TODO ANO tem aquele filme nacional que se destaca, que explode em sucesso e tirando uma exceção aqui e ali (leia filme espírita) sempre é um filme de comédia.
Esse ano não houve a exceção. Sim, é apenas um pouco mais da metade do ano, mas é inimaginável que outro filme brasileiro alcance a altura que o filme de comédia sensação Minha mãe é uma peça, alcançou. 3 milhões de espectadores já contabilizados… E contando…
O sucesso estrondoso do filme já era de alguma forma anunciado. É baseado em uma peça que deu muito certo (com público e crítica).
A trama não podia ser mais simples. O que acompanhamos é uma mãe (Paulo Gustavo, comediante de primeira caracterizado de mulher) tendo que lidar com a rebeldia dos dois filhos adolescentes (uma gordinha e um gay no armário. Ainda tem o filho mais velho que já saiu de casa) e o ex-marido e nova (vaca) mulher dele. Essa mãe, Dona Hermínia, não suporta mais o descaso dos filhos com seu natural amor super protetor e deixa a casa. O filme se dá com Dona Hermínia na casa da tia de certa forma narrando sua relação com a família em flashbacks, ao longo dos anos.
O filme é engraçado. Funciona. Toda vez que se propõe a ser divertido ele é. Por raras vezes falha com a piada que se perde e por umas boas vezes chega até mesmo a ser hilário. Esse que vos fala riu. E, olha, eu já disse e repito… Para me fazer rir… Desafio árduo para titãs.
Eu tenho minhas desavenças com o cinema brasileiro e não escondo. Logo para eu admitir que um filme brazuca é bom é algo raro. Mas eu só estou sendo justo aqui.

Veja bem… É bom, mas vamos falar das escorregadas que, sim, existem. Um movimento do roteiro que sentimos atrapalhado ali, um final que não tem cara de final aqui, mas o item mais grave mesmo é o tal drama. Isso acontece em muitos filmes e me revolta. Quando vão entender que é a coisa mais arriscada do mundo é tentar fazer um filme ser duas coisas tão distintas ao mesmo tempo? Comédia e drama. 90% das vezes não dá certo. Aqui não deu. O filme alcança alto níveis de aprovação por ser a comédia-comédia que é. Logo quando tenta o drama dá bem errado. Uma cena em especial onde o diretor força um close up nos olhos de Dona Hermínia para fazer a emoção gritar é risível (no pior sentido).
Por fim ainda é válido pontuar que a tal comédia eficaz só é baseada mesmo nos palavrões (questão baixa e questionável da maioria das comédias tupiniquins).
Enfim, funciona, mesmo que pelo caminho menos inteligente. Sabe que eu até assistiria de novo? E acredite. Para esse que vos fala admitir isso sobre um filme brasileiro… É um fato inusitado e tanto.
NOTA: 8 de 10
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