Crítica: Um Crime de Mestre (2007, de Gregory Hoblit)

Dirigido por Gregory Hoblit (também diretor de As Duas Faces de Um CrimePossuídos e Sem Vestígios), o suspense Um Crime de Mestre é um excelente – e nada clichê – longa sobre o julgamento de uma tentativa de assassinato, no qual os dois lados, tanto o do acusado quanto o da justiça, competem igualmente no quesito inteligência.


Ted (Anthony Hopkins), descobre que sua esposa está tendo um caso com um policial de Los Angeles e, para se vingar da traição, o milionário decide dar um fim na vida da mulher. A partir desse momento, Um Crime de Mestre se diferencia da maioria dos outros suspenses envolvendo crimes e justiça, quando o principal fator surpresa já é destruído de primeira: sabemos que Ted foi o autor do disparo que quase – uma vez que ela não morreu, mas acabou por entrar em coma – matou sua esposa. 





Além disso, ele ainda dá de presente para o policial chamado ao local, a confissão de toda a ação. Sendo assim, tudo indica que o julgamento de uma tentativa de assassinato, na qual já se foi identificado o culpado, que já se confessou, seria um processo sem complicações, certo? Bom, não é bem assim.
Para o caso, o promotor de justiça escolhido é Willy Beachum (Ryan Gosling). No auge de sua carreira, o jovem e bem sucedido, Willy, se gaba por ganhar 97% dos casos que participa e está prestes a deixar seu atual cargo para iniciar um novo e maior emprego. Seu sucesso e boa fama, somados ao fato do caso já estar aparentemente resolvido, deixam Willy ainda mais confiante de que encerraria seu último caso como promotor público com mais uma vitória. 
Mais uma vez, também não é bem assim. Ted é surpreendentemente brilhante e consegue se livrar de todas (sim, todas!) as evidências que o mandariam direto para a cadeia. Apesar de não ter deixado o local do crime entre o disparo e a chegada dos policiais, a arma utilizada pelo assassino não é encontrada de maneira alguma. Como Ted fez isso? Armando um verdadeiro crime de mestre que desencadeia uma batalha de inteligência entre ele e o promotor.
Sem sombra de dúvidas, merecem destaque as brilhantes atuações dos personagens principais. Mesmo no papel de vilão, o genial Anthony Hopkins consegue fazer com que, de algum modo, torcêssemos para que o frio e calculista Ted continuasse a driblar à justiça com sua inteligência. Do outro lado, Gosling interpreta o papel de um jovem promotor de justiça que, apesar de extremamente dedicado, também é, de certa forma, prepotente e arrogante, tornando difícil para quem assiste a tarefa de escolher para qual lado torcer. Em Um Crime de Mestre não queremos saber quem é o assassino, mas sim, como ele conseguiu se livrar das evidências de um crime quase perfeito. A direção também fez um ótimo trabalho ao tornar todas as cenas essenciais para o desenrolar da trama. Em minha opinião, um filmaço que te prende de início ao fim! 
Título original: Fracture 
Direção: Gregory Hoblit
Elenco: Anthony Hopkins, Ryan Gosling, David Strathairn
Sinopse: Ted Crawford (Anthony Hopkins) descobre que sua mulher o traiu e planeja o crime perfeito. Como principal suspeito, é interrogado nos tribunais pelo promisso promotor público Willy Beachum (Ryan Gosling). Sem nunca perder um caso, o jovem advogado não encontra provas para incriminar o frio assassino. Assim, Ted é solto e as brigas se estendem para fora dos tribunais, tornando-se uma batalha de QI entre Beachum e Crawford.
Trailer:

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