Especial: Um pouco mais sobre o Óscar – Categorias Técnicas

A principal premiação do cinema está chegando. O Minha Visão do Cinema irá aproveitar estes dias até a entrega do Oscar para um aquecimento. Vamos falar sobre as categorias, curiosidades e principais concorrentes da maior festa do cinema, bem como no final, o palpite de toda nossa equipe em cada uma das categorias.

E para começar a entrar no clima, vamos falar das categorias técnicas. Estas categorias, no geral, são um pouco ingratas. Quando tudo vai bem, o filme fica tão coeso, que é difícil você destacá-las (existem sim algumas exceções, como fotografia), mas no geral, notamos mais estas categorias quando elas destoam demais do filme (são muito superiores ao próprio filme em si, ou, atrapalham a história que está sendo contada).



Neste grupo de categorias técnicas, vamos falar de:
– Fotografia
– Figurino
– Montagem
– Maquiagem e Cabelo
– Direção de Arte
– Edição de Som
– Mixagem de Som
– Efeitos Visuais

Mad Max: Estrada da Fúria – Vencedor de Figurino e Maquiagem e Cabelo em 2016

Na maioria delas, o que conta é a coesão com o filme. Em Figurino e Maquiagem e Cabelo, engana-se quem pensa que os mais belos filmes é que são os premiados com estatuetas. Claro que a maioria dos concorrentes são os filmes mais belos, podemos inclusive inferir isso pelos concorrentes deste ano. Em Figurino temos: A Bela e a Fera, Trama Fantasma, Victoria & Abdul, O Destino de uma Nação e A Forma da Água, e em Maquiagem e Cabelo: O Destino de uma Nação, Victoria & Abdul e Extraordinário. As exceções são sempre muito bem vindas, e temos, por exemplo, para contrastar, a vitória de Mad Max: Estrada da Fúria em ambas categorias, deixando claro que o que importa de fato não é somente a beleza mas, principalmente, a coerência deles com a história que está sendo contada. 

Antes de começar a fazer as pesquisas para este especial, acreditava seguramente que Meryl Streep era a mulher que mais vezes concorreu ao Oscar. Ledo engano. Edith Head já soma 35 (TRINTA E CINCO) indicações por Figurino. Ela venceu em 8 oportunidades e foi a inspiração para a personagem Edna Mode no filme Os Incríveis.

Edith Head e Edna Mode

Outras duas categorias que sempre despertam a nossa curiosidade pela dificuldade de imaginar como são escolhidos indicados e vencedores, são Edição de Som e Mixagem de Som. São categorias de fato complicadas e explicarei de forma resumida para não me enrolar: 

– Mixagem de Som: Trata da combinação de todos os elementos de áudio que ouvimos no filme (grava e mixa para referência e montagem do filme). 


– Edição de Som: É a combinação dos elementos da mixagem com sons criados e que não estão nas cenas, como, por exemplo, rugido de animais extintos em filmes pré-históricos, nada mais são do que a mistura de sons de diversos animais, ou, bombas e tiros em uma guerra. 
Os concorrentes deste ano são os mesmos em ambas categorias: Em ritmo de fuga, Blade Runner 2049, Dunkirk, A Forma da Água e Star Wars: O Último Jedi.
Pela breve explicação, fica fácil imaginar que edição de som é uma categoria mais nova que mixagem de som no Oscar. O primeiro prêmio de mixagem foi entregue em 1930 e de edição em 1964. Não só os concorrentes se repetem este ano, entre 2010 e 2017, os vencedores foram os mesmos nas categorias em 5 oportunidades.
A Chegada – Vencedor do Oscar de Melhor Edição de Som em 2017

Uma categoria que adoramos achincalhar quando não está tão boa quanto gostaríamos, é a de Efeitos Visuais, e é difícil imaginar a qualidade desta categoria no inicio da premiação. Se olharmos o histórico de vencedores, vemos que filmes com “banalidades”, como pássaros, espaço, e afins, eram facilmente vencedores. Aqui, basicamente, são avaliadas as técnicas para a construção de cenas que não podem ser capturadas por meio de ação normal. 

Os concorrentes deste ano são: Blade Runner 2049, Guardiões da Galáxia vol. 2, Kong: A Ilha da Caveira, Star Wars: O Último Jedi, Planeta dos Macacos: A Guerra.



Mogli: O Menino Lobo – Vencedor de Melhor Efeitos Visuais em 2017

As próximas três categorias, são as queridinhas das técnicas. E as que mais conseguimos dar pitacos e apontar favoritos. Fotografia, Montagem e Direção de Arte são responsáveis pela locação, enquadramento, iluminação, dinamismo e cenários. Antes de me empolgar, deixe-me tratá-las separadamente para entendermos melhor: 

– Fotografia: Uma série de elementos estão envolvidos aqui. A decisão das lentes a serem utilizadas, negativos, movimentos, enquadramentos, iluminação e a decisão por locações. Ajudam a contar a história através dos elementos presentes na cena com o melhor enquadramento possível, e de quebra, utilizam técnicas que vão de encontro, ou contrapõe, a história que está sendo contada. Esta categoria já foi representada por um filme brasileiro, o maravilhoso Cidade de Deus. Rachel Morrison é a primeira mulher a concorrer nesta categoria (uau), com Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi. Ela também é a responsável pela fotografia de Pantera Negra

Inclusive é interessante conhecer um pouco mais dos profissionais e seus trabalhos. Sempre achava que algumas fotografias tinham algo em comum, e, não é difícil perceber as decisões de Emmanuel Lubezski, maior vencedor com 3 estatuetas, por Gravidade, Birdman e O Regresso

Os concorrentes deste ano são: Blade Runner 2049, Dunkirk, Mudbound: Lágrimas sobre o Mississipi, O Destino de uma Nação e A Forma da Água.

Cidade de Deus – Concorreu em Melhor Fotografia e Melhor Montagem em 2004

– Montagem: Os filmes não são gravados na sequencia em que o assistimos, então, a montagem, diz respeito a linearidade com que assistimos o filme, sem notar cenas desgarradas e sem sentido, ou, erros mais grotescos de continuidade. As montagens podem seguir um rumo mais difícil que simplesmente contar uma história linear, e partir para histórias paralelas, como o caso de Dunkirk, ou de um falso documentário que mescla cenas com relatos dos envolvidos, que é o caso de Eu, Tonya

A montagem é tão importante, que temos diretores que optam por fazer a montagem de seus filmes. E fazem com tanto esmero que são reconhecidos pela academia. James Cameron, por Titanic e Alfonso Cuarón, por Gravidade, são os diretores que conseguiram ambos Óscares pela empreita de direção e montagem. 


Os concorrentes deste ano são: Em Ritmo de Fuga, Dunkirk, Eu, Tonya, A Forma da Água e Três Anúncios para um Crime.

Gravidade – Vencedor do Oscar de Montagem em 2014

– Direção de Arte: De forma bastante simplista, poderíamos destacar que trata apenas da construção dos sets de filmagem. Mas, seria injusto resumir desta forma. A sinergia entre cenografia, figurino, caracterização, efeitos especiais e visuais, também conta muita na atividade de direção de arte, para fazer com que a cenografia esteja de acordo com estes elementos, ajustando-se perfeitamente a fotografia. Não podemos confundir com os cenários mais bonitos, afinal, o caos de Mad Max: Estrada da Fúria também foi reconhecido nesta categoria. 

Durante 24 anos de premiação, esta categoria era agraciada separadamente a filmes Preto e Branco e Coloridos. Houve ainda a época onde a categoria foi chamada de Decoração de Interiores. 
Os concorrentes deste ano são: Blade Runner 2049, A Forma da Água, Dunkirk, A Bela e a Fera e O Destino de uma Nação.

La La Land – Cantando Estações – Vencedor do Oscar de Direção de Arte em 2017

E vocês? Quais as categorias técnicas que mais gostam? Quais as apostas para este ano? Conta pra gente e não esquece de seguir nas
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