Crítica: O Chamado da Floresta (2020, de Chris Sanders)

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Considerado um verdadeiro
clássico da literatura americana, o livro O Chamado da Floresta de
Jack London é uma típica história sobre a conexão com a natureza e seu estado primitivo.
Obra que inclusive foi adaptada inúmeras vezes no cinema, desde os primórdios
do cinema mudo, e até mesmo tendo uma adaptação nos anos 70’s tendo o astro Charlton
Heston com grande destaque, e agora ela acaba de receber uma nova adaptação para a nova geração, sendo lançado pela 20th Century Studios, antiga 20th Century
Fox
com o nome mudado pelo novo comando vindo da Disney e sendo dirigida pelo
veterano na animação Chris Sanders, sendo o seu primeiro filme live-action.


Para quem não conhece a
história original, o filme se passa no final do século XIX e narra a história
de Buck, um cão doméstico amável, porém mimado, que acaba sendo sequestrado por
contrabandistas e é levado para o extremo norte no Alasca e é vendido para os
homens que partiram para esse local em busca do ouro recém descoberto no local.
Com isso Buck, passando por diferentes mestres, precisa reencontrar com seu lado
primitivo e natural para sobreviver e sentir quem ele realmente é por dentro.


Normalmente
filmes que demonstram um cão como protagonista caem em armadilhas emocionais
que buscam apenas emocionar o expectador em momentos específicos, porém a direção de
Sanders opta mais para um caminho de aventura e de senso de descoberta ao novo
mundo, visto sobre os olhos do protagonista canino.

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Uma discussão que tem se
falado desde o lançamento do trailer dessa produção foi a questão de optar em
colocar um cão digital como protagonista, e é bem notório que a
impressão do cão e os outros animais é visualmente estranha, o que pode levar certos
espectadores a se afasta da produção e terem dificuldade de se adentrar na
história. Já aqueles que puderem ultrapassar o limite do “vale da estranheza”
(denominação usada na indústria de efeitos especiais para se definir se um
personagem criado por computador consegue se passar como algo real o
suficiente), podem se captar pelo carisma e personalidade de Buck.


Outra questão referente ao
efeitos especiais que merece um comentário em torno é a escolha de botar expressões não
realistas em seus animais digitais, tendo até aparência quase “cartunesca” alguns momentos. Algo que
possa ser explicado pela direção de Sanders, afinal, como já foi mencionada
esse é o seu primeiro filme com atores e efeitos especiais, cujo o histórico de
trabalho está mais relacionado a animação, tendo co-dirigido longas animados de
sucesso como Lilo & Stich e o primeiro Como Treinar o seu Dragão.


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A proposta de colocar elementos
voltados a animação num ambiente filmado com atores em si cria uma sensação
de que o filme em exibição é
uma animação filmada, como esse live-actions
lançado pela Disney nos últimos anos. O filme coloca essa em execução ao meio
termo, se por um lado pode agradar pela personalidade atraente de seu protagonista,
os exigentes podem reclamar pela confusão do que é realidade aceitável no filme
e o que não é.

Com um espírito que respeita
o seu material original, cujo o roteiro de Michael Green é muito singelo em sua
proposta de adaptar, é bem adequada com o senso de ritmo e andamento na trama e
carregado ao lado do protagonista, se cria assim um filme muito mais tido
como um passatempo épico com uma escala controlada, visto num trabalho de
fotografia muito forte vindo do notório Janusz Kamiski, grande diretor de
fotografia, que captura uma grandiosidade na cenas na floresta, semelhante ao filmes
como O Regresso, mas não é um trabalho marcante em sua longa
carreira.


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Além de obter essa opção de
personagens digitais, o longa ainda possui um elenco de atores muito notório do cinema de entretenimento, que demonstram estar à vontade aos seus papeis e a direção
de Sanders conduz a isso, como por exemplo a inclusão de Omar Sy, o carismático
ator francês que faz o típico personagem que ele gosta de interpretar, ou até
mesmo Dan Stevens fazendo um vilão canastrão que infelizmente não é tão aprofundado,
mas a execução em sua atuação compensa. Além de obter participações pequenas e
pontuais de atrizes notórias como a Karen Gilian e Cara Gee, que infelizmente não
possuem tanto espaço de tela.


O destaque do elenco fica exclusivamente
para Harrison Ford, que demonstra em sua atuação uma entrega e carinho pelo
material original, que pode ganhar o coração do espectador e garantir o peso emocional
que a trama pede sem soar um sentimentalismo barato que muito das produções nesse
gênero optam.


Ao final das contas, a nova
adaptação O Chamado da Floresta é uma aventura que consegue cativar o
espectador mais casual ao cinema, pode ser muito bem uma opção para se assistir
em família, cujo o ritmo é bem controlado para se acompanhar ao longo de sua uma hora
e quarenta minutos de exibição, garantindo um engajamento para o público se importar com
os personagens e suas histórias, as decisões técnicas alguns momentos podem soar meio contraditórias para sua execução, porém Sanders que tem como histórico de
se criar histórias relacionáveis, demonstra a possibilidade de ter sido mais uma
grande adição nas constantes adaptações na obra de Jack Landon. Talvez se
optasse para um caminho mais direto sendo um filme de animação, o distanciamento
não ocorreria e ainda assim transmitiria para o grande público muito mais a essa história que é tão lendária
para a literatura americana.

Título Original: The Call of the Wild

Direção: Chris Sanders

Duração: 1 hora e 40 minutos

Elenco: Harrison Ford, Karen Gilligan, Omar Sy, Dan Stevens, Cara Gee

Sinopse: Um cão doméstico é sequestrado por contrabandistas e é mandado para um ambiente desconhecido no extremo norte no Alasca, e tendo que sobreviver, ele deve encontrar com o seu lado primitivo para encontrar seu lugar no mundo.

Trailer:

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