Crítica: Truman (2015, de Cesc Gay)

Truman é um filme de 2015, dirigido por Cesc Gay. O longa foi vencedor do prêmio de Goya em 2016 (o Oscar espanhol), tendo ganhado nas categorias de Melhor Filme, Direção, Roteiro Original, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, além de ganhar prêmios em San Sebastian pela incrível atuação de Ricardo Darín.

Cesc Gay que é conhecido como diretor principalmente pelo filme O Que os Homens Falam e V.O.S, mantêm em Truman sua constante temática de tratar questões humanas de uma forma completamente inusitada, mesclando drama e humor em seus roteiros.

Neste longa, o diretor novamente trás para as telas a figura de Ricardo Darín, conhecido por filmes como O Segredo dos Seus Olhos e Um Conto Chinês, podendo ser considerado um dos melhores atores do cinema, não apenas argentino, mas mundialmente. Além dele, Gay contou com a presença de Javier Cámara, conhecido principalmente pelos filmes Fale com Ela e Viver é Fácil Com os Olhos Fechados, que leva para seus personagens o humor e a humanidade impactante, também presente neste filme.

Truman conta a história de Tomás (Javier Camará), melhor amigo de infância de Julián (Ricardo Darín), que ao descobrir que seu amigo está com câncer terminal, decide ir visita-lo para um último adeus.

Mesmo com esta premissa triste, Cesc Gay consegue realizar uma trama divertida e tocante, ao nos depararmos com os lugares inusitados e as preparações de Julián para o que ele sabe que acontecerá com ele em um futuro não muito distante, além das aventuras em que ele coloca Tomás em sua breve visita, e as reações deste com a racionalidade e decisão do amigo, nos deparamos com a realidade do personagem sem se precisar de um banho de lágrimas.

Gay com certeza consegue trazer um vislumbre da perspectiva do fim da vida de uma forma inusitada, e ao mesmo tempo muito madura e humana. O nome do filme surpreende em meio a apenas esta trama ser apresentada, mas por fim, descobrimos a importância do cachorro de Julián, de nome Truman para a jornada de seu personagem, até por que, um dos seres que ele mais se preocupa e que não quer deixar desamparado com sua partida, é o cachorro.


Logo a preocupação com o cachorro se desenrola para os demais membros da família, e o roteiro do melodrama, apesar de conter alguns clichês, não desaponta, pelo contrário, surpreende. De acordo com Cesc Gay, o filme foi inspirado em suas vivências pessoais com sua mãe.

O filme que contou com um orçamento de 3,8 milhões de dólares, apresentando em sua produção paisagens de tirar o fôlego, desde o Canadá, até a Buenos Aires e Amsterdam, contando também com locações incríveis e apesar de sutil, a direção de arte e de fotografia do longa não deixam a desejar, criando composições que nos transportam para a vida do protagonista, sua personalidade, ao mesmo tempo que não nos deixa esquecer a situação em que ele se encontra.

Um filme notável, sem sombra de dúvidas. E prepare-se para rir, chorar e se surpreender com a história de Truman, ou seria a de Julián…

Título Original: Truman

Direção: Cesc Gay

Duração: 109 minutos

Elenco: 

 Ricardo Darín, Javier Cámara e Dolores Fonzi.

Sinopse: Dois amigos de infância, separados por um oceano, se encontram depois de muitos anos. Eles passam uns dias juntos, lembrando os velhos tempos e grande amizade que se manteve com os anos, tornando-os inesquecíveis, devido o seu reencontro ser também o último adeus.


Trailer:

Gostou da matéria? Então comente aí e dê seu like 😊

Deixe uma resposta