Crítica: No Rastro da Bala (2006, de Wayne Kramer)

Paul Walker partiu desse mundo cedo demais de forma trágica. Ele sempre será lembrado pelos filmes da franquia Velozes e Furiosos, porém, seu melhor trabalho está aqui, em um filme que não tem o devido reconhecimento que deveria. No Rastro da Bala é um suspense/ação frenético que não deixa o público respirar nem por um segundo.


Joey (Paul Walker) trabalha para máfia fazendo todo tipo de serviço, dentre eles o de desaparecer com armas usadas em crimes. Após alguns policiais corruptos serem mortos, Tommy (Johnny Messner) pede para que Joey dê um fim em seu revólver, o que ele faz, porém, é guardar todas essas armas em sua casa no porão. Certo dia, ocorre um tiroteio na casa de seu vizinho, os detalhes da arma usada no tiroteio bate com o revólver de Tommy, isso coloca em risco a vida de Joey e sua família, ele então agora tem que correr contra o tempo para achar a arma antes da polícia.



O roteiro escrito por Wayne Kramer é simples, ágil e direto. É um filme de perseguição que não para em nenhum momento, o problema é que isso faz com que não ocorra o desenvolvimento dos personagens, o espectador acaba torcendo para o personagem do Paul Walker por conta do seu carisma, pois a única coisa que sabemos dele é que trabalha para máfia, ou seja, é um pessoa de caráter duvidoso, não sabemos se ele é bom ou ruim.


O elenco conta com nomes conhecidos e que cumprem bem o que o roteiro propõe. Paul Waker (Joey) entrega o melhor trabalho de sua vida, as sensações de desespero e medo pelo que pode acontecer a sua família são muito convincentes, você sente o peso que o personagem tem nas costas. Vera Farmiga (Teresa, esposa de Joey) está bem, não é o seu melhor trabalho, porém quando é exigida cumpre de maneira eficiente seu papel. Cameron Bright (Oleg) rouba a cena, seu personagem é muito importante na trama do filme e ele arrasa em todas as cenas, não fala muito, sua atuação é mais contida em suas expressões e olhares. Destaques também para Chazz Palminteri (Detetive Rydell), Johnny Messner (Tommy) e Karel Roden (Anzor).



A direção frenética de Wayne Kramer começa muito bem, com boas cenas de ação, perseguições, senso crescente de perigo e que algo de ruim irá acontecer, porém, a frenesi é tão grande e acontece com tantos cortes que começa a incomodar. Os olhos começam a ficar cansados e em alguns casos não dá pra saber o que está acontecendo. Com tudo, isso não acontece, ainda bem, na melhor cena do filme, a fotografia de Jim Whitaker torna o confronto na pista de gelo o momento de maior tensão e apreensão da película.


Apesar de ser uma história original, No Rastro da Bala acaba caindo em alguns clichês de filmes de ação que não precisava. Acontecimentos que não dão tempo nem do espectador sentir algo e já é jogada uma reviravolta logo em seguida. Isso acaba tirando  um peso maior que o filme poderia ter deixado.



No Rastro da Bala apesar de cair em alguns clichês batidos, consegue entreter na maior parte do tempo, conta com um bom elenco, é violento e vai fazer você ficar angustiado com a busca pelo revólver prateado. Além disso, é um filme marcante por ter o eterno Brian O’Conner, de Velozes e Furiosos, como grande protagonista.



Título Original: Running Scared


Direção: Wayne Kramer


Duração: 122 minutos


Elenco: Paul Walker, Cameron Bright, Vera Farmiga, Chazz Palminteri, Karel Roden, Johnny Messner, Ivana Milicevic, Alex Neuberger, Michael Cudlitz, Bruce Altman, Elizabeth Mitchell, Arthur J. Nascarella, John Noble,  Idalis DeLeon, David Warshofsky


Sinopse: Quando uma negociação de drogas sai errada e alguns policiais são mortos, mafioso deve se livrar de suas armas. Mas um revólver é encontrado por dois garotos, e um deles usa a arma para matar o pai. O mafioso terá de passar a noite inteira atrás do rapaz para encontrar a arma e acobertar o assassinato.



Trailer:


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