O medo é um sentimento que faz com que as reações mais diversas se desenrolem. Podemos nos tornar mais reativos, mais acuados, podemos deixar de tomar alguma ação, ficarmos paralisados entre diversas outras reações. Assim, o medo pode ser considerado uma vertente ótima a ser trabalhada no cinema. Vários filmes beberam nessa fonte e foram muito felizes: A Hora do Pesadelo, IT: A Coisa, Jogos Mortais, Pânico entre outros, mas, existem também aqueles que não conseguem desenvolver bem sua premissa, se perdendo em coisas tão básicas que chegam a parecer um trabalho de graduação em desenvolvimento. E infelizmente é nesta categoria que Medo Viral se encaixa.
Algumas cenas são tão deploráveis que de fato soam quase como elogio imaginar que trata-se de uma caricatura de um filme de terror. A cena que homenagearia It: A Coisa, faria Pennywise se revirar e aparecer antes dos seus 27~30 anos usuais.
Então, num filme onde nem tudo funciona, o que exatamente nos dá medo? Eis que aí temos mais um problema: excesso de jump scares com trilha sonora apavorante da década passada. É tudo tão exagerado e em excesso que em momento algum você consegue de fato sentir qualquer medo. Apenas uma atuação se salva do completo ridículo e é bom, inclusive, destacar. Saxon Sharbino (Poltergeist) tenta, mas, não consegue salvar sozinha um filme que já nasceu fadado ao fracasso.
Só uma coisa consegue superar as atuações ruins: os diálogos. São tão ruins que somados ao roteiro e à direção, conseguem algo que é difícil (confesso que não consigo me lembrar de algo parecido): não criamos empatia por nenhum personagem. Nenhum! São tão mal trabalhados pela direção, que nem os medos ficam individuais, fazendo com que alguns momentos os pavores de uns atormentem os outros, piorando ainda mais o senso de identidade dentro do filme.
As supostas cenas de suspense são pífias, e o terror em si, não ocorre, fazendo com que você passe 1h30m esperando por algo que nunca acontece, entretanto, você conseguirá se divertir com os piores efeitos especiais da década.
Diretores: Abel Vang e Burlee Vang