Critica: Mãe! (2017, de Darren Aronofsky)


A casa do homem é seu castelo, já a mulher…


Todo mundo em todo momento da sua vida já recebeu visitas em casa ou já foi uma. Tratar bem quem se dispôs a nos fazer companhia ou precisa de ajuda, regras da boa educação, gentileza gera gentileza, até aí normal, porém, quando a frase: Mi casa é su casa é levada ao pé da letra, parece que o sinal verde pra bagunça, caos e desordem foi aceso. E é assim o novo thriller psicológico e experimental escrito, produzido e dirigido por Darren Aronofsky.






Numa casa cercada pela mata, vive um casal formado por um poeta com bloqueio criativo (Javier Bordem) e sua esposa (Jennifer Lawrence), cujas tarefas são cuidar da casa e restaura-la após um incêndio. A rotina é quebrada quando um médico (Ed Harris) aparece no meio da noite e logo é oferecido abrigo a ele. A única regra imposta ao médico foi não fumar dentro da casa. Essa simples regra desobedecida será o prenúncio para o show de horror a seguir. Doses frequentes de láudano, depredação da propriedade e sangue aparecendo pela casa. A seguir aparece sua mulher (Michelle Pfeifer) e seus dois filhos (Domhnall Gleeson e Brian Gleeson) enquanto a casa vai ficando cheia, a mulher sofre enquanto o marido fica omisso em dizer não.




O roteiro escrito em cinco dias traz uma série de alegorias em uma narrativa cíclica e surreal. A mais explícita delas é o feminismo e como a sociedade lida com as mulheres no ambiente privado. O implícito é a Bíblia e o Cristianismo e suas consequências pra humanidade assim como o meio ambiente e suas mazelas pelas ações humanas. Os mesmos temas trabalhados em filmes anteriores como Pi (1998), Fonte da Vida (2006) e Noé (2014).


As filmagens de dois meses e meio contou com uma preparação de elenco de três meses na casa utilizada. Dando ênfase na direção de fotografia com uma câmera de 16 mm e sua conversão em digital obedecendo os limites dela e para os movimentos de câmera para retratar angústia da personagem central interpretada pela namorada do diretor.

Por sinal, a sua atuação é primorosa em seu primeiro papel como uma mulher submissa após várias personagens fortes que lhe garantiram o Oscar de Melhor Atriz. Javier Bordem interpreta um personagem complexo cujas ações são duvidosas e o caráter variante conforme a situação. Diante disso, ambos entregam uma atmosfera instável e sufocante para o público. 


A paleta de cores é o branco e o azul para demonstrar atmosfera calma e paradisíaca do casal assim como o divino e o transcendental do amor entre eles e o marrom e o amarelo representa a terra, o mundo e a fertilidade embora o láudano ingerido pela Jennifer possa representar a cura para as aflições internas dela. Há completa ausência de trilha sonora, eles deram ênfase ao som ambiente e aumento de volume nas cenas de sustos. A música no final dos créditos é a mesma utilizada em Noé (2014), o cover de Patti Smith de The End of the World de Skeeter Davis.





Controverso, o filme tem gerado opiniões mistas conforme as expectativas de Darren por sua visão de mundo sobre as religiões no mundo e seu ativismo ambiental. Mas essa é mais uma obra perturbadora e polêmica que está entre aquelas para deixar marcas no público. Os fundamentalistas cristãos e católicos fervorosos se sentirão facilmente ofendidos com a mensagem do filme sobre a natureza humana e sua capacidade de enxergar os próprios erros.





Título Original: Mother!


Diretor: Darren Aronofsky


Roteiro: Darren Aronofsky


Elenco: Jennifer Lawrence, Javier Bordem, Ed Harris, Michelle Pfeifer, Domhnall Gleeson,Brian Gleeson, Kristen Wiig.


Sinopse: Após um incêndio que quase destruiu a casa, um poeta com bloqueio criativo e sua jovem esposa tentam retomar suas vidas, porém uma inesperada visita muda totalmente suas rotinas dando inicio há uma série de eventos catastróficos.


Trailer


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