Saudades é o que eu sinto quando penso na magnífica primeira temporada de True Detective, de longe, a melhor temporada que eu já assisti na vida e olha que eu assisto muita coisa! Inclusive ao longo dessa crítica, vou citá-la bastante, porque seria impossível não fazê-lo.
Após o fiasco da segunda, seguimos então para terceira temporada, depois de quatro anos de espera, com nomes de peso como Nic Pizzolatto, Matthew McConaughey e Woody Harrelson por trás das câmeras, tentando reerguer a série.
Como protagonistas temos o excepcional Mahershala Ali, vivendo um detetive que, junto com seu parceiro Roland West (Stephen Dorff), tentam descobrir o paradeiro de duas crianças desaparecidas.
Nostalgia é a palavra que serve para endossar o começo dos episódios, porém essa nostalgia pode cegar em um primeiro momento, o clima de insatisfação cresce com o decorrer dos episódios e por fim, parece que tentaram fazer a história sobre o detetive (Mahershala) e não sobre o caso em si. Muita informação passada de maneira mal elaborada.
Apesar dos pesares, a série tenta reencontrar a fórmula do sucesso e por mais insatisfatório que tenha sido, consegue entregar uma história melhor. Continue lendo e saiba mais sobre o que achamos da terceira temporada.
Em um primeiro momento, somos apresentados a esses dois detetives Wayne Hayes (Ali) um homem sério que aparentemente voltou quebrado após a guerra no Vietnã e seu parceiro Roland West (Stephen Dorff), um homem claramente mais aberto a questões sociais e por vezes, a parte cômica da série.
Eles são designados a um caso em que, dois irmãos, um menino e uma menina, desapareceram misteriosamente. O pai, Tom (Scoot McNairy), um simples mecânico vive um casamento infeliz com a incrível Mamie Gummer, interpretando a mãe alcoólatra ou quase isso, Lucy Purcell.

Até aqui, tudo anda bem. Eles começam uma investigação e percebem que muita coisa não encaixa nos depoimentos. É como se alguém soubesse algo e não fosse capaz de dizer. Wayne então conhece a professora de inglês das crianças, Amelia (Carmen Ejogo), que passa a ser de grande ajuda e de grande importância na história. Porém, apesar de querer se afastar o necessário da primeira temporada, o universo é o mesmo, colocando inclusive notícias e algumas pistas que nos fazem pensar que talvez, possa vir a ser uma continuação. Ou pelo menos dar um novo desfecho. Mas não se engane, nem tudo é o que parece.
Como sempre em documentários, a personagem que faz a diretora Elisa Montgomery (Sarah Gadon), traz novas provas e novos detalhes que na época, eles deixaram passar. O que pensar então? Eles erraram? Alguém deixou isso passar de propósito? Muitas teorias são criadas e montadas na cabeça do telespectador, confundindo-nos de propósito. Mas o que de fato me incomodou é a quantidade de informações passadas de uma forma não tão fácil de se absorver.
Acredito que o roteiro dificultou sem necessidade o entendimento dos acontecimentos, criando algo mais elaborado do que realmente era. O desfecho do que realmente aconteceu naquela época é em partes muito bem explicado, deixando em aberto você acreditar ou não na história. Repito que o roteiro errou em tentar confundir tanto a vida do telespectador.
A ideia do documentário foi muito assertiva e nos deu uma nova perspectiva dos acontecimentos. Mostrar como a vida das pessoas que trabalhavam no caso ou conheciam o caso na época foram afetadas, também foi muito bem vinda. Nos mostrou também como a obsessão desse homem foi capaz de, não destruir, mas afetar negativamente sua vida amorosa e familiar, colocando-o como ponto principal na história e não exclusivamente o desaparecimento das crianças, como ocorreu na primeira temporada.
Sem dúvida alguma a qualidade da série continua a mesma, a fotografia é muito boa, a escolha dos atores não tem nem o que discutir, afinal HBO não brinca em serviço. Mas ainda falta algo, o que posso dizer para finalizar é que a série tenta entrar na linha e reencontrar a fórmula para o sucesso.
Direção: Daniel Sackheim, Jeremy Saulnier, Nic Pizzolatto
Episódios: 8
Duração: 60 minutos aprox.
Elenco: Carmen Ejogo, Maheshala Ali, Ray Fisher, Scoot McNairy, Stephen Dorff, Mamie Gummer, Sarah Gadon
Sinopse: A terceira temporada contará a história de um crime macabro na região dos Ozarks, uma cadeia montanhosa e de lagos na fronteira entre os estados norte-americanos do Arkansas, Missouri e Oklahoma. A trama mostrará um mistério que se prolonga por décadas e acontecerá em três fases diferentes.