquecer. Enfim,
vendo todas aquelas cenas de atendimento, preocupação, euforia e nervosismo, me
conectei de maneira absurda e estava radiante com o andamento do filme:
frenético e realista. Também nessas primeiras partes podemos ver um ótimo
desempenho de Berry fazendo caras, bocas e gestos que se costumam fazer em
ocasiões parecidas.


Ainda no início do filme, tudo parecia normal, num dia
comum de trabalho até que Jordan recebe uma ligação de uma jovem solicitando
socorro, pois alguém estava invadindo sua casa. Recebendo as devidas
orientações, a jovem consegue se esconder e o indivíduo (assim nos referíamos
aos ‘caras maus’) parecia ter ido embora, porém, o telefone desliga e numa
atitude impensada, Jordan retorna a ligação e o barulho faz com que o invasor
encontre a jovem escondida resultando em sua morte.
Percebendo que seu erro ocasionou o fim trágico da
ocorrência, o sentimento de culpa faz com que Jordan se afaste das ligações por
um tempo, mas não muito. Numa infeliz coincidência, uma atendente pede sua
ajuda em uma ocorrência de sequestro e Jordan assume o serviço. Essa ligação
nos leva ao outro lado da linha, onde a jovem Casey (interpretada pela
talentosa Abigail Breslin) acorda no porta-malas de um carro depois de ser
levada de um shopping. A partir daqui se inicia a luta de Jordan para tentar,
de todas as maneiras possíveis, salvar a vida de Casey cuja vida depende apenas
dessa ligação.

Infelizmente o filme vai perdendo força e algumas cenas
acabam se perdendo no ótimo contexto de ação em que se encontrava. Além disso, podemos
ver cenas que, na minha opinião, são de um extremo mau gosto: pessoas sendo
assassinadas à luz do dia e em locais públicos sem que NINGUÉM veja. Essas
cenas infelizes só perdem para as do tipo “milhões de tiros que nunca atingem o
mocinho”. Enfim, particularmente detesto isso e vejo constantemente (podemos
perceber no filme ‘Maníaco’ também).




Finalmente chegamos onde eu queria. Lembram-se do que eu
disse no primeiro parágrafo? Pois bem, sendo claro e objetivo, o filme tem um
começo excelente, um desenvolvimento razoável e um final dispensável. Até mesmo
eu consigo imaginar um final melhor para o filme. A personagem de Berry acaba
descobrindo que o sequestrador de Casey é o mesmo indivíduo que matou a
primeira jovem que estava escondida. Determinada a ajudar, ela decide buscar
informações e acaba encontrando o esconderijo onde Casey era mantida, fazendo
justiça com as próprias mãos e solucionando o caso do seu jeito.

Bom, “Chamada de Emergência” é um filme interessante por
mostrar de maneira crua como é o dia a dia das pessoas que salvam vidas apenas
pelo telefone, mas se perde no andamento da história causando uma conclusão
nada interessante.


Nota: 7



The Call – 2013

Direção: Brad Anderson

Elenco: Halle Berry, Abigail Breslin, Morris Chestnut, Michael Eklund, Michael Imperioli, Evie Thompson.


Trailer:





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