Crítica: Legado nos Ossos (2019, de Fernando González Molina)



O filme, que para minha surpresa, é a continuação de O Guardião Invisível,
adaptação do livro de Dolores Redondo, que conta a bizarra história da
investigação da inspetora Amaia Salazar, que durante as investigações,
descobre coisas que ela jamais descobriria sobre sua própria família. O
filme que tem um tom sombrio e misterioso segue o mesmo raciocínio do
primeiro filme e assim como o primeiro, deixa a desejar em alguns
pontos, confira o que achamos a seguir.
Tenho um carinho enorme por filmes espanhóis e assim como o primeiro filme, muita coisa na história vem de família. O tal legado, literalmente vem do sangue. A investigadora Amara Salazar (Marta Etura), agora mãe, volta mais uma vez para investigar um crime que ela não estava interessada, mas ao passo que a investigação anda, ela percebe que algo está sendo tramado a muito tempo. 

Para desvendar os mistérios que rondam esses crimes, ela precisa ir fundo no passado e mais uma vez, percebemos que sua família, principalmente sua mãe, não é o que dizia ser. Claramente você precisa ver o primeiro filme para entender com prioridade do que estou falando, mas uma coisa é certa, ninguém merece uma mãe dessas!

Vou evitar spoilers, então para ficar mais misterioso, assim como o filme, vou falar os pontos fortes dele. De fato, gosto muito da forma como a direção orienta o telespectador, na mesma linha de raciocínio que a protagonista, hora ou outra, os mais atentos podem fazer algumas ligações, mas ao todo, os crimes podem lembrar grandes emaranhados como os de Agatha Christie, porém acho difícil dizer que o filme é excelente, e vamos agora para os pontos negativos. 

Tudo bem que é uma continuação tanto do filme quanto dos livros, mas o que peca é a quantidade de informações passadas ao telespectador, são tantas histórias se cruzando e fazendo referência ao primeiro filme, que algumas peças ficam desconectas ou um tanto fora do contexto. Apesar da escritora ter uma imaginação muito fértil, acredito que o filme se excede em tentar passar isso, não li o livro mas o roteiro do filme é um pouco raso ao tentar seguir a história. Muito mistério, muito suspense e mesmo assim falta alguma coisa.

A direção aproveita da história para tentar transformar o tom do filme em algo mais sombrio, misturando fatos com mitos e histórias populares. Apesar de muita coisa encaixar, como a fotografia e a trilha sonora, infelizmente esse misto de assuntos torna difícil de elucidar todos os acontecimentos e mesmo com um grande elenco, a história se perde em si mesma, dando voltas e mais voltas para contar o grande mistério.


Não é de todo ruim assim como o primeiro, mas deixa brechas. É interessante, tem personagens fortes e uma história original, mas não é bem desenvolvido, é apenas um filme mediano ao meu ver, sendo que tem história para ser muito mais. A protagonista parece nunca se desapegar do passado e isso a afeta de maneira idêntica ao primeiro. Aparentemente não há tanta evolução nela, apesar de sua “mudança” de vida. Talvez seja implicância, mas os personagens geram aquela sensação de presos no tempo, como se nunca tivessem visto nada além daquilo e nunca esperassem mais da vida. Descreveria ele como interessante, mas não memorável. 


Título Original: Legado em Los Huesos

Direção: Fernando González Molina

Duração: 121 minutos

Elenco: Marta Etura , Leonardo Sbaraglia, Francesc Orella

Sinopse: Um ano depois de solucionar uma série de assassinatos, a inspetora Amaia se vê diante de um novo mistério relacionado ao caso.

TRAILER:



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