Simples e eficaz, o longa de John Hyams remete aos bons thrillers e suspenses dos anos 80 e 90 de beira de estrada. Temos nossa protagonista dirigindo em determinada região mais isolada e de pequenas cidades, até que, obviamente, um serial killer irá cruzar seu caminho. Clichê não é mesmo? Sim, é, mas é um clichê bem elaborado e eficiente, naquele típico exemplo de menos ser mais.
A começar pela forma como surge a inimizade entre protagonista e antagonista, bem diferente por assim dizer, na forma como ela, por estar numa situação mais vulnerável, já trata ele com suspeitas desde o princípio, em momento algum ela crê nele. E óbvio que como todo “macho tóxico”, não sabe “receber um não” e começa a persegui-la. A partir daí, é o típico filme de sobrevivência, mas muito bem editado e manipulado. Mesmo que a direção de Hyams seja simples, ela é eficaz na hora de criar tensão, construir o clima de suspense até chegar no clímax de alguma cena mais expositiva.
Mesmo que com pouca trilha sonora, é na falta dela que temos excelentes momentos, especialmente na mixagem de som, que capta o ranger das árvores e o barulho das folhas na floresta, feitos de tal forma que a contrastam com a pequenez dos dois personagens comparados ao imenso território hostil no qual estão. É realmente um detalhe muito interessante executado algumas vezes durante a fita.
As atuações são dignas de nota. Jules Willcox não é apenas uma survivor girl (ou final girl) inocente e frágil que precisa fugir. O roteiro pincela alguma situação pela qual ela passa, que nos deixa querendo saber mais da situação. Ela é inteligente e forte desde o início e é bom ver o jogo de caça/caçador se inverter, mesmo que brevemente. Marc Menchaca também tem uma boa atuação como o psicopata e até mesmo mostra certa fragilidade em determinados momentos, como na cena em que descobrimos que ele tem uma família e age como alguém amoroso. É mais um breve momento de aprofundamento de personagem que este longa traz que, mesmo que ainda incompleto, já é mais do que a maioria dos filmes desse gênero proporcionam.
Não há muito mais o que falar de Alone, exceto que é uma obra simples e eficiente, para se assistir sem pretensão nessa época de Halloween, que pede por filmes de terror ou com algum grau de elementos obscuros. Curto e direto, vale o tempo investido, lembrando por vezes o bom A Morte Pede Carona.
Título Original: Alone
Direção: John Hyams
Duração: 97 minutos
Elenco: Jules Willcox, Marc Menchaca, Anthony Heald e Jonathan Rosenthal.
Sinopse: Fugindo da cidade em uma tentativa desesperada de lidar com a perda de seu falecido marido, a recente viúva Jessica (Jules Willcox) é sequestrada e trancada na cabana de um misterioso homem.
Trailer: