Crítica: Siren – 1ª Temporada (2018, Scott Charles Stewart)

Esqueça tudo que a Disney te ensinou em A Pequena Sereia. Sereias não são fofinhas, nem amistosas, elas são caçadoras, fortes e implacáveis. Sim, elas continuam sendo bonitas, mas de uma forma exótica e diferente. Siren é um prato cheio de contos e misticismo para os apaixonados por histórias. Mas será mesmo só uma história para crianças?

Sem dúvida alguma sereias são fascinantes e povoam a imaginação de muita gente, e vira e mexe elas são alvo para séries e filmes. E aqui não é diferente, mas, apesar de serem retratadas como criaturas magníficas, elas também nos cercam de perigos e violência. Siren talvez seja uma analogia da real natureza do oceano que, apesar de belo, esconde muitos segredos jamais desvendados. E assim como Ariel em A Pequena Sereia, nossa personagem sai dos mares e caminha entre os humanos, não atrás de um grande amor mas, sim, de sua irmã, capturada pelo que mais tarde viríamos a saber ser uma grande operação militar.

Ryn (Eline Powell) acaba encontrando Ben (Alex Roe), um brilhante biólogo, e sua namorada Maddie (Fola Evans), também bióloga, num centro de recreação de vida marinha. Ao perceberem a real natureza de Ryn e descobrir sobre sua busca, eles resolvem ajudá-la; sem saber o emaranhado de problemas que isso acarretaria em suas vidas. Pouco a pouco, Ryn começa a confiar neles e descobrir que os humanos possuem muito mais a oferecer do que somente guerra. Ao passar dos episódios, descobrimos que as histórias que contam na cidade são todas verdadeiras, e que as sereias há muito tempo foram massacradas por humanos. Mas isso não chega a ser novidade, os humanos tentam destruir tudo aquilo que é diferente, e não é de hoje.


Ryn é muito bem interpretada por Eline, que mistura uma certa estranheza em seus movimentos, na sua forma de falar e agir. Tentando aprender entre os humanos e ao mesmo tempo ensinando sobre sua família. Sua beleza diferente e seus grandes olhos azuis são um charme à parte. Inclusive todo o cast é formando por uma grande diversidade de atores, tanto negros como de origem indígena. E isso não é comum de se ver, o que é uma pena.

A série não perde tempo com grandes segredos, todo mundo meio que sabe o que está acontecendo e em quem devemos confiar ou não. Temos duas vertentes na história, a busca de Ryn pela sua irmã capturada, e depois quando Ryn volta pedindo a ajuda dos humanos, para tentar salvar sua espécie. Claro que isso não é visto com bons olhos pelos seus e vários conflitos são gerados. Mas isso também veio para mostrar como Ryn evoluiu desde o primeiro episódio, sendo ela o pilar de toda a história. Para uma série da ABC, criar um mundo fantasioso não é lá tão difícil, mas mantê-la em pé com o pouco de recurso que a história oferece somente com a dinâmica entre os personagens é algo incrível. 

Apesar de ter pontos fortes na história, ela se perde no inevitável romance que vimos crescer ao longo dos episódios, deixando a desejar um pouco. Não fica de fato explícito se o amor é algo genuíno ou criado a partir da mística canção da sereia, que segundo a série, depois que se escuta, é como se fosse uma droga que não se vive sem.
Mas, apesar dos pesares, a série é muito bem feita e tem esse ar misterioso que envolve todos os personagens; acaba por cativar não só os amantes da mitologia, mas também quem gosta de um bom suspense e, por que não, uma pitada de terror. A fotografia é muito boa e tem locações em lugares muito bonitos. O roteiro é envolvente e conta com vários arcos que, por fim, acabam se encontrando. A evolução dos personagens é algo visível e notável, e contam com uma boa dinâmica. O ritmo da história é constante e não se prende em pequenos ou grandes detalhes, não dá voltas e não enrola. O que é um grande ponto positivo. Para quem gostou, fica a dica que a segunda temporada foi confirmada!


Título Original: Siren 

Direção: Scott Charles Stewart

Elenco: Alex Roe, Eline Powell, Danny Kaye, Rena Owen, Fola Evans

Sinopse: A captura de uma criatura marinha feroz por pescadores de um vilarejo no noroeste do oceano pacífico abala as estruturas do local. A descoberta parece desafiar tudo que os habitantes achavam que sabiam sobre o mar, pois tudo indica que se trata de uma sereia.

Trailer:
E você o que achou?

Comente! Compartilhe! 🙂


  




Deixe uma resposta