Crítica: Vox Lux – O Preço da Fama (2018, de Brady Corbet)

Filmes que mostram os bastidores (e a dificuldade) de conviver com a fama não são necessariamente uma novidade, e podemos citar os recentes Nasce uma Estrela, Coração Louco, Johnny e June e porque não mencionar o belíssimo nacional Bingo – O Rei das Manhãs. Entretanto, o que pouco foi explorado ainda é como a mídia pode se fazer valer de uma tragédia para criar um herói ou até mesmo um astro.

Brady Corbet é o responsável por nos guiar através de Vox Lux – O Preço da Fama, seu segundo longa metragem como diretor e roteirista (o primeiro foi The Childhood of a Leader). Para quem está achando o nome do diretor familiar, existe um motivo: ele foi ator em Violência Gratuita e Melancolia.


O filme conta a história de Celeste, que em 1999, aos 14 anos, sobrevive a um atentado, e então, como sobrevivente deste e com a ajuda de sua irmã mais velha, prepara uma canção para o discurso/homenagem às vitimas do incidente.

Essa premissa chama bastante atenção e o início do filme de fato promete! Inclusive, devo avisar que quem for atrás de muita Natalie Portman em tela, pode se frustrar: o primeiro ato do filme é longo e quem dá vida à Celeste aos 14 anos é a talentosa Raffey Cassidy (O Sacrifício do Cervo Sagrado), que posteriormente interpreta a filha de Celeste. Entretanto, o segundo e o terceiro ato do filme simplesmente não se sustentam, e infelizmente perdem bastante em qualidade a partir de então, se fazendo valer de uma ou outra cena muito bem feita.


Um dos motivos latentes dos dois atos seguintes não se sustentarem reside no fato de que o primeiro é deveras longo, fazendo com que tenhamos uma ansiedade natural, afinal sabemos que Natalie Portman é a estrela do filme, e sabemos também que com ela vem o clímax, logo, quanto mais tempo esperamos, mais expectativa passa a ser criada.

Como já era de se esperar, quando Natalie aparece, a atriz rouba toda a cena, que até então era bastante dividida entre Raffey e Jude Law. Portman nos entrega uma personagem problemática e com diversas camadas que vamos desvendando no decorrer da segunda metade do filme, justificando em parte seu comportamento. O roteiro, no entanto, pouco ajuda a manter os bons momentos iniciais, e o que nos resta aqui é contemplar a fotografia e estética do filme aliada às boas atuações.


O filme tinha tudo para ser um projeto grandioso, principalmente por sua ousadia, mas, infelizmente fica no quase, entregando um projeto mediano com um elenco que tinha potencial para entregar um longa melhor.


Título Original: Vox Lux
Direção: Brady Corbe
Duração: 115 minutos
Elenco: Natalie Portman, Raffey Cassidy, Jude Law, Stacy Martin e Christopher Abbott.

Sinopse: Em 1999, um jovem entra numa escola secundária de Staten Island, onde estudava, e dispara indiscriminadamente sobre colegas e professores. Apesar de feridas com gravidade, as irmãs Celeste e Eleanor Montgomery sobrevivem. Durante a cerimônia em honra das vítimas, Celeste emociona a plateia ao entoar uma canção sobre a experiência. Esse momento chama a atenção de um agente que decide lançá-la. “Vox Lux” mostra a ascensão de Celeste e de que forma a sua carreira se foi alterando ao longo dos 18 anos que se seguiram.

Trailer:


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