O diretor, David Fincher, conhecido por filmes icônicos e por adorar adaptar obras literárias para o cinema, neste longa, adaptou o livro Zodíaco do escritor Robert Graysmith.
Alternando assim o protagonismo do filme, David Fincher altera sutilmente a linguagem ao longo destes atos, fazendo alterações na câmera, na performance dos atores que evoluem ao longo na narrativa, na iluminação e principalmente na paleta de cores.
No primeiro ato, o protagonista é Paul Averry, um repórter criminal de um dos jornais que recebe um enigma e uma ameaça do Zodíaco. Onde o ritmo é mais lento, contando com tons claros e amarelados nas composições das cenas.
Ainda neste primeiro ato, os personagens são apresentados em seu ambiente natural e como suas distintas personalidades vão lidar de início com o aparecimento do serial killer na cidade e nos jornais locais.
No segundo ato, acompanhamos Dave Toschi, um dos investigadores responsáveis pelo caso, o acompanhamos em suas buscas e em suas entrevistas, de forma que a trama ganha um ritmo um pouco mais intenso e nos deparamos com os constantes avanços e fracassos do personagem. Neste ato as cores ficam mais escuras, apesar de ainda com traços de amarelo, que representam a ainda esperança dos personagens de solucionar o caso.
É neste momento que nos deparamos com cenas mais tensas, com o suspense mais evidenciado, o desespero do protagonista e do próprio público em conseguir respostas em um ambiente em que, passados mais de 10 anos do primeiro crime do Zodíaco, ninguém mais busca solucionar o caso.
Somos apresentados então a uma câmera mais frenética, com uma paleta e cores azul, uma cor mais fria comparada ao resto do filme, amplificando o clima de medo e tensão.
É neste ato que temos a cena com maior clima de suspense de toda a narrativa, em que o diretor nos prende a atenção, no transporta para o medo e ambiente do personagem, para apenas nos decepcionarmos novamente e o medo ser apenas uma ilusão desnecessária, pois o assassino não foi realmente encontrado.
Assim, pela amplitude e qualidade de informações transmitidas, o filme pode ser considerado quase perfeito, se não fosse o fato de que nos deparamos com 2 horas e 40 minutos, de forma que o longa pode se tornar cansativo, porém este ainda consegue nos prender a atenção ate o último minuto, ao nos transmitir a ilusão de que o serial killer ainda será encontrado, apenas para desapontar o público repetidamente, fator que foi o principal responsável por muitas queixas, mas que ao mesmo tempo, manteve a história mais fiel aos fatos reais.
Zodíaco não foi o primeiro longa a retratar a história do serial killer, e para quem gosta do assunto e tem interesse em conhecer mais sobre o caso, fica minha dica para os filmes com uma abordagem do assunto um pouco diferente, assista para conferir: Perseguidor Implacável, O Zodíaco, Awakening the Zodiac, The Zodiac Killer, entre outros.
E para quem quiser se aprofundar ainda mais em informações sobre o longa, acesse a outra crítica de Zodíaco, aqui do site: Critica Zodíaco, 2017
Zodíaco está disponível na Netflix.
Título Original: Zodiac
Direção: David Fincher
Duração: 157 minutos
Elenco: Jake Gyllenhaal, Robert Downey Jr., Mark Ruffalo.
Sinopse: Durante os anos 60 e 70, o medo aumenta em São Francisco com os ataques de um assassino maníaco chamado Zodíaco. Investigadores e jornalistas tentam descobrir a identidade do assassino e levá-lo à justiça. Enquanto isso, Zodiac provoca as autoridades com mensagens crípticas, cifras e telefonemas ameaçadores.
Já tinha ouvido falar do filme, mas tinha uma ideia completamente diferente do que seria o seu enredo. Não está nos meus planos assistir ao filme, mas nunca se sabe…
Mundo da Fantasia
Este comentário foi removido pelo autor.
Admito que quando vi ao filme também não era o que esperava, me surpreendi e gostei muito. Vale a pena dar uma chance 😉