Crítica: Power (2020, de Henry Joost e Ariel Schulman)



A Netflix tem investido no subgênero que mais atrai o público de forma geral, produções de super-heróis, passando por séries como The Umbrella Academy, até o longa The Old Guard. Chegou recentemente mais um exemplar, Power, onde na trama temos uma nova droga que dá poderes aos usuários. Com o aumento do crime e tensão no submundo, uma jovem traficante, um policial e um ex-soldado vingativo unirão forças para combater os vilões traficantes. 


Com uma premissa básica, bebendo de fontes clichês típicas do subgênero, parece que os roteiristas tinham algo interessante e original para contar no projeto inicial, mas que acabaram novamente caindo nos caminhos repetitivos desse tipo de produção. Até tenta-se tecer um comentário e crítica social aqui e ali, mas no geral são rasos e não funcionam. O roteiro carece de um texto que melhor explore a origem das personagens e suas complexidades, algo que vá além da emergência da situação atual. 





A direção da dupla Henry Joost e Ariel Schulman é ok, apenas. Não surpreende ou inova, porém é razoável nas cenas de ação, entregando alguns momentos competentes, dentro do possível para a produção. O uso dos efeitos especiais  contidos também é um acerto. Apesar do orçamento não tão grandioso, mas considerável, eles utilizam o CGI de forma controlada e assumidamente cartunesca, por vezes com cenas um tanto grotescas, mas que funcionam na forma como o longa é editado e cadenciado, com características de cinema B que não se leva a sério, e por vezes excessivamente frenético e estilizado. 





O maior acerto da obra reside na escalação do elenco, competente. Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt e nosso conterrâneo Rodrigo Santoro mandam muito bem, como sempre, apesar do roteiro raso em mãos. Mas é a novata Dominique Fishback que detém o coração do filme, com a personagem mais interessante e humana da obra, a jovem é uma grata surpresa, será incrível ver ela envolvida em projetos mais maduros.





Power é um filme mediano, que pode decepcionar a quem procura algo complexo, mas que consegue cumprir seu objetivo de entretenimento escapista para uma plataforma de streaming. Elenco, uso estiloso e contido de efeitos especiais e breves momentos inspirados ajudam a desviar dos problemas de roteiro e conceito. Uma provável continuação deverá surgir, e está deverá trazer um texto com melhores argumentos para justificar sua existência. Existe aqui um potencial de sátira social na metáfora drogas/poder. 

Título Original: Project Power

Direção: Henry Joost e Ariel Schulman

Duração: 115 minutos 

Elenco: Jamie Foxx, Joseph Gordon-Levitt, Dominique Fishback, Rodrigo Santoro.

Sinopse: Em Power, a notícia de que uma nova pílula capaz de liberar superpotências para cada um que a experimentar começa a se espalhar nas ruas de Nova Orleans. Poderes como pele à prova de balas, super força e invisibilidade apareceram em usuários, porém, é impossível saber o vai realmente acontecer até tomá-la. Mas tudo muda quando a pílula acaba aumentando o crime na cidade, fazendo com que o policial local (Joseph Gordon-Levitt) se una a um traficante adolescente (Dominique Fishback) e um ex-soldado com sede de vingança (Jamie Foxx) para combater o poder com poder, chegando na origem da pílula.

Trailer:

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