Crítica: Sintonia de Amor (1993, de Nora Ephron)

Às vezes é bom pararmos de esperar os lançamentos com tanta ansiedade e dar uma chance aos filmes mais antigos que ainda não vimos, pois muitos deles, principalmente os romances, têm uma mágica tão única que em filme moderno nenhum eu consegui sentir, ainda. Sintonia de Amor, embora tenha bastante referências ao clássico Tarde Demais para Esquecer, não deixa de ser um filme que ganha por uma originalidade de enredo.

Além disso, as belas atuações dos nossos protagonistas e coadjuvantes fazem toda a diferença! Cria-se uma simpatia tamanha que, por mais que você saiba o desfecho (afinal, um bom romance tem seus bons clichês e pieguices), você fica ansioso, nervoso e torce para o melhor acontecer. Algo muito interessante de ser mencionado, é o cuidado que foi tido até nos mínimos detalhes; detalhes estes que se não existissem não fariam diferença, mas como estavam presentes, deram um toque a mais e deixaram visível que todos os movimentos foram muito bem criados e magistralmente atuados, pois em momento algum alguma das atuações ficaram forçadas, robóticas ou sem sentido. Tudo magicamente foi encaixado.


Existem filmes que nos fazem refletir por semanas a fio após assisti-los, também temos aqueles que por semanas ainda ficamos tentando compreendê-los, existem aqueles em que temos um plot final que é quase uma pegadinha com nosso intelecto, e existem filmes como Sintonia de Amor, que fazem com que você não sinta absolutamente nada dessas coisas, mas que enche seu coração de uma coisa tão boa chamada contágio de amor, de esperança. Atrevo-me a dizer, que dependendo da sua situação amorosa, talvez ele seja o “gatilho” para você pegar uma agulha e estourar a bolha do comodismo em que se encontra para ir atrás da sua real felicidade.


Aqui acompanharemos duas histórias paralelas, a de Sam (Tom Hanks) com seu filho Jonah (Ross Malinger), e a de Anne (Meg Ryan), e a forma em como elas se unificam. Na primeira mostra como o homem e seu filho lidam com o falecimento da esposa/mãe, e na segunda mostra em como a história dos dois chega até Anne. Jonah, que conseguiu lidar melhor que seu pai com luto da mãe, tenta o ajudar da forma que acredita estar ao seu alcance, mesmo essa forma sendo ligar para um programa de rádio, chamado Sleepless in Seattle (tradução literal: Sem Sono em Seattle), e expor a situação vulnerável do pai, pedindo uma nova namorada para ele. 


Enquanto isso, Anne está do outro lado do país ouvido o pequeno menino contando sua comovente história na rádio. Ela, de alguma forma, se sente muito comovida e conectada com aqueles dois, não conseguindo tirar da cabeça aquilo que ouviu no programa da rádio. E, assim como não há dúvidas de que choveram candidatas para o viúvo, não há dúvidas de que Sam achou tudo aquilo uma loucura, e que Anne simplesmente não conseguia negar um pressentimento que teve de que precisava entrar em contato e se aproximar de alguma forma.

É com essa premissa que se inicia essa jornada em busca daquilo que acende no coração de Anne e domina todos os seus sentidos; também acompanhando Jonah na busca de uma namorada para o pai, que precisa ser a ideal, pois será sua nova mãe; enquanto Anne ultrapassará obstáculos que jamais imaginaria que fosse capaz para ir atrás de algo que ela não sabe sequer explicar, apenas sentir. Sintonia de Amor é um filme que traz para nós, telespectadores, o ensinamento de lutarmos pela nossa felicidade, por mais que tenhamos que ser um pouco egoístas para ajudar nosso coração a alcançar aquilo que tanto está almejando com tanto fervor. Intuição é algo que, às vezes, não pode e não deve ser ignorada.

Título Original: Sleepless in Seattle

Direção: Nora Ephron

Elenco: Meg Ryan, Tom Hanks, Ross Malinger, Rita Wilson, Bill Pullman, Rosie O’Donnell, Rob Reiner, Victor Garber, Gaby Hoffmann, David Hyde Pierce, Carey Lowell, Frances Conroy e mais.

Sinopse: Viúvo há um ano e meio, Sam Baldwin (Tom Hanks) não consegue esconder de seu pequeno filho Jonah (Ross Malinger) a tristeza pela qual está passando. Preocupado, Jonah participa de um programa de rádio chamado “Sleepless in Seattle”, por telefone, dizendo que gostaria de arrumar uma namorada para o pai. Muito longe dali está Annie Reed (Meg Ryan) que, viajando de carro, ouve o desabafo de Sam e acaba se apaixonando por ele.

Trailer:

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