Crítica: El Camino: A Breaking Bad Movie (2019, de Vince Gilligan)

Para qualquer fã que se preze de Breaking Bad, uma continuação do que quer que seja é um belo chamariz, entretanto, muitos concordam que a série acabou como deveria, sem tirar nem por. Então, será que uma “continuação” era realmente necessária?

Caso você não tenha visto ainda, cuidado, contém alguns spoilers!!!


Um grande alvoroço começou a acontecer nas redes sociais quando a Netflix confirmou o filme El Camino, onde mostraria os acontecimentos após a fuga de Jesse (Aaron Paul) e a morte de White (Bryan Cranston) e ao assistir, sinto em dizer que o filme não acrescenta em nada a versão que já tínhamos da série e dos seus personagens.

Somos inseridos imediatamente após o momento em que Jesse consegue a liberdade e foge após um longo tempo sendo torturado e escravizado para cozinhar (metanfetamina). A partir daí começamos a entrar em suas lembranças e a entender um pouco mais a interação que ele tinha com seus sequestradores e a vida que ele levava. Todd (Jesse Plemons) é o que mais aparece, considerando sua relação com Jesse na série, ele se comporta de maneira quase infantil sobre o caso, como se mantê-lo em uma jaula não fosse nada de mais. Temos também algumas participações bem pequenas apenas para dar um contexto sobre alguma lembrança ou decisão que Jesse tome no caminho.


Os personagens deixam uma sensação de nostalgia grande e dão um certo acalento (não sei se é a melhor palavra) ao coração dos fãs, mas não mudam de fato o roteiro da história, até porque todos já estão mortos. Claro que temos uma visão muito diferente do personagem, que já vinha mostrando o quanto tinha amadurecido em comparação aos primeiros episódios. Pinkman se mostra muito mais sério e seguro de suas decisões, focado em começar novamente sua vida, que não tem sido fácil desde que conheceu o Sr. White.

Não vou me estender muito em explicações, mas temos um pouco de tudo. Cenas de ação, um pouco de suspense e muita emoção em alguns momentos, tudo em volta da relação de Jesse com seu passado e os flashbacks que acabam alongando a história sem muita necessidade. Talvez a tentativa da Netflix de dar um “final” à série não tenha sido a melhor decisão ou talvez eles tenham apenas feito por dinheiro, o fato é que o filme não trás nada de novo, nem uma grande revelação ou explicação sobre como Jesse seguiu sua vida. Tudo que vimos poderíamos muito bem ter deduzido e imaginado, era só pensar um pouco no que aprendemos com a série e seus personagens. Por esse motivo, o filme deixou um certo vazio para essa fã de carteirinha da série. O roteiro feito por Gillian não tem mistério e serve apenas como um fan service, não se consolida como a obra original e como eu disse antes, não trás nada de novo; o áudio visual é impecável, seguindo o que já conhecíamos e Aaron Paul mostra que é capaz de levar nas costas a história, sem ter a sombra do excelente Bryan Cranston. Não é uma perda de tempo, mas deixou a desejar.


Título Original: El Camino: A Breaking Bad Movie

Direção:
Vince Gilligan

Duração:
122 minutos


Elenco: Aaron Paul, Bryan Craston, Charles Baker, Jesse Plemons, Jonathan Banks

Sinopse: Após sua dramática fuga do cativeiro, Jesse precisa se reconciliar com o passado para que consiga criar algum tipo de futuro.

Trailer:

Gostou da continuação?

   

Deixe uma resposta