A terceira temporada é consistente com as histórias anteriores, mostrando o melhor do bizarro e sendo perturbadoramente inteligente. A série mescla com sutileza e em conversas banais as ideologias do divino e do sobrenatural, os medos e principalmente como lidamos com problemas mentais, sejam eles nossos ou de pessoas que amamos. Até onde o que vemos é verdade ou não. Channel Zero é original e dá um sopro de vida no desgastado gênero de terror do qual acostumamos ver.
Para quem nunca viu à série, vamos a alguns esclarecimentos, todas as temporadas são divididas em 6 episódios e contam histórias conhecidas na internet, as famosas lendas urbanas, ou simplesmente creepypasta, que esse ano foi baseado em Search and Rescue Woods, de Kerry Hammond. Você não vai se assustar, não vai ter uma música fundo e muito menos vai ser algo fácil de se assistir e digerir. Os episódios são densos e desconfortantes, propositalmente, para nos por no mesmo patamar das personagens principais. A história conta a chegadas das irmãs Alice (Olivia Luccardi) e Zoe (Holland Roden) à uma cidadezinha do interior, após um problema familiar grave. Alice decide trabalhar de assistente social ao mesmo tempo que cuida da irmã, que é esquizofrênica, porém aparentemente a doença está controlada. Elas se hospedam na casa da peculiar Louise (Krisha Fairchild) uma taxidermista e que já foi repórter da cidade há muito tempo.
Mas algo estranhamente perturbador acontece há anos na cidade, muitas pessoas simplesmente desaparecem e nunca mais são vistas. Lendas contam sobre uma escadaria, que aparece à noite em um parque abandonado que antes pertencia à mansão dos Peaches. Donos de açougue, riquíssimos, que também sumiram do nada. Porém, histórias rondam a cidade que eles continuam vivos 50 anos depois do desaparecimento. O sumiço de uma criança que estava aos cuidados de Alice foi o suficiente para conectar a garota à essa bizarra história.