ESPECIAL OSCAR 2013 – Crítica: Hitchcock




Direção: Sacha Gervasi


Elenco: Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johanssen, Jessica Biel, Danny Huston, Toni Collette, Michael Stuhlbarg, Michael Wincott, James D’Arcy, Richard Portnow, Kurtwood Smith.


Sinopse: Hitchcock acompanha o diretor no auge de sua carreira, quando ele resolveu usar seu próprio dinheiro para produzir um filme de terror mais sutil: Psicose. A história também mostra o relacionamento do diretor com Alma Reville, sua esposa.


Curiosidades:


* Adaptação do livro Alfred Hitchcock and the Making of Psycho, de Stephen Rebello.


* Helen Mirren (A Rainha) vive a esposa de Hitchcock, Alma Reville. Scarlett Johanssen vai interpretar a atriz Janet Leigh, protagonista de Psicose. Jessica Biel (O Massacre da Serra Elétrica) interpretará a atriz Vera Miles, que viveu Lina Crane em Psicose.


Oscar : 1 indicação de Melhor Maquiagem.





Trailer:


Psicose é uma das maiores obras de arte do cinema! Um dos meus favoritos, é a obra máxima de Alfred Hitchcock, considerado o maior mestre do suspense de todos os tempos. Um filme extraordinário, e assustadoramente bem executado para a época (meados de 1960). Foi o primeiro de uma série de ótimos filmes baseados nos verdadeiros e chocantes assassinatos que o famoso e monstruoso Ed Gein (o açougueiro de  Plainfield ). Em 1974 foi lançado o ótimo O Massacre da Serra Elétrica, e em 1991 o ótimo O Silêncio dos Inocentes. Logo se percebe que Psicose foi o impulso inicial para uma série de bons filmes de terror e suspense a serem lançados.


Este filme Hitchcock é uma pequena cinebiografia. Pequena porque mostra apenas um pedacinho da vida do mestre, de como ele conheceu, se encantou e lutou contra todos para filmar Psicose. Interessante que a maioria considerava infilmável, devido ao horror da história do assassino Ed Gein e devido ao fato de filmes deste estilo serem considerados B e vergonhosos. Hitchcock começa então a lutar contra os padrões cinematográficos da época, inclusive sua esposa escritora, e acaba lançando o filme abaixo de mal tempo. O resultado? Psicose se torna a obra prima de Alfred Hitchcock, um dos maiores sucessos de todos os tempos. Custando 800 mil dólares, arrecadou mais de 50 milhões em todo o mundo. Atingindo uma perfeição nunca vista, 99% de aprovação no site Rotten Tomatoes, que reúne críticas de cinema do mundo inteiro. O filme foi eleito o 18º melhor de todos os tempos pelo AFI (Instituto Americano de Cinema).

O roteiro de Hitchcock se concentra na pré-produção e gravação de Psicose. Os dramas dele são levemente apresentados, se concentrando mais na sua imaginação e poética visão. Alfred era totalmente dedicado ao seu trabalho. Ele vivia  seus filmes. De maneira metafórica e poética o filme mostra isso. Ele acaba criando certa obsessão tanto com o assassino Ed Gein como com sua protagonista Janet Leigh. Deixando sua esposa de lado, Alfred beira ao excentrismo. Mas sua esposa, mesmo que não concordando plenamente com ele, mostra-se firme e um braço direito, chegando até mesmo em dirigir algumas cenas em dias que Hitchcock não estava bem de saúde. Sabe o que dizem não é: por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher.


A criação de época está boa, Helen Mirren é uma “dinossaura” da atuação como sempre e Jessica Biel vive uma convincente Vera Miles, que viveu Lina Crane em Psicose. James D’Arcy é espantosamente parecido com Anthony Perkins (o assassino Norman Bates de Psicose). A linda Scarlett Johanssen também lembra a Janet Leigh, a protagonista Marion Crane de Psicose, com uma atuação boa e nostálgica (típica loirinha linda e de família que eram as mocinhas dos filmes de antigamente). A maquiagem que fizeram em Anthony Hopkins é espantosamente ótima, merecendo a indicação no Oscar. Ele dá pele para um Hitchcock irônico, egocêntrico e decidido no que quer. Ótima atuação, esnobada pela academia!


Tons irônicos é o que não falta no filme. Elementos que fazem referência aos grandes filmes do mestre, seu jeito incógnito de ser e suas respostas na ponta da língua fazem o filme bem divertido. Claro que o filme é curto demais para um grande mestre. Apenas 1 hora e meia, sendo que muita coisa poderia ser contada. O filme não mostra o lado imperfeito do diretor e também não se aprofunda no drama. Nisto poderá decepcionar alguns. Mas entrando num ponto de vista cinematográfico, com referências e críticas à estúdios e personalidades da época; Hitchcock se sai muito bem. É um filme dentro de um filme, na grande fábrica de filmes chamada Hollywood. Adoro metalinguagem, adoro ver os bastidores de Hollywood. E Hitchcock mostra isso. 

Mesmo mostrando um pedacinho tão pequeno da vida deste homem incrível, Hitchcock é um filme interessante, divertido e informativo. Extremamente nostálgico, é uma obra obrigatória na coleção de cinéfilos, amantes de filmes cult, amantes de suspense e terror, além é claro de ser obrigatório na lista dos fãs de Alfred Hitchcock, o maior mestre do suspense de todos os tempos.

NOTA: 9,5

Bônus: faça as comparações:


Anthony Hopkins e Alfred Hitchcock:







 Scarlett Johanssen e Janet Leigh:



Marion Crane de Hitchcock

Marion Crane de Psicose


Jessica Biel e Vera Miles:




Lina Crane de Hitchcock
Lina Crane de Psicose

James D’Arcy e Anthony Perkins:


Norman Bates de Hitchcock
Norman Bates de Psicose


Clássica cena do chuveiro:


Filme Hitchcock
Filme Psicose



Outras fotos e cartazes do filme:

  

     

  

 


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