Top 10: histórias de Stephen King nos cinemas

Muitos escritores têm Stephen King como seu ídolo; muitos dos filmes baseados em suas obras se tornaram os favoritos de muita gente. O icônico escritor, que já produziu grandes obras em meio a horrendas crises de alcoolismo (O Iluminado), após ter sido seriamente atropelado (O Apanhador de Sonhos), também já resgatou algo que tinha escrito do lixo – que veio se tornar um enorme sucesso (Carrie) -, é o mestre da escrita de horror e ponto final. 

Nós, aqui do Minha Visão do Cinema, admiramos tanto o trabalho do prolífero escritor que decidimos fazer uma lista de alguns filmes que foram ótimas adaptações de suas histórias. Admito, que logo ao começar isso, me dei conta de que é uma tarefa impossível listar apenas dez filmes baseados em seus livros geniais como os melhores, mas aqui vai a tentativa… E que títulos como IT – A Obra Prima do Medo1408, e até mesmo o menos conhecido, porém igualmente ótimo, como o Montado na Bala, não sejam esquecidos!

Vamos lá:


10. O Nevoeiro (2007 – The Mist)

Por vezes, a sensação que temos, é a de que já vimos tantas coisas em filmes que acreditamos ser impossível nos surpreender mais. Daí é quando surgem filmes como esses, com um final que ao mesmo tempo que choca, revolta e maravilha pela inflamada originalidade.

Uma bizarra tempestade libera espécies de criaturas sedentas de sangue em uma pequena cidade onde um pequeno grupo de cidadãos se refugiam em um supermercado e lutam por suas vidas, enquanto que está tendo um nevoeiro intimidador lá fora. O efeitos são bons; o visual das criaturas são perfeitos. Um conto de terror muito bem abordado que, na verdade, é um estudo comportamental de pessoas aglomeradas sob a pressão de certas situações. Recomendadíssimo!


9. A Colheita Maldita (1984 – Children of the Corn)

Um orçamento bem mais modesto (míseros $800 mil dólares) fica visível na qualidade visual do filme, que deixa um tanto a desejar com efeitos especiais medianos, mesmo para sua época. No entanto, quanto a forma como a estória (essa baseado em um conto curto de King) de um casal preso em uma cidade remota, onde um perigoso culto de crianças acredita que todos acima de dezoito anos devem morrer, é apresentada, não temos muito do que nos queixar. 

Tem toda a atmosfera estranha que deveria ter (atmosfera que falta a tantos exemplares do gênero hoje em dia), é honesto ao admitir sua natureza simples e admito que foi um daqueles primeiros filmes que me inspirou a começar a escrever minhas curtas estórias loucas. Protagonizado por Linda Hamilton, a Sarah Connor (O Exterminador do Futuro), com uma arrecadação de cerca de $14,5 milhões nos EUA, quando levamos em conta seu orçamento tímido, só temos a confirmação de quão rentável King pode ser.


8. Um Sonho de Liberdade (1994 – The Shawshank Redemption)

Sim, King também escreve belas obras do gênero drama, e quando uma dessas vira filme, pode muito bem levar sete indicações ao Oscar e ser o filme com a nota mais alta do IMDb por anos seguidos (9,4).  Esse é um dos melhores exemplos de King se aventurando pelo drama. Esse é o filme queridinho de muitos e constantemente figura em listas de melhores filmes de todos os tempos.

A trama protagonizada por Tim Robins e Morgan Freeman, sobre dois prisioneiros se tornando cada vez mais próximos ao longo dos anos e encontrando eventualmente redenção através de seus atos de decência em comum, foge tanto ao padrão terror que já é a marca registrada de King que, por um tempo, nem o próprio autor acreditava que havia escrito algo do tipo. Um filme importante.


7. Cemitério Maldito (1989 – Pet Sematary)

Se King pode ser aquele que cria estórias de carros demoníacos assassinos, é claro que ele também pode ser aquele que nos presenteia com a estória de um cemitério que traz de volta à vida daqueles que são enterrados nele. Mas como é que esses ressuscitados voltam exatamente?

É um consenso geral de que a continuação deixa a desejar em comparação ao original, que foi um dos maiores sucessos comercias de King nos cinemas ($57,5 milhões) e teve críticas decentes. Mas é o que geralmente acontece com sequências de horror. E a grande verdade, é que as obras de King não devem ter sequências de qualquer maneira, mas aqui a bilheteria do primeiro filme foi o fator determinante para isso. O que também acontece. Como acontece! Mas, para o bem ou para o mal, juntos os dois formam uma singular obra de horror criativa do autor criativo. Sustos e terror de primeira.


6. Conta Comigo (1986 – Stand by Me)

E logo temos King no drama de novo, mas, neste, tem um pouco de aventura também. Tão queridinho quanto Um Sonho de Liberdade, esse também teve passagem pelo Oscar na categoria de melhor roteiro e arrasou na bilheteria ($52 milhões arrecadados para um orçamento de $8 milhões).

Emociona igualmente com a aventura de quatro jovens amigos à procura do corpo desaparecido de um adolescente local. Simplesmente não deixa o imaginário daqueles que o assistem. Com frases que fazem o espectador desabar. Mensagens profundas. É. Nem parece Stephen King. Eu sei… Mas é!


5. Carrie, a Estranha (1976 – Carrie)

Possivelmente todos conhecem esse nome. Os poucos que não conhecem, passarão a conhecer agora! A estória da jovem de dezessete anos, que descobre que tem o poder de mover objetos com a sua mente e é levada ao limite de sua ira ao ser humilhada na frente de todos na noite de seu baile de formatura, já entrou para a cultura POP. Quem já não teve contato com a cena do balde cheio de sangue de porco que é entornado sobre nossa pobre e problemática protagonista? Cena que já foi reproduzida tantas e tantas vezes em outros filmes e até mesmo em novelas brasileiras.

O filme arrepia sem nunca precisar expor vísceras ou abusar de sustos fáceis. É a natureza da estória que incomoda da forma necessária; a assustadora mãe religiosa e seus atos inacreditáveis. Sissy Spacek e Piper Laurie dão um show protagonizando e quebraram o tabu ao conseguir indicações ao Oscar por suas atuações em um filme de horror, gênero naturalmente desprezado pela premiação. Caiu nas graças do público da década de 70 ao arrecadar $33,8 milhões para seu orçamento de $1,8 milhão. Imperdível!


4. Louca Obsessão (1990 – Misery)

E se ser indicado ao Oscar por uma atuação em terror já é impensável, quem dirá ganhar o prêmio por trabalhar em tal gênero. Bem, foi essa a façanha que Kathy Bates fez ao interpretar a fã obsessiva e inteiramente desequilibrada de um escritor que o mantém em cativeiro e o obriga a trazer de volta à vida uma personagem após ele sofrer um acidente de carro em uma estrada remota no meio da neve.

Há um ou dois momentos em que Kathy tem pavorosas aparições repentinas que assustam demais. Todo o filme é tensão pura em seu melhor. O fim é desconcertante e uma certa sequência onde pés são quebrados por uma marreta… Sem palavras. Campeão de bilheteria tendo custado $20 milhões e arrecadado $61 milhões.


3. À Espera de Um Milagre (1999 – The Green Mile)

Acredito que a essa altura já tenha ficado claro que a combinação Stephen King + drama funciona e bem demais. Com este filme só temos mais da emoção, mais das passagens reflexivas e muitas imagens de poesia única. Tom Hanks e Michael Clarke Duncan (o segurança grandalhão das estrelas de Hollywood que virou ator e nos deixou há algum tempo) brilham nessa estória indicada a quatro Oscars (incluindo filme, roteiro e ator coadjuvante para Michael) que mostra a vida de guardas do corredor da morte sendo afetadas por um dos condenados: um homem negro acusado de estupro e assassinato de duas meninas, que na verdade tem um misterioso dom.

O grandalhão Michael consegue nos emocionar de uma forma além de denominações. Como não se emocionar com a cena do preso assistindo a um filme no cinema pela primeira vez? Intenso. É o filme de King com a maior duração (3h08m), com o mais generoso orçamento ($60 milhões) e o com generosa bilheteria ($137 milhões).


2. Cujo (1983 – Cujo)

Este filme teve um sucesso mediano nos cinemas e ainda me sinto estranho ao comentar sobre ele com alguém que diz que nunca ouviu falar. Como assim…? Eu o descobri por acaso na locadora e muito tempo depois revi em uma tarde entediante de domingo. O filme é simplesmente perfeito. É um daqueles tipos que pode facilmente afundar por contar boa parte de sua estória apenas com três personagens (dois humanos e um animal) em um único cenário.

Somos apresentados a pequena saga de um amigável São Bernardo que contrai raiva e conduz um reino de horror contra uma mãe e seu filho presos em um automóvel. É tão eficiente (os sustos, o suspense, a forma como prendem os espectadores) o que eles conseguem fazer com tão pouco. King diz ter se inspirado no cão de seu mecânico para escrever a estória. Mente de gênio, né? Vai entender…


1. O Iluminado (1980 – The Shining)

E por fim, esse aqui não sou apenas eu que elevo ao favoritismo. É toda uma legião de fãs que o classifica como a adaptação definitiva da marca Stephen King para as telonas. E é claro que eu concordo que esse é, de longe, um dos filmes mais perturbadores e angustiantes que já preencheu as telas. Permanece rondando em sua cabeça por muito tempo depois de tê-lo assistido; um tipo de efeito que poucos filmes provocam. O Exorcista é capaz disso, por exemplo, aplausos para a direção de Stanley Kubrick, então.

Uma das primeiríssimas adaptações de King para as telas, tão cultuada, tão elogiada, ironicamente é um trabalho cinematográfico odiado pelo escritor que, anos depois, cuidou de sua própria versão para a TV. A trama da família isolada em um grande hotel pelo inverno, onde uma presença má e espiritual influencia o pai violentamente, simplesmente não pode ser esquecida. Reconsidere aí seus critérios de avaliação, amigo King.

Curtiram a lista? Já assistiram a alguns desses filmes sem sequer saber que era baseado em obras do famosíssimo, Stephen King? Nos conte:

Deixe uma resposta