Crítica: Submersão (2018, de Wim Wenders)

Rodeado de expectativas, por causa da dupla de protagonistas Alicia Vikander e James McAvoy, Submersão tenta nos imergir em um mundo paralelo, apresentando dois estilos de vida engajados por suas diferenças mas sempre conectados pela a existência do outro. Em meio as questões científicas e religiosas, Wim Wenders tenta aprofundar na história elementos de narrativa que beiram uma estrutura de raciocínio: paixão, separação e redenção. Baseado na obra de J. M. Ledgard, cujo nome é o mesmo do filme, Submersão mostra uma trama sem pé nem cabeça, até mesmo para seu propósito conceito intelectual de conduzir os fatos.

Somos imersos na trama apresentados a Danielle (Alicia Vikander), uma biomatemática em testes dentro de um traje especial esperando a oportunidade de embarcar ao fundo do oceano para entender mais a origem da vida, em contraponto, James More (James McAvoy) está em um lugar totalmente isolado do mundo, preso ao fato de estar em uma missão de espionagem no continente africano, mais precisamente, na Somália. Ao meio de tudo, as cenas sempre correm sem uma ordem cronológica, mudando sem suavidade. Nessas idas e vindas, já estamos em um hotel, onde os dois se conhecem e começam a criar laços de um amor instantâneo.

É neste instante que o filme começa a perder o rumo. Diante de uma linda fotografia, um dos pontos altos do filme, o casal se entrepõem em suas solidão, fazendo perder as diretrizes que a trama proporciona pelo seu tema. Com a separação forçada, o drama cai na “breguice” e nuances das metáforas. As angústias, o isolamento e sofrimento que James McAvoy sofre, até tentam nos passar algo de útil, algo racional, mesmo trabalhando no seu pensamento da humanidade dos jihadistas, que o mantém como preso, em meio a guerra. Por outro lado, Alicia Vikander não foge do drama/suspense superficial imposto pelo diretor, não tendo um aprofundamento, mesmo com o seu lado passional cativante.

O fato é que, Wenders tentou fazer um filme para criar caminhos para um debate. Como ele mesmo disse, “Fé e ciência são elementos que não deveriam entrar em conflitos, deveriam enriquecer um ao outro”. Nesse sentido, a película mostra os aspectos inerentes ao modo de idealizar um pensamento sobre tal assunto. A fragilidade da drama, contudo, é exposta de maneira confusa para o complemento da trama, fazendo com que o expectador deduza as sequências dos protagonistas.

Submersão não encontra sua ideologia e se perde no caminho, não tendo o impacto que queria causar. Dentro de suas limitações do roteiro, que é simples, não ouve possíveis conflitos que pudessem ser uma base da história para ser interessante, mesmo com todo o seu conteúdo de abordagem política e religiosa. Ainda bem que não vimos um “dramalhão” aqui!

Título Original: Submergence 


Direção: Wim Wenders

Elenco: Alicia Vikander, James McAvoy, Alexander Sidding, Celyn Jones e Reda Kateb


Sinopse: Danielle (Alicia Vikander) é uma exploradora do oceano que descobre um novo desafio: uma terrível, porém pioneira, descida ao abismo Ártico. James (James McAvoy) é um empreiteiro acusado de ser um espião e interrogado por jihadistas africanos que irá se unir à moça para ajudá-la em sua missão.






TRAILER:












E você, assistiu ao filme? Concorda com a nossa crítica? Comente e não deixe de navegar em nossas redes sociais!




Deixe uma resposta