Nessa sexta-feira (21), foi dia de The Walking Dead marcar presença na Comic-Con, exibindo um trailer da 8ª temporada bem frenético – ao som de uma trilha que lembra muito a I’m Shipping Up to Boston do Dropkick Murphys, música que serve de abertura para Os Infiltrados -, que acabou terminando de uma forma bastante intrigante.
Afinal, qual o significado de um dos principais protagonistas da série estar de leito, acordando em uma cama de um lugar que parece um tanto quanto utópico dadas as circunstâncias atuais do grupo de sobreviventes? Já houve quem disse que tudo não passou de um sonho do protagonista e que esse é o momento em que ele desperta. Essa teoria é automaticamente descartada quando confrontada com determinada declaração dada por Robert Kirkman, o autor da série e das HQ’s de The Walking Dead, que esteve presente em um dos painéis da Comic-Con nessa sexta-feira, coisa que será parte do próximo tópico do post. Aliás, antes de colocar a carroça na frente dos bois, estejam cientes que essa parte referente ao painel com o Robert Kirkman, na qual ele fala sobre a série, sobre o processo de escrita de roteiro, personagens e tudo que circunda The Walking Dead, será dividida em sem spoilers e com spoilers, que conterá mais perguntas sobre como é ser o escritor da série e sobre a história da série, respectivamente. Então estejam cientes, que, se não viram até a 7ª temporada de The Walking Dead, a partir do com spoilers, existem revelações da série acontecidas até o ponto atual.
O painel se iniciou com as datas de divulgação da 8ª temporada de The Walking Dead (22 de outubro) e Fear The Walking Dead (10 de setembro) e seguiu com perguntas e respostas feitas pelos presentes ao carismático Robert Kirkman. Separamos algumas dessas perguntas abaixo.
Sem spoilers
Quando perguntado se ele sabia desde o início o rumo que a história iria tomar até o fim:
“Quando eu comecei The Walking Dead, eu sabia sobre a história da prisão. Sabia que eles iriam morar em uma prisão, que encontrariam o Governador e estava trabalhando a partir disso. Mas quando estava na edição 6, estava escrevendo coisas além, e é como funcionou. Eu tinha algo como 50 ou 60 edições, pedaços de história. Cada edição que escrevia continuava seguindo em frente, então eu sempre tive este grande mapa da estrada à minha frente. Acho que foi há 2 ou 3 anos atrás que tive uma boa ideia para um final definitivo e sabendo disso, passei a trabalhar rumo à ele. Eu sei exatamente para onde estamos indo e o que vai acontecer quando chegar lá. Eu não escrevi nada disso ainda, não sei porque eu faria isso. Parece tão prático e responsável(risos). Mas eu vou me lembrar, estou trabalhando em direção a isso. A HQ é muito importante para mim porque eu sei que vai ser uma longa jornada, que tem sempre algo novo que pode acontecer. Você sempre tem que planejar bastante. Principalmente onde estamos, porque é mais difícil do que nunca escrever The Walking Dead porque fizemos muita coisa. Ser capaz de manter as coisas novas e interessantes fica cada mais difícil conforme você avança. Saber qual é o final do jogo e trabalhar rumo à ele faz com que as coisas fiquem um pouco mais fáceis.”
Perguntado sobre como ele vê as mudanças sofridas pelo que ele cria na HQ:
“Eu estou envolvido, então não é como se eles dissessem ‘vamos transformar esse cara num cachorro’ e eu dissesse ‘ahh..não, eu não queria’ (risos). Muitas das vezes eu incentivo essas mudanças. É importante para mim que eu curta a série, não é muito importante, mas é importante. Se estivéssemos fazendo sempre a mesma coisa, eu pensaria ‘eu já sei o que é isso’, ‘sei o que vai acontecer’, ‘é tudo tedioso’. Quando você adiciona novos elementos e muda as coisas, é empolgante para mim porque eu posso fazer coisas novas. Se fosse por mim haveriam mais mudanças. Haveriam lasers, espaçonaves e todo tipo de loucura.”
Perguntado sobre a mudança na curva de aprendizado sobre o processo de escrita das HQ’s e da série:
“Principalmente são as coisas mais gerais que eu deveria ter sabido. Coisas como ‘você introduz uma arma no ato 1 e ela precisa ser atirada até o ato 3’, a recompensa, esse tipo de coisa. Eu tinha uma visão geral de como deveria ser, acho que eu me saí bem. Entrar em uma sala de escritores e de repente ouvir eles falarem em voz alta partes do roteiro é algo que achei meio estranho no começo. Mas sabe, a maior parte do processo não mudou realmente. Tento ser o mais flexível com as coisas o quanto posso, permito expandir as lacunas se eu ficar inspirado para poder inserir novas histórias dentro delas. Eu acho que estar na presença de outros escritores, escrevendo episódios de televisão me fez um escritor melhor. Um exemplo, antes, eu escreveria coisas que não significariam coisa alguma. Se você ver as edições mais antigas de The Walking Dead terá coisas como personagens indo até um riacho, lavando roupas e conversando sobre garrafas ou coisas do tipo. E no fim do dia isso seria importante pois criaria um relacionamento entre os personagens, mas existem mais coisas que poderiam ter sido feitas nessa cena. E hoje em dia, eu não escrevo mais cenas vazias, ou ao menos, quando o faço penso ‘eu preciso fazer isso importar mais para frente’.”
Perguntado sobre a possibilidade de haver um crossover entre The Walking Dead e Fear The Walking Dead:
“A terceira temporada de Fear The Walking Dead acontece aproximadamente no final da primeira temporada de The Walking Dead”.
Com Spoilers
Perguntado sobre quem seria o antagonista favorito:
“Negan. David Morrisey foi bom, o Governador foi demais. Ele recentemente disse em um artigo que o Governador poderia derrotar Negan, mas ele está errado (risos). Quer dizer, ele é bom, mas ele está errado. Meu favorito é o Negan porque ele tem muita personalidade, eu me divirto muito com esse personagem.”
“Chad Coleman fez um grande trabalho como Tyrese. Eu não gosto de favorecer ninguém, mas… Tyrese (risos). Ok…talvez o Glenn.”