Crítica: Tau (2018, de Federico D’Alessandro)

Muitos têm bebido das fontes da tecnologia futurística, robôs e tudo que se envolva com inteligências artificiais, tornando alguns filmes um tanto quanto obsoletos em suas histórias, servindo apenas de um passa tempo para telespectadores mais ociosos, porém a curiosidade que nos motiva a assistir é o mesmo que mantém o interesse em grandes produtoras de produzirem esses filmes. Todo mundo sabe que a Netflix é um poço sem fim de filmes e vira e mexe eles lançam algo original. Entretanto, despejar filmes não significa que eles tenham a mesma qualidade ou notoriedade de alguns clássicos, e são apenas, como mencionei antes, passatempos. Se quiser saber mais sobre o filme, continue lendo!
Tudo começa quando um grupo de três pessoas acorda em um lugar totalmente desconhecido. Logo fica claro que eles estão participando de alguma experiência forçada, já que todos possuem algum tipo de inserção no pescoço. Ao tentar fugir, duas dessas pessoas são mortas por um tipo de inteligência artificial que se auto denomina Tau. A casa inteira inclusive é cuidada por ele. Nossa sobrevivente então, percebe que não conseguirá fugir tão rápido e passa a aceitar – não de bom grado – a situação em que ela se encontra. 
Julia (Maika Monroe) acaba interagindo com a única coisa que lhe resta, que é Tau, e aos poucos fica claro que ele é tão prisioneiro quanto ela. Pode ser estranho pensar desse jeito mas, no filme, Tau demonstra ter tantos sentimentos e sofrer “torturas” tanto quanto ela; sofrendo ameaças e dores físicas, mas cada um com o seu equivalente. E com o passar dos dias, os dois criam uma estranha amizade. 
O vilão, vivido pelo ator Ed Skrein, demonstra tanta emoção quanto uma parede. Provavelmente, seu papel precisava disso para convencer o público da distância que pode haver entre humanos e máquinas. Tau, mesmo sendo criado por ele, tem muito mais empatia do que o próprio humano, tendo sido imprescindível na sobrevivência de Julia durante seu tempo no cativeiro. Alex é um homem extremamente introvertido que não se importa com o que tiver que fazer para provar suas teorias, tendo construído um personagem desumano. 
Tau começa a entender que seu mestre é perigoso quando Julia conta a ele toda a verdade sobre o que ele faz ali e como é o mundo “lá fora”, já que por anos, tudo o que ele tinha era uma breve e curta verdade sobre como funcionava as coisas ao seu redor. A partir disso, a perspectiva de vítima começa a mudar e começamos a torcer também pela máquina e apesar do roteiro ser raso ao demonstrar esses sentimentos aflorando, a qualidade visual do filme é algo a se notar. Acredito que o filme falhou em todos os pontos que eles tentaram envolver o telespectador, como o mal uso das tecnologias, a tentativa frustrada de ligar o que acontece com o filme ao mundo real e ao tentar forçadamente demonstrar as questões humanas que envolvem empatia, amizade e porque não o amor. Fica nítido que em determinado ponto o filme tenta provar que Tau não é somente uma máquina, mas sim uma consciência que sente e sofre tanto quanto eu e você. Mas como disse anteriormente, é um filme raso. Se estiver querendo um filme meramente para passar o tempo, eu o indico. Mas se quiser ver algo realmente bom sobre tecnologia e suas distopias, eu passaria longe. 

Título Original: Tau

Direção: Federico D’Alessandro 

Elenco: Maika Monroe, Ed Skrein, Gary Oldman, Sharon D. Clarke, Ian Virgo

Sinopse: Julia (Maika Monroe), foi sequestrada e agora é mantida em cativeiro para um experimento fatal. Ela é uma prisioneira de TAU, uma inteligência artificial avançada desenvolvida por Alex (Ed Skrein), o sequestrador. TAU controla uma casa futurista e inteligente, aparentemente à prova de fuga. Julia vai ter que correr contra o tempo para não ter o mesmo fim que as outras cobaias.
TRAILER: 

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