Crítica: Megarrromântico (2019, de Todd Strauss-Schulson)


Quem gosta de comédia romântica sabe que é quase impossível não se imaginar no lugar da protagonista depois de assistir uma. Que atire a primeira pedra quem nunca quis ser a Kat Stratford (Julia Stiles) e ter um Patrick Verona (Heath Ledger) cantando Can’t Take My Eyes Off Of You para você como em 10 Coisas que Eu Odeio em Você. Ou ser uma famosa atriz e se apaixonar pelo charmoso dono de uma pequena livraria como Julia Roberts em Um Lugar Chamado Notting Hill.

Em Megarrromântico, a arquiteta Natalie (Rebel Wilson) sonhava em viver uma comédia romântica quando criança, mas sua mãe a desencorajou e lhe disse que pessoas como ela não eram dignas de viver uma vida como a dos filmes. Depois de escutar isso por anos, Natalie se torna uma adulta cética e pessimista que não acredita em si mesma e nem que alguém poderia amá-la algum dia.

Natalie coloca toda sua repulsa por comédias românticas para fora quando sua colega de trabalho Whitney (Betty Gilpin) tenta convencê-la de que um pouco dessa fórmula não faz mal a ninguém. Seu outro colega, Josh (Adam DeVine), também tenta fazer a cabeça de Natalie e sempre arrisca chamá-la para sair, mas ela nunca pensa duas vezes antes de falar “não”.

Natalie e Josh
A vida da arquiteta muda completamente quando ela bate sua cabeça depois de fugir de um assalto. Quando ela acorda em um hospital, que mais parece um quarto de hotel, Natalie logo percebe que alguma coisa está errada. Após diversos acontecimentos divertidos e cheios de referências, ela percebe que está dentro de uma comédia romântica e começa a pensar em meios de sair dessa situação que, para ela, não é nada agradável.

Com direito a todos os esteriótipos que uma comédia romântica pode ter, como o amigo super gay, a inimiga no trabalho, o galã, um casamento inesperado, cenas com direito a musical e tantos outros, o filme consegue brincar com esses elementos sem ficar cansativo, a protagonista zoa com muita naturalidade tudo que está acontecendo na sua vida e entra na brincadeira na maioria das vezes. A trilha sonora também é um destaque positivo e imerge o espectador nesse pitoresco mundo em que Natalie está sendo obrigada a viver.

Natalie e Blake, o galã.
Diferente de muitas comédias românticas, o filme também retrata a necessidade do amor próprio. Natalie sabe que precisa se apaixonar por alguém e fazer um grande gesto de demonstração para voltar para sua vida real, mas ela demora para perceber que o amor que está faltando em sua vida é o amor por ela mesma.

Redondo e despretensioso, o roteiro do filme foi escrito por Erin Cardillo, Dana Fox e Katie Silberman, as duas últimas já tiveram experiência escrevendo comedias românticas, então elas sabiam sobre o que estavam falando. A direção é de Todd Strauss-Schulson, que não ousa nos planos, mas entrega um filme simples e bem feito. A fotografia e o design de produção são o que se destacam mais além das atuações, a diferença nas cores e nos detalhes deixa claro quando estamos vendo a vida real de Natalie e quando ela está vivendo a comédia romântica.

Elenco do filme na cena final
Conhecida no mundo da comédia, Rebel Wilson foi a escolha perfeita para o papel principal. No papel do galã Blake, Liam Hemsworth está bem caricato e, as vezes, é engraçado. Destaque para Adam DeVine e Betty Gilpin que estão no nível de Rebel e contracenam de forma muito natural e cômica.

Megarromântico é uma divertida sátira sobre o clichê que as comédias românticas se tornaram, mas também é uma homenagem a esse estilo que ainda faz sucesso e é o guilty pleasure de muita gente. No final, o filme acaba virando uma grande comédia romântica, mas isso não tira a essência da história, que entrega o que promete e é uma ótima opção de entretenimento.


Título Original: Isn’t It Romantic

Direção: Todd Strauss-Schulson

Duração: 88 minutos

Elenco: Rebel Wilson, Liam Hemsworth, Adam DeVine, Betty Gilpin, Priyanka Chopra e outros.

Sinopse: Natalie (Rebel Wilson) é uma jovem arquiteta bastante cética em relação ao amor, que se empenha para ser reconhecida por seu trabalho. Um dia, ao saltar do metrô, ela é assaltada em plena estação e, ao reagir, acaba batendo com a cabeça em uma pilastra. Ao despertar em um hospital, ela descobre que, misteriosamente, foi parar dentro de um filme de comédia romântica.

Trailer:
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