Crítica: Um Ladrão Com Estilo (2018, de David Lowery)

Esse filme é simplesmente ótimo de se assistir e tem uma certa dramédia em volta dele. Mesmo entendendo que nosso personagem principal é o “vilão”, ele não se comporta como tal, muito pelo contrário. Forrest é um senhor educado e gentil, inclusive enquanto assaltava bancos. Confira o que achamos a seguir.


Forrest Tucker (Robert Redfort) é um senhor de 70 anos cheio de vida, que fugiu de forma mirabolante da prisão a poucos anos e que continuou sua vida de assaltante de bancos. Uma fuga dentre tantas outras que ele conseguiu fazer, o roteiro é baseado em uma história real e nos lembra um pouco Bonnie e Clyde, já que nosso personagem principal consegue se esgueirar da polícia muito bem e por diversas vezes, chegando a um ponto, onde parece que a própria polícia não se importa mais com os assaltos, levando como se fosse engraçado um grupo de idosos roubarem um banco?



  
Porém tudo muda quando sem saber, eles assaltam um banco onde o detetive John Hunt (Casey Affleck) está, depois disso ele decide entrar de cabeça na investigação e descobre que Forrest era muito mais ousado do que parecia, tendo escapado diversas vezes da polícia, em diversas cidades e estados, o que para ele, é inaceitável.

Por outro lado Forrest se sente entusiasmado ao saber da investigação, como se seu ego inflamasse ou simplesmente por ele achar graça de toda a situação. Acredito que não conseguimos repudiar suas ações por dois motivos: um, ele é simplesmente um cavalheiro e dois: parece que roubar bancos é seu hobbie, como um divertimento e não pelo dinheiro.


  
No meio de uma de suas fugas ele conhece Jewel (Sissy Space) que até certo ponto não sabemos se ela realmente sabe o que ele faz ou se ela apenas faz vista grossa, o que sabemos de fato é que um completa a vida do outro. O fato de eu ter mencionado a dramédia é que, a obsessão de Forrest por bancos supera seus sentimentos e acaba por magoar sua companheira. E nisso o filme não se aprofunda, apenas mostra certos closes onde olhares se perdem ou simplesmente podemos entender tudo que se passa na cabeça de Jewel.

A atuação em seu último filme é leve e descontraída, como se ninguém
pudesse atrapalhar seu dia, até a chegada do detetive que cria uma
obsessão em prender esses homens que aparentemente, eram invencíveis. O
roteiro cria uma linha tênue entre o certo e o errado, mesmo sabendo que
o personagem de Robert é o “bandido”, sua forma de agir não nos leva a
ter nenhum ressentimento por seus atos, chegamos até a torcer por ele.
Robert nos presenteia com um homem que não foge de suas origens
criminosas e que tem um certo prazer em fazê-lo, não só pelo dinheiro,
talvez esse seja apenas uma consequência de seu trabalho bem feito, já
que o que realmente o move é a necessidade de provar para ele e aos
outros que sim, ele ainda pode fazer isso, que aqui é roubar bancos,
deixando inclusive o amor de lado. 

O filme passou desapercebido do grande público, o que é uma pena, já que foi o último do ator Robert Redford, que fechou com eloquência e com um personagem extremamente carismático e contagiante, mesmo sendo um fora da lei. Robert possui uma extensa lista de filmes. Sua carreira que começa nos aos 60 segue até os dias de hoje.



 

Título Original: The Old Man & The Gun

Direção: David Lowery

Duração: 93 minutos

Elenco: Robert Redford, Sissy Space, Danny Glover, Cassey Affleck, Tom Waits, Tika Sumpter, Elisabeth Moss


Sinopse: Um velhinho sacana que é especializado em roubos de bancos e que já escapou da prisão diversas vezes está de mudança marcada para um asilo comunitário. Para marcar sua despedida, ele planeja um último esquema.


Trailer:

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