Crítica: Era Uma Vez em … Hollywood (2019, de Quentin Tarantino)

O
longa-metragem que é provavelmente um dos mais aguardados do
ano, finalmente chega aos cinemas e estamos falando da nona produção
do célebre Quentin Tarantino, que no seu currículo tem
clássicos como: Django Livre (2013), Pulp Fiction – Tempo de
Violência
(1995), Bastardos Inglórios (2009), e a lista
de sucessos é extensa. Mas, voltando a falar do tão
esperado Era Uma Vez em … Hollywood, filme escrito e dirigido por
Tarantino, temos aqui provavelmente a obra menos violenta e talvez a mais
sensível do diretor e roteirista, pois a obra faz uma bela
homenagem ao universo cinematográfico hollywoodiano, aos
clássicos da década de 60 e às nuances artísticas
de alguns dos grandes nomes do cinema daquela época.

A
história que conta com personagens reais como Sharon Tate
(Margot Robbie), Roman Polanski (Rafael Zawierucha), Bruce Lee (Mike
Moh), entre outros, tem como protagonistas personagens fictícios:
o ator Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu dublê Cliff Booth
(Brad Pitt). Os dois formam uma dupla implacável e que vai
cativar os espectadores, por serem personagens bem desenvolvidos e
que se complementam. Dalton é um ator que busca fazer sucesso
em Hollywood, mas que está em baixa e precisa lidar com as
suas frustrações. Por outro lado, Booth é quase
o faz tudo de Dalton, mas é um cara auto-suficiente que só
quer pegar seu dinheiro e ficar curtindo a vida numa boa.

Entre
as homenagens à Hollywood que Tarantino faz, o destaque vai para os
filmes de faroeste, que é onde o protagonista Rick Dalton
ganha notoriedade. Falando em faroeste, bang-bang e mafiosos, o título
do filme é inspirado em nomes clássicos do gênero
como: Era Uma Vez no Oeste (1963) e Era Uma Vez na América
(1984, de Sergio Leone), este já adentra mais no gênero de máfias
americanas, tema com o qual Quentin também já está
habituado a trabalhar.


Porém,
a trama não fica presa a esses gêneros, pois é
através dos seus personagens que o diretor carinhosamente
organiza a história do final da Era de Ouro do cinema. Era de
Ouro que até então foi um período marcado pelo
estilo de vida “paz e amor”, e Tarantino concentra isso
especialmente na personagem Sharon Tate (Robbie) que é
sensível e inocente, o perfil das pessoas admiradas daquele período.
Perfil que teria permanecido se não fosse o crime bárbaro
que aconteceu naquele ano em que integrantes da seita “A Família”
de Charles Manson, matou Sharon e mais seis pessoas. Tate estava
grávida com pouco mais de oitos meses do seu marido Polanski.

No
filme o ator Damon Herriman faz o sádico Charles Manson, mas
assim como na vida real quem praticava os atos ilícitos em seu
nome eram os integrantes da seita. No longa, Tex (Austin Butler) e
mais três moças se unem para invadir a casa e matar
todos que encontrarem. Mas, vale destacar que o filme não é
sobre o crime cometido pela “A Família”, mas pelo impacto
que ele teve sobre o meio artístico e cinematográfico,
marcando justamente o fim da Era de Ouro do cinema.
Quentin, que era apenas um garoto naquele ano de 1969, certamente acompanhou
todos os clássicos daquela época, desde o auge do
cinema até o início da cultura pop e foi juntando todos esses
elementos à sua experiência como diretor e roteirista, então aqui ele
entrega ao público esse presente cinematográfico. Nos inserindo naquela
bela e clássica Hollywood, colorida e incrível fábrica
de sonhos, que apesar de tudo, Tarantino ainda quis retrata-la dessa
maneira, o cineasta nos agraciou com um estilo filme que apenas ele é
capaz de fazer.

Título Original: Once Upon a Time … in Hollywood

Direção: Quentin Tarantino

Duração: 165 minutos

Elenco: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Al Pacino, Emile Hirsch, Margaret Qualley, Timothy Olyphant, Jullia Butters, Austin Butler, Dakota Fanning, Mike Moh, Damian Lewis, Maya Hawke

Sinopse: No final da década de 1960, Hollywood começa a se transformar e o astro de TV Rick Dalton e seu dublê Cliff Booth tentam acompanhar as mudanças.

Trailer:


Agora me conta: você também estava ansioso por esse filme? Se é fã de Tarantino, não deixe de ler outras críticas de sucessos do diretor pelo site e comentar o que achou!

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