Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo, mais conhecido como Mamma Mia! 2, é um musical de comédia romântica, escrito e dirigido por Ol Parker. É a continuação do filme Mamma Mia! O Filme, de 2008, que foi baseado numa peça de mesmo nome, de Phyllida Lloyd (crítica aqui). Este segundo filme contará a história de Donna Sheridan chegando na ilha de Kalokairi, e mostrará como conheceu os três possíveis pais de Sophie, que foram os três amores de sua vida. Em paralelo a estes flashbacks, veremos os nossos personagens já conhecidos do primeiro filme, interpretados pelos mesmos atores e atrizes, e como amadureceram e seguiram lidando com as felicidades e tristezas da vida. Confira abaixo as nossas opiniões:
João França comenta:
Musical é um dos gêneros do cinema mais difíceis de se avaliar. Você pode ter um filme ruim (que não encanta pela música, nem pela história e tem elementos técnicos fracos); pode ter um filme com uma energia contagiante, mas sem elementos técnicos de fato relevantes; ou pode ter um filme que é um verdadeiro suprassumo, aliando técnica e energia, fazendo você lembrar deste filme por muito tempo. Chicago e La La Land, por exemplo, se encaixam nesta última categoria (para citar só os mais recentes). Mamma Mia, no entanto, apesar de não ser um filme de técnica e roteiro refinados, diverte na medida certa (ou seja, dá vontade de cantar e dançar junto em cada ato musical), e mesmo 10 anos depois, ainda é uma das referências modernas para o gênero.
Neste contexto, Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo, é um filme menos especial que o primeiro no quesito de empatia com o público pelas músicas, mas, tem um roteiro que ajuda mais a navegar na história e cantarolar as quase sempre desconhecidas (do grande público) canções desta continuação, aliado a uma fotografia tão bela quanto a do primeiro filme, e beneficiado por um diretor que soube organizar tudo isso, a ponto das 2 horas de projeção serem o suficiente para contar uma história com muitas idas e vindas, mas sem dar impressão de cansaço ou deixar lacunas. Phyllida Lloyd que me desculpe, mas Ol Parker já havia ganhado minha simpatia em Imagine Eu e Você, e aqui ele ganha meu coração.
O cenário continua sendo a mesma afrodisíaca ilha na Grécia do primeiro filme, mas, agora alternamos entre o tempo atual, e flashbacks de Donna jovem (Lily James, que verdade seja dita, por mais que Meryl Streep faça falta a qualquer projeto, esta esbanja espontaneidade e de fato capturou o que é ser Donna Sheridan quando começou a cantar com suas duas grandes amigas – vividas, sem o mesmo vigor que Lily dá a Donna, mas muito bem representadas por Jessica Keenan Wynn e Alexa Davies -) e decidiu se aventurar na Grécia, conhecendo e tendo três casos rápidos com Harry (Hugo Skinner), Sam (Jeremy Irvine) e Bill (Josh Dylan). Além da grata surpresa dos novatos no projeto, temos a sempre especial presença dos veteranos, e não há como não rasgar seda para Meryl Streep. É incrível em como com uma cena ela nos faz querer chorar e abraçar nossas mães/filhos. Chato repetir sempre, mas, é de fato, uma atriz diferenciada.
Existem diversas pontes entre o primeiro e o segundo filme. Algumas referências são sutis, como trejeitos de alguns personagens, chegando até mesmo na evolução do filme – não existe possibilidade de não comparar The Winner Takes It All com My Love, My Life, seja pelo momento em que a música aparece no filme, seja por Donna estar cantando com alguém/para alguém que ama, num momento que precede paz/alegria. Por fim, não há como não deixar de mencionar a presença de Cher no longa. A atriz/cantora (apenas 3 anos mais velha que Meryl, bom que se diga), se apropria de Fernando, fazendo um dos números musicais mais deliciosos do filme, e que rendeu elogios (Bjorn Ulvaeus e Benny Andersson, membros do ABBA elogiaram a roupagem que Cher deu a Fernando) e recordes (Fernando estreou na 22ª posição da parada Adult Contemporany da Bilboard, dando a ela o título de artista feminina mais velha a ter uma música no ranking). Mais incrível que isso só terem a maravilhosa sacada de Andy Garcia ser o Fernando.
Helen Santos comenta:
Ver no cinema a continuação de um dos meus filmes preferidos foi, sem dúvidas, inexplicável! A única coisa que me deixou chateada, foi terem lidado com a “ausência” de Donna (Meryl Streep) de uma forma tão fria, sem muito carinho para um filme que é tão amor! Em contrapartida, a aparição dela no final com certeza fechou o filme com chave de ouro!
Por não termos Meryl Streep ao longo de todo o filme, isso faz com que o primeiro continue sendo meu preferido, mas não posso dizer que Lily James não surpreendeu e/ou não conseguiu carregar o papel de Donna quando jovem com maestria, pois interpretou muito bem até os trejeitos que Maryl tinha dado a personagem. As outras personagens, tantos as novas quanto as do primeiro filme, continuam incríveis, parece que o tempo não passou, pois a química de todos surpreendentemente continua a mesma!
O enredo, embora fosse muito óbvio nesse segundo filme, funcionou super bem e conseguiu harmonizar de forma coerente o presente com os flashbacks, além do soundtrack da parte musical também. Aqui, na continuação, embora não tenhamos reviravoltas ou grandes clímaces, o filme vai muito além de esse “suspense cinematográfico”, enaltecendo o amadurecimento dos personagens, o amor familiar, e mais do que tudo, a saudade. Mamma Mia! Lá Vamos Nós Outra Vez, que deu um show, literalmente, em todos os aspectos técnicos, veio para emocionar com essa linda homenagem ao primeiro filme, que é tão querido por todos.
Sinopse: Ao descobrir que está grávida, Sophie (Amanda Seyfried) busca inspiração para a maternidade lembrando do passado da mãe (Meryl Streep). Nos anos 70, a jovem Donna (Lily James) viveu muitas aventuras com seu grupo musical Donna & The Dynamo, em parceria com suas amigas Tanya (Jessica Keenan Wynn) e Rosie (Alexa Davies). Porém, mais do que isso, Donna se apaixonou e viveu relacionamentos intensos com três homens diferentes: Harry (Hugh Skinner), Sam (Jeremy Irvine) e Bill (Josh Dylan).
Trailer:
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