Amor e Monstros (2020, de Michael Matthews)

 

Amor e Monstros chegou para aluguel digital nos Estados Unidos no final do ano passado, e somente agora chegou ao Brasil, adquirido pela Netflix e indicado ao Oscar na categoria de Melhores Efeitos Visuais. Com uma trama que parece uma mistura de Zumbilândia (diário de sobrevivência pós-apocalíptica) e Godzilla (no quesito monstros gigantes), a obra surpreende pela condução leve e bem intencionada da trama. 

O diretor e roteirista Michael Matthews sabe que possui em mãos uma narrativa clichê, portanto tenta subverter certas expectativas com relação ao andamento da trama, sem necessariamente se levar a sério demais ou abandonar o senso de diversão que este tipo de produção pede. Assumindo um lado B e adicionando um bom humor à aventura despretensiosa, há elementos aqui e ali que tomam rumos inesperados ou que trazem um frescor à obra.


Mesmo que com uma pegada inicialmente romântica, é na jornada de autodescoberta do protagonista  e não necessariamente na busca do amor  que nosso herói, vivido competentemente por 
Dylan O’Brien, brilha. Seja através da sua amizade com figuras excêntricas encontradas pelo caminho, nos poéticos diálogos com uma inteligência artificial ou na sua jornada para encontrar coragem e “fazer alguma coisa na vida”, O’Brien consegue passar bom mocismo ingênuo e insegurança. É bacana ver um protagonista frágil em um mundo grotesco. 


Um grande destaque é deveras os efeitos visuais, tanto em computação como os práticos e reais, com criaturas palpáveis em escala e texturas, gosmas nojentas que remetem ao cinema trash e muitos elementos por vezes até obscuros; o filme é um deleite visual para fãs do estilo. Outro ponto a se elogiar é um fator que muitas vezes é um defeito nesse tipo de filme: o cachorro. Ora, calma lá, sou fã de animais, especialmente nossos amigos doguinhos. O que quero dizer é que nos filmes muitas vezes eles são mal utilizados, seja por cenas forçadas, excesso de melodrama ou algum tipo de maldade animal. Aqui, o cachorro do filme é extremamente bem utilizado, tanto no roteiro como pelo diretor. Ele é um fator importante para o amadurecimento do protagonista, assim como que o pet também tem vida própria, apresenta inteligência e tem seus próprios momentos de heroísmo. Na verdade, ele é sensacional.


E no meio de amor, monstros, um herói inexperiente, um robô reflexivo, personagens engraçados, excelentes efeitos visuais e um cão corajoso, o filme consegue entregar um final que novamente quebra algumas expectativas, seja no romance do herói, seja na presença de vilões humanos, recurso utilizado em produções apocalípticas, mas que aqui ainda não havia “dado as caras”. Mas, quando isso ocorre, é eficiente e não quebra a vibe gostosa dessa produção. Muito divertido, levemente surpreendente e visualmente bem orquestrado, Amor e Monstros é uma excelente pedida para quem curte filmes de criaturas gigantes, especialmente para quem ainda está no hype de outra obra que está bombando no momento: Godzilla vs. Kong!

Título Original: Love and Monsters

Direção:  Michael Matthews

Duração: 109 minutos

Elenco: Dylan O’Brien, Michael Rooker, Ariana Greenblatt, Jessica Henwick, Dan Ewing, Donnie Baxter, Ellen Hollman, Melanie Zanetti, Amali Golden, Tandi Wright, Tasneem Roc, Larry Cedar, Damien Garvey, Dan Ewing, Miriama Smith, Te Kohe Tuhaka, Donnie Baxter, Senie Priti, Pacharo Mzembe, Thomas Campbell, Arthur Costa, Joel Pierce, Andrew Buchanan

Sinopse: Em um cenário pós-apocalíptico onde monstros gigantes dominaram a Terra fazendo com que o restante da humanidade se esconda em colônias subterrâneas, um jovem decide arriscar tudo para ir em busca de sua paixão de escola, fazendo no caminho amizade com um cachorro heroico e uma dupla inusitada de sobreviventes.

Trailer:


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