Esse detalhe traz semelhanças com “clássicos” como Louca Obsessão que tratam diretamente e indiretamente do mesmo assunto, assim como a limitação de espaço para filmagem. Isso tudo, casa muito bem com o fato da personagem principal sofrer de uma doença chamada agorafobia, uma espécie de pânico de lugares abertos que consequentemente impede ela sair de casa e passe seus dias no ofício de costureira.
Desde cedo, Montse aprendeu a ficar responsável pela sua irmã menor, já que a mãe morreu no parto e o pai mudou muito de comportamento após o episódio. Com isso, Montse passa a ser muito protetora e passa a ter algumas atitudes sem o mínimo de necessidade.
Porém, um acontecimento muda tudo. Quando Carlos (Hugo Silva), um vizinho do apartamento de cima, aparece todo machucado na porta de sua casa, Montse decide recolhê-lo e decide prestar cuidados ao homem.
Porém, esse fato desencadeia graves consequências. O filme caminha por um paradoxo de “amor abusivo” e um distúrbio emocional da personagem principal, que deixa a vida de todos em perigo. Todas essas atitudes são explicadas por um plot twist extremante competente e que surpreende a todos.
Não posso deixar de citar alguns detalhes técnicos que fizeram desse filme tão qualificado. A interpretação de Macarena Goméz no papel de Montse é de aplaudir de pé. O realismo perante a situação é de uma magnitude extrema. Outro fato que contribui bastante nessa situação é o trabalho de câmera que dá uma sensação plena de claustrofobia, que deixa o filme mais denso e sinistro.
Sou suspeito a falar, mas, o cinema espanhol, vem conquistando meu coração há algum tempo. É difícil você sair decepcionado com alguma obra, no gênero. E Ninho de Musaranho, é do mesmo timbre. Um filme que apela para o psicológico com várias camadas de drama, que vai conquistando o telespectador. É uma excelente pedida para você que está à procura de um filme que fuja do convencional.
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