Crítica: O Guardião Invisível (2017, Fernando González Molina)

Os filmes espanhóis estão em evidência ultimamente, e não é para menos, a qualidade dos longas e dos roteiros, não ficam para trás das películas americanas, O Guardião Invisível é baseado no best-seller de Dolores Redondo, um suspense com toques de mitologia sobrenatural. Vem conferir a crítica e saiba mais essa interessante história.



Amaia Salazar (Marta Etura) é uma investigadora do FBI bem sucedida, que volta para sua cidade natal para investigar uma onda de assassinatos de jovens mulheres pela mão de um serial killer que a população acaba chamando de Basajaun, uma figura mítica local que, segundo sua avó, protege a todos, o que não faz sentido ao nomear um assassino com o mesmo, entretanto, apesar da boa vida, Amaia esconde um segredo. 


O filme mescla questões morais e fantasiosas de maneira sutil e agradável, se entrelaçando com a história dos assassinatos e da vida da investigadora. Porém, peca na quantidade de informações dada ao expectador, sem de fato, explicar todas elas. De certa forma, somos conduzidos a subentender o que aconteceu ou simplesmente não entender. O tom de tensão e incômodo é nítido tanto na paisagem e fotografia da película, que usa e abusa de cores cinzas e borradas, para dar um ar de frio e porque não, de morte, tanto do tempo como na vila, por ser uma cidade pequena, as pessoas parecem estar estacionadas no tempo. Como também nas conversas dos personagens, curtas e secas. Parecendo que eles escondem o que realmente querer dizer, tudo muito carregado de ressentimento.


Conforme os acontecimentos vão ganhando forma, descobrimos que Amaia sofria abuso de sua própria mãe quando criança, assunto esse que não é mencionado, e pior, ela ainda é tida como culpada pela sua irmã, por sua mãe ter sido internada, as únicas pessoas que realmente sabem a verdade é sua tia, que a criou e seu pai, que teve coragem de tirar ela de casa, mas não de tomar uma atitude. O que de certa forma, nos leva aos assassinatos, todas as jovens eram mortas por terem ido de alguma forma contra “a moral e os bons costumes” e por mais que a investigação andasse, sempre voltava para alguém de sua própria família. 

  
Para não me prolongar e começar a patinar em explicações igual o filme, vou terminar a crítica com alguns pontos que precisam ser mencionados. Primeiro, a direção é excelente, a forma como os atores são direcionados é espetacular, porém o roteiro peca no excesso de informações, quem de fato é o ”Pé Grande” da vila? Como ele é relevante para história? Para mim, foi só uma distração. A explicação final para os assassinatos e o desenvolvimento da cena foi um tanto atropelada e mal direcionada para o expectador, lembro de ficar pensando em determinado momento “Mas o que aconteceu a fulano?”. E por ai vai. O roteiro varia entre o agradável e o absurdo em diversos momentos, entretanto não é de todo ruim, se tivessem enxugado um pouco a história ela teria sido sensacional. Mas apesar dos pesares é um bom filme.


Nome Original: El Guardián Invisible

Direção: Fernando González Molina

Elenco: Marta Etura, Elvira Mínguez, Carlos Librado, Patricia López, Susi Sánchez

Sinopse: A Inspetora Amaia Salazar lidera uma investigação que vai levá-la de volta para Elizondo, a aldeia das chuvas no coração do País Basco, onde ela nasceu e para a qual ela esperava nunca mais voltar.

Trailer:

E você? Já assistiu o filme?

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