Crítica: Valerian e a Cidade dos Mil Planetas (2017, Luc Besson)


Com direção de Luc Besson,
que já trabalhou com produções como: O Quinto Elemento (1997)
Lucy (2014), ou seja, o cara está habituado a dirigir ficções
cientificas de sucesso, por isso havia boas expectativas para Valerian.
Ele é o filme mais caro já produzido na França, ficou acima dos 200 milhões de
dólares, entretanto não é só por isso, mas também pelo cuidado com os detalhes
e a imensidão que ele consegue passar desse universo do século XXVIII, onde
roda toda a trama do longa-metragem. Logo nas primeiras cenas, o expectador é
apresentado ao planeta Mül, o que lembra muito Avatar (2009),
pela aparência dos habitantes, estilo de vida, etc.



Mas, infelizmente, Valerian
e a Cidade dos Mil Planetas
 pode estar fadado ao fracasso, e isso pode
ser devido a escolha dos protagonistas Dane Dehaan (
A Cura) e Cara
Delevigne (
Esquadrão Suicida). Ele é pouco conhecido e ela deveria
seguir apenas na sua carreira de modelo. Sem contar a pequena aparição de
Rihanna, em que ela faz uma bela performance e depois se revela como a
alienígena Bubble – personagem até carismática. Isso nitidamente foi uma forma
de preencher espaços no filme. Mas, não só por isso, o roteiro do filme possui
uns altos e baixos que acabam deixando o espectador insatisfeito. Contendo
algumas cenas com muita ação e em outras simplesmente nada demais acontece. O
que parece é que a preocupação do diretor o tempo todo foi em mostrar o
universo, o planeta Alpha, todos os seus planos e seres, mas acabaram deixando
um pouco o desenrolar da história em segundo plano. Portanto, o tempo todo você
parece estar numa viagem alucinante, mas sem ter muita certeza de para onde
está indo.


Na minha opinião, o vilão
Comandante Arün Filitt (Clive Owen) é um ponto positivo do elenco e no filme,
pois ele é o centro de tudo, logo todos confiam nele, ele usa e abusa desse
poder e autoridade. Sem contar que tudo acontece por causa dele. Mas, além de
Clive Owen, é preciso destacar a belíssima direção de Besson, principalmente no
sentido visual, com destaque para a cena do grande mercado, principalmente em
3D, você fica tão inserido no cenário, que você quase tem a sensação de estar ali
dentro dele mesmo. É clara a riqueza e os detalhes minuciosos.



Inclusive, voltando a
falar do planeta Mül, criaram um mundo completamente bonito e realista, com
praia, moradias, natureza e os seres que lembram os de Avatar. O filme todo é
trabalhado com planos abertos, alguns grandes angulares, possivelmente por ser
todo feito em estúdios, mas ainda assim não deixa de transmitir a ideia de
imensidão, considerando que é todo rodado no espaço. Um ponto super-positivo, até que poderia levar alguns prêmios por isso em: figurino, maquiagem e
caracterização. Pois, sejam os personagens humanos que usam figurinos de cair o
queixo, sejam os alienígenas que são para ninguém colocar defeito, inclusive, destaque para uma cena em que eles reúnem todos os representantes do Alpha,
o expectador pode ficar ainda mais impressionado, é notável até o jogo de
câmeras para mostrar detalhes de figurino e maquiagem.

Para concluir, podemos
notar que Valerian e a Cidade dos Mil Planetas tem tudo para
ser grande e fazer história dentro do cinema, porém isso talvez não aconteça,
devido a alguns fatores, principalmente roteiro e a escala do elenco. Mas, o
filme é bacana para aqueles que souberem ver com bons olhos e não me refiro
apenas a questão estética. O filme se passa em um período onde seres humanos e
alienígenas vivem em conjunto, porém não foi o aconteceu com o planta Mül e
seus habitantes, portanto, por trás, se trabalha essa questão de respeitar
as diferenças e aponta os desvios de caráter do ser humano,
principalmente inserido numa posição de poder e arbitrariedade. Para o grande
público, pode-se tratar de um grande e bom filme. Agora para aqueles que já
estão acostumados com filmes com o mesmo estilo (que são muitos blockbusters), será apenas
mais um, sem nada muito especial, mas vale a pena conferir e tirar as suas
próprias conclusões, pois principalmente em 3D, Valerian é
uma linda viagem no tempo e espaço.   

Título Original: Valerian And The City Of A Thounsand Planets

Direção: Luc Besson 

Elenco: Dane Dehaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna, Ethan Hawke

Sinopse: Adaptação da HQ “Valerian: O Agente Espaço-Temporal”, de Pierre Christin; Jean-Claude Mézières e Évelyne Tranlé, o longa metragem conta a história de Valerian (Dane DeHaan) e Laureline (Cara Delevingne), agentes intergalácticos que são encarregados de manter a ordem em todos os territórios humanos.

Trailler

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