Crítica: Descalços no Parque (1967, de Gene Saks)

Filmes que levantam questões sociais são imensamente importantes, principalmente nos dias de hoje, onde nos encontramos com mais voz e com mais pessoas dispostas a nos ouvir, mas como é gostoso assistir de vez em quando a filmes por puro e simples prazer do entretenimento e que, no fim, ainda nos deixam cheios de alegria; coisa que muitas vezes apenas um bom romance é capaz de causar. 

Jane Fonda e Robert Redford nos trazem esse casal lindo e cheio de química, mostrando que funcionam muito bem trabalhando juntos na telona, como bem podemos ver em outros filmes em que atuaram juntos (Nossas Noites, O Cavaleiro Elétrico). Eles são os responsáveis por conduzir essa história, embora Jane Fonda se sobressaia praticamente o filme inteiro. Mildred Natwick fazendo o papel de mãe da protagonista também não deixa a desejar (tanto que ganhou Óscar de melhor atriz coadjuvante), assim como Fritz Feld dando vida ao vizinho maluco, também não. O filme é construído com base nesses quatro personagens, mas com o foco, obviamente, no casal Paul e Corie, Redford e Fonda, respectivamente. 




Considerando à época, o filme utiliza muito bem dos recursos que têm, prezando muito por um bom enredo, fotografia, trilha sonora, figurino e, principalmente, atuações, que embora sejam um pouco teatrais, sendo diferente de muito do que nos é entregue atualmente, ainda assim é espetacular. Aliás, sobre a atuação teatral, acredito ser uma mágica e toque a mais desses filmes antigos, sendo uma particularidade somente deles.



Diferentemente da gama de filmes que comumente vem nos sido entregue, onde conta a cansada saga do casal em potencial até finalmente ficarem juntos, aqui, em Descalços no Parque, nós temos outra perspectiva de uma relação conjugal. Acompanhando, então, a vida de um casal pós-casamento e lua de mel, enfrentando os obstáculos que a rotina implica. E os obstáculos não são poucos quando temos de um lado um advogado certinho e, do outro, uma romântica libertária. Mas não dizem que os opostos se atraem? Resta você assistir ao filme para saber se Corie e Paul confirmam a teoria.


Em paralelo à adaptação da vida a dois, vemos Corie tentando socializar um pouco mais a sua mãe, e quem a ajudará nessa missão é o Victor Velasco, o vizinho mais doido e exótico que alguém poderia ter. Juntos eles trazem à jovem senhora um pouco mais de agito na sua vida que, aparentemente, estava tão pacata.  




Descalços no Parque é o típico filme que se começa a assistir despretensiosamente, mas que no decorrer dele vai se encontrando uma grata surpresa. É um modo divertido de ver a adaptação da vida de um casal que já passou daquele fervor da lua de mel, e também de desconstruir aquele terrível paradigma de que pessoas idosas não podem se divertir. A vida é muito curta para seguir conceitos que não nos representam. 



Título Original: Barefoot in the Park


Direção: Gene Saks


Elenco: Jane Fonda, Robert Redford, Mildred Natwick, Charles Boyer, Herb Edelman, Mabel Albertson, Fritz Feld, Ted Hartley e mais.


Sinopse:  Robert Redford é o advogado certinho. Jane Fonda é a nova esposa, que dedica todos os seus momentos da sua vida à busca de diversão. Aos poucos, o êxtase da lua de mel cede espaço para a realidade do dia a dia. E o harmônico casamento transforma-se em cômica discórdia. A sogra começa a dar “delicados” palpites. Um vizinho de meia idade paquera do andar superior. O que era alegria, vira agonia. Na verdade, há poucas dúvidas sobre os destinos do advogado, sua esposa, sua sogra e seu vizinho paquerador. Mas isto não tira o sabor desta história.


Trailer:


Deixe uma resposta