ESPECIAL OSCAR 2013 – Crítica: PARANORMAN (2012)

Raramente na vida de um crítico metido a exigente como eu (risos) surge aquele filme para o qual ele dá a nota máxima. Aqui está essa maravilhosa exceção para mim. O indicado ao Oscar de melhor animação, Paranorman, contando a estória de um menino incompreendido que reune fantasmas, zumbis e adultos para salvar sua cidade de uma maldição de séculos atrás, merece todo e cada elogio meu. Merece minha nota máxima por ser o melhor que poderia ser em todos os aspectos.
O filme tem 1h30m de duração e só nos deixa querendo mais após o término. Foi feito pelo estúdio de animação Laika, sempre tão atento aos detalhes dessa arte minunciosa e dificílima que são os filmes em stop motion, e que antes nos presenteou com a outra grande vitória cinematográfica, Coraline (2009). 

Eu me apaixonei por Paranorman desde os segundos iniciais quando me deparei com uma homenagem tão bem humorada e original aos filmes de zumbis. Mais alguns poucos minutos se passaram até que fosse a vez do meu coração ser tocado em uma sequência onde nosso protagonista mirim feito de material plástico caminha pela rua rumo à escola e ao som da trilha sonora mais bela que ouvi no último ano, nos é revelado sua condição de ver e falar com fantasmas, que é o que acaba o tornando “o estranho”, o afastando de todos os outros da sua idade e de sua própria família.
Daí em diante o filme só segue firme com o equilíbrio perfeito de comédia que funciona para crianças e adultos e emoção verdadeira que muito filme com atores de carne e osso por aí deve invejar. 
As homenagens ao horror são tão inteligentes, o dilema de identidade do menino Norman é tão perfeito. A ação funciona tanto. Há essa mensagem tão forte sobre não ter medo de algo apenas porque não conhecemos. Sobre não deixar que o medo impeça de ser quem somos. 
Eu poderia continuar e continuar pontuando as notáveis qualidades e admito que ainda me surpreendo ao me dar conta de que faço toda essa louvação a um pequeno filme de animação quando procuro ao menos por metade dessas qualidades (bom roteiro, boa mensagem, sagacidade, eletrizante diversão) sem nunca encontrar na maioria dos filmes “com gente de verdade” que tenho visto ultimamente. 
Não gosto nem de recordar que uma jóia dessa perdeu a estatueta dourada para o mediano Valente (Brave) no Oscar, mas foi o que aconteceu. A produção custou $60 milhões (valor baixo, quando as animações da Pixar, por exemplo, chegam facilmente na casa dos $200 milhões) e arrecadou razoáveis $107 milhões mundialmente.
Só me resta esperar que futuros filmes live action aprendam algo com Paranorman. Aprendam como fazer uma produção marcante, divertida e impecável. E enquanto isso eu sigo revendo essa pérola cheia de personalidade de novo e de novo, recomendando que façam o mesmo. 😉
NOTA: 10

TRAILER:
Sessão Wallpapers:
  
Vovó: O que está acontecendo agora?
Norman: Bem, o zumbi está comendo a cabeça dela, vó.
Vovó: Isso não é muito bom. Pra que ele está fazendo isso?
Norman: Porque ele é um zumbi. Isso é o que eles fazem.
Vovó: Ele vai arruinar o jantar dele (…)


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