Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017, de James Gunn)

Sessão lotada, amigos ao lado, baldes de pipoca personalizados por onde se corria a vista. Mais um lançamento do cobiçado calendário Marvel chegava às telas e, para uma pessoa que está cansando rápido dessa onda super-hero como eu, até que estava ansiosa. Guardiões da Galáxia me surpreendeu quando surgiu há alguns anos, com sua trilha sonora irreverente e personagens politicamente incorretos o suficiente para divertir com uma censura 12 anos. Para esta sequência, a missão é introduzir novas caras e abrir caminho para a nova fase do estúdio, além de trazer de volta os carismáticos rostos já conhecidos do longa original. Guardiões da Galáxia Vol.2 cumpre sua missão de entreter com louvor, cheio de piadas e referências à cultura pop dos anos 80, além de várias fan services para os lunáticos por HQ – um produto fiel à fórmula Marvel tão usada nestes últimos anos. O problema de usar a mesma receita é perder a inovação: e foi exatamente o que tivemos aqui.


A expectativa para a continuação era, no mínimo, alta, tanto de crítica quando de audiência (Guardiões da Galáxia superou US$ 700 milhões e obteve vários reviews positivos). Com uma sequência de abertura que entrega dois dos fatores mais esperados, música e um dançante Baby Groot (Vin Diesel), damos de cara com um dos créditos do longa: o excelente trabalho de efeitos visuais, com ótimo uso de cores e fotografia, em ótimos takes de batalha ao estilo Star Wars. Também de início vemos o crescimento cômico de Drax (Dave Batista) e da “coisa não-nomeada” entre Gamora (Zoe Saldana) e Star Lord (Chris Pratt), ambos bem inseridos e usados na medida certa.

Baby Groot (Vin Diesel)

Drax (Dave Batista) 


Peter/Star Lord (Chris Pratt) e Gamora (Zoe Saldana)

 À medida que avançamos no longa, no entanto, os problemas de edição e roteiro vão surgindo. Cenas empolgantes dão lugar a sequências longas em cortes quase bruscos, desnivelando o ritmo para o espectador. Ficou difícil de me importar com os Soberanos, liderado por Paragon (Elizabeth Debicki), devido à péssima condução do plot. O resgate do veterano Kurt Russell para retratar o planeta Ego em sua forma humana, que se apresenta ao grupo como pai de Peter Quill, foi amplamente divulgado e aguardado pelos fãs, mas tivemos outro tropeço com diálogos clichês e pouca construção de personagem.


Paragon (Elizabeth Debicki)

Ego (Kurt Russell) 

Outra observação vai aqui para o time de escritores: não mexa em time que está ganhando. Rocket Raccoon (Bradley Cooper) é um dos principais responsáveis pelo sucesso da saga, pela personalidade sagaz e despojada. Até a recém-chegada irmã de Gamora, Nebula (Karen Gilian) teve mais atenção que a criatura e, sim, fez falta. Nem tudo são falhas, no entanto: abrir espaço para Yondu (Michael Rooker) e Kraglin (Sean Gunn, o eterno Kirk de Gilmore Girls) rendeu ótimas sequências – destaque para a fuga de Yondu do motim feito por seu esquadrão.

Yondu (Michael Rooker) e Rocket Raccoon (Bradley Cooper)
Nebula (Karen Gilian)

Cinco cenas pós-créditos e muitas canções depois, me vi parabenizando James Gunn pelo trabalho aqui feito. Por saber aliar o que estúdio e audiência queriam, entregou um filme pipoca que cumpre seu papel de entreter, amarrando as pontas soltas e criando pontes para as próximas histórias Marvel. Alguém mais empolgado ou imerso no mundo dos quadrinhos usados de base para a saga provavelmente terá opiniões mais incisivas do que eu. Em caso positivo, peço perdão por não lhe prover material necessário: sou apenas alguém que acredita que um filme começa e termina dentro de sua duração, e se depende de seu material de origem para completa apreciação, é sinal de sua incompetência como longa-metragem. Com isto em mente, Guardiões da Galáxia vol.2 é um filme divertido e nada muito além disso – se para achar algo melhor precisarei ir à uma banca de revistas, prefiro ficar com esta opinião.



Título Original: Guardians of the Galaxy – Vol. 2

Direção: James Gunn

Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Batista, Bradley Cooper, Vin Diesel, Michael Rooker, Sean Gunn, Kurt Russell, Karen Gilian

Sinopse: Após irritar os Soberanos, o grupo é caçado pelo esquadrão de Yondu, enquanto Peter reencontra alguém de seu passado.

Trailer:




1 thoughts on “Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017, de James Gunn)”

  1. É um maravilhoso filme, divertido e eu desfrutei muito. É um dos filmes mais divertidos que já vi, gostei muito como se desenvolve a história, o roteiro é muito divertido para pequenos e grandes, em todo momento nos fazem rir. Eu gostei muito a participação de Dave Bautista, ele é um ótimo ator, recém o vi em Blade Runner 2049, é excelente! Quero ver novamente, é um dos melhores filmes de drama eu gosto como interpreta o seu personagem, é um filme muito original. Acho que o diretor Denis Villeneuve fez um ótimo trabalho no filme, ele conseguiu fazer uma sequela impecável e manteve a mesma atmosfera. A fotografia é impecável e o elenco é incrível.

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