Somos apresentados a quatro famílias principais que possuem histórias que se conectam na pequena cidade de Winden, na Alemanha. Após o desaparecimento de alguns garotos no decorrer dos anos, eis que no ano de 2019 o filho de um policial também desaparece, policial esse que também teve um irmão desaparecido no ano de 1986. A grande questão, no entanto, não é onde esses garotos estão, mas quando.
Atrelado a estes fatos, a cidade, que abriga uma usina nuclear, apresenta fenômenos estranhos que se repetem num ciclo pré-definido, como luzes piscando e animais morrendo de forma misteriosa.
Pois então, você lembrou de uma outra série bastante famosa da Netflix não é mesmo?! Outro fenômeno que é uma nostalgia à parte? Bom, apesar de algumas semelhanças com Stranger Things, Dark possui um direcionamento bem diferente. Enquanto que uma se ambienta essencialmente nos anos 80, a outra apresenta um leque de épocas bastante variado. Enquanto que em uma a narrativa, apesar de bem trabalhada, é mais infantil, a outra apresenta temas mais pesados, como traição, acusações de estupro, doenças, mortes marcantes, viagens no tempo, paradoxos entre outros tantos pontos com complexidade bem superior.
Tecnicamente, também temos vários pontos positivos, como uma excelente trilha sonora que trabalha bem com as cenas que exigem um apelo maior e ainda pela ambientação das épocas que são apresentadas. Nos anos 80 temos Tears for Fears e Kreator. Na abertura temos um belo presente de Apparat juntamente com Soap&Skin. A paleta de cores apresentada é bem diversificada, desde tons extremamente fortes (amarelo, laranja, vermelho) a tons mais sombrios e escuros (azul escuro, preto, cinza, marrom) e é interessante ver como esses tons se complementam, dialogam e se debatem em tela. Há ainda enquadramentos diversificados, tendo como destaque aqueles de plano aberto, o que dá uma sensação de grandiosidade da narrativa apresentada.
As teorias que embasam toda a história são o ponto alto de toda a série, conferindo um caráter mais sério e científico, o que com toda certeza arrebata e arrebatará o coração daqueles que são apaixonados (assim como eu) com ficção científica voltada para viagens no tempo, paradoxos, O Eterno Retorno, máquinas futurísticas e afins. Alguns nomes de personagens também não foram escolhidos ao acaso, e ainda há símbolos valiosos (triângulo impossível, tríade, uma tatuagem que é uma representação da Tábua de Esmeralda) nos remetendo ainda mais ao teor fortemente científico que a série carrega. Como se não bastasse, ainda há um livro (que infelizmente é fictício) Uma jornada através do tempo, do autor J.G. Tannhaus (também importante personagem da série), que possui uma conexão muito forte com algumas personagens, sendo um objeto extremamente importante em todo o contexto da história.
É claro que uma série como essa, mais atual, bebe diretamente da fonte de grandes obras como Donnie Darko (uma louca viagem no tempo), Twin Peaks (todos escondem um segredo), Interstellar (buraco negro, viagens no tempo, teorias e mais teorias), It: A coisa (sim, veja a belíssima fotografia), O Predestinado (praticamente todos os paradoxos reunidos), dentre outros grandes títulos.
Outro ponto muitíssimo positivo na série é a escolha do elenco. Apesar de num primeiro momento isso parecer algo sem relevância, aqui os produtores deram a merecida importância, afinal temos várias famílias, que possuem forte conexão entre si e que são apresentadas em épocas diferentes. É inquestionável a semelhança dos atores escolhidos e ainda a ótima interpretação dos mesmos, sendo uma das inúmeras qualidades que a série apresenta.
É claro, que apesar da série beirar à perfeição, ainda não chega lá. O ritmo, por vezes lento até demais, a entrega de alguns plots meio óbvios e ainda a tomada de um rumo diferente ao apresentar um final mais desconexo com o restante da série, são pontos que você pode também perceber que jogam contra a grandiosidade da série, mas que de forma alguma apagam seu brilho. Talvez, ao contrário, pois permitem visões diferenciadas sobre o que é entregue.
A série finaliza com uma grande ponta solta para uma segunda temporada, além de várias pontas soltas ao longo da narrativa. É ruim? De forma alguma! Numa história, bastante inovadora sobre viagem no tempo, paradoxos, loops, limbo temporal, entre outros, é extremamente importante que pontas sejam deixadas, afinal, é importante que o espectador seja co-participante do que é contado, que se sinta parte da história, que crie teorias, que pense por um bom tempo, que critique sua realidade, que busque pelo conhecimento mais profundo que vai muito mais além do que as meras dualidades existentes no universo mais simplista.
A diferença entre passado, presente e futuro é somente uma persistente ilusão.
Direção: Baran Bo Odar
Elenco: as famílias são listadas pelo sobrenome, dentro das famílias, as pessoas mais velhas vem primeiro do que as pessoas mais jovens e as mulheres vem primeiro que os homens. As outras personagens são os últimos mencionados.
Ano
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Ator
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Episódios
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Greta Doppler
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1953
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Cordelia Wege
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1.08–1.10
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Bernd Doppler
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1986
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Michael Mendl
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1.03, 1.09
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1953
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Anatole Taubman
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1.08–1.10
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Helge Doppler
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2019
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Hermann Beyer
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1.01, 1.04, 1.07, 1.08–1.10
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1986
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Peter Schneider
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1.03, 1.07,
1.08–1.10 |
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1953
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Tom Philipp
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1.07–1.10
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Charlotte Doppler
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2019
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Karoline Eichhorn
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1.01–1.07,
1.09–1.10 |
1986
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Stephanie Amarell
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1.03, 1.09–1.10
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Peter Doppler
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2019
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Stephan Kampwirth
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1.01–1.02,
1.04–1.07, 1.09–1.10 |
Franziska Doppler
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2019
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Gina Alice Stiebitz
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1.01–1.02, 1.04, 1.09–1.10
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Elisabeth Doppler
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2019
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Carlotta von Falkenhayn
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1.04–1.05, 1.09
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Yasin Friese
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2019
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Vico Mücke
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1.04, 1.07–1.08
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Daniel Kahnwald
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1953
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Florian Panzner
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1.08–1.10
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Ines Kahnwald
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2019
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Angela Winkler
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1.01, 1.03, 1.05, 1.09–1.10
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1986
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Anne Ratte-Polle
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1.03, 1.05, 1.07, 1.09–1.10
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1953
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Lena Urzendowsky
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1.08–1.09
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Hannah Kahnwald
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2019
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Maja Schöne
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1.01–1.02,
1.04–1.07, 1.09–1.10 |
1986
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Ella Lee
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1.03, 1.05–1.07, 1.09
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Michael Kahnwald
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2019
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Sebastian Rudolph
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1.01–1.02
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Jonas Kahnwald
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2019
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Louis Hofmann
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1.01–1.02,
1.04–1.07, 1.09–1.10 |
2052
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Andreas Pietschmann
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1.02, 1.04–1.05, 1.07–1.10
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Agnes Nielsen
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1953
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Antje Traue
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1.08–1.10
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Jana Nielsen
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2019
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Tatja Seibt
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1.01–1.03,
1.06–1.07, 1.09–1.10 |
1986
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Anne Lebinsky
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1.03, 1.05, 1.09
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1953
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Rike Sindler
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1.08–1.09
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Tronte Nielsen
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2019
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Walter Kreye
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1.02–1.04, 1.06, 1.09–1.10
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1986
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Felix Kramer
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1.03, 1.05, 1.09
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1953
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Joshio Marlon
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1.08–1.09
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Katharina Nielsen
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2019
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Jördis Triebel
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1.01–1.07,
1.09–1.10 |
1986
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Nele Trebs
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1.02, 1.03, 1.05, 1.07, 1.09
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Ulrich Nielsen
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2019
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Oliver Masucci
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1.01–1.10
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1986
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Ludger Bökelmann
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1.02–1.03, 1.05, 1.07, 1.09
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Magnus Nielsen
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2019
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Moritz Jahn
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1.01–1.02, 1.04, 1.06, 1.09–1.10
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Martha Nielsen
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2019
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Lisa Vicari
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1.01–1.02,
1.05–1.06, 1.09–1.10 |
Mikkel Nielsen
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2019
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Daan Lennard Liebrenz
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1.01–1.03, 1.05, 1.07, 1.09–1.10
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Ulla Obendorf
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2019
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Jennipher Antoni
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1.01
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Jürgen Obendorf
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2019
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Tom Jahn
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1.01–1.02
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Erik Obendorf
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2019
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Paul Radom
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1.01, 1.08
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Doris Tiedemann
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1953
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Luise Heyer
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1.08–1.10
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Egon Tiedemann
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1986
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Christian Pätzold
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1.03, 1.05, 1.07, 1.09–1.10
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1953
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Sebastian Hülk
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1.08–1.10
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Claudia Tiedemann
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2019
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Lisa Kreuzer
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1.09, 1.10
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1986
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Julika Jenkins
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1.03, 1.09–1.10
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1953
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Gwendolyn Göbel
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1.08–1.09
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Regina Tiedemann
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2019
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Deborah Kaufmann
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1.01–1.03,
1.05–1.06, 1.09–1.10 |
1986
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Lydia Maria Makrides
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1.03, 1.06, 1.09
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Aleksander Tiedemann
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2019
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Peter Benedict
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1.02, 1.04,
1.06–1.07, 1.09–1.10 |
1986
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Béla Gabor Lenz
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1.09
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Bartosz Tiedemann
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2019
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Paul Lux
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1.01–1.02,
1.05–1.06, 1.09–1.10 |
H. G. Tannhaus
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1986
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Christian Steyer
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1.02–1.03, 1.05, 1.08–1.10
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1953
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Arnd Klawitter
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1.08–1.10
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1.05, 1.07,
1.09–1.10 |
Fonte: Wikipedia
Sinopse: A história acompanha quatro diferentes famílias que vivem em uma pequena cidade alemã. Suas vidas pacatas são completamente atormentadas quando duas crianças desaparecem misteriosamente e os segredos obscuros das suas famílias começam a ser desvendados.