Crítica: A Nona Vida de Louis Drax (2016, de Alexandre Aja)

A Nona Vida de Louis Drax é o novo filme de Alexandre Aja, diretor de filmes como Espelhos do Medo e Piranha (2010). O longa foi baseado no livro de Liz Jensen e é estrelado por astros como Jamie Dornan, Aaron Paul e Oliver Platt. Ele contém uma trama envolvente e que é contada de forma interessante, pois a todo o momento os segredos que cercam a vida do personagem-título desafiam a lógica do espectador. Quando menos esperamos, o final se aproxima e toda a nossa curiosidade, angústia e emoção adquiridos fecham com chave de ouro. Então vem comigo saber mais sobre esse engenhoso garotinho Louis Drax, que certamente vai superar as expectativas de quem assistir sem a menor pretensão, como eu assim o fiz.

Louis Drax não é um menino comum. Prestes a completar 9 anos e dotado de uma imaginação mórbida, Louis todo ano sofre algo terrível e misterioso que ameaça tirar sua vida. Sua mãe, Natalie, vive em pânico constante. Já seu psicólogo se vê perplexo diante desse fenômeno, visto que o garoto está sempre entre a vida e a morte. Até que em um piquenique com a família, Louis acaba caindo de um penhasco. Dado como morto, ele volta milagrosamente à vida, mas entra em coma profundo. Sua única chance de recuperação é o Dr. Allan Pascal. À medida em que o caso do menino se torna um desafio para o médico, Pascal logo se vê envolvido pelas intrigantes circunstâncias de seu acidente: será que a queda foi mesmo acidental? Apenas Louis detém a resposta, mas ele não pode se comunicar. Ou pode?

Bom, em primeiro lugar cito novamente a questão de que ao ganhar sua versão cinematográfica, praticamente toda adaptação literária sofre deslizes aqui e ali, visto que são poucas as vezes que um filme fica 100% igual ao livro. Entretanto, admito que independente de eu nunca ter lido o livro, após o desfecho da película me deu uma vontade imensa de lê-lo, porque o enredo é genial! E com o propósito de sugerir essa improvável – porém fantástica – ideia é que o telespectador adentra em cenários de cores vivas, onde a linda fotografia é muito colorida e temos a impressão de que estamos em um sonho, no qual não sabemos se o que acontece é real ou ilusão. Aliás, um ponto forte a destacar foi a tática usada pelo diretor em criar uma atmosfera viva e ao mesmo tempo sombria. Essa troca simultânea de nitidez simula um fluxo que funciona ao longo de sua duração de aproximadamente 1 hora e 40 minutos. Felizmente ela ocorre sem o menor problema!

Das atuações, todas estão na média. Interessante ver como a reflexão que os figurantes passaram foi eficiente, sem ter precisado ser vago ou melodramática. Pra começar, no elenco temos rostos como o de Jamie Dornan, de Cinquenta Tons de Cinza, no papel do Dr. Allan Pascal. Seu personagem não deixou a desejar (coisa que muitos acharam de seu último trabalho como o enigmático Christian Grey) e Jamie consegue segurar as pontas, contribuindo bastante para os mistérios ocultos da obra. Já Aaron Paul, do seriado Breaking Bad, manda bem como sempre nas telas, encarnando um Peter que surpreende nas diversas cenas que rouba. Contamos ainda com a presença de Sarah Gadon, de O Homem Duplicado, na pele da mãe de Louis Drax, Natalie. Ora há cenas em que ela age de um jeito meio suspeito, ora um pouco forçado, mas é como dizia Aldo Novak: “não é a primeira impressão a que fica. É a última. Apenas certifique-se de que a primeira não seja a última”. Isso define o que Sarah realiza e a razão pela qual tudo aquilo está acontecendo na melhor das hipóteses te deixará perplexo. Na pior delas, chateado.

Ademais, o único ator que em minha visão ficou devendo foi Oliver Platt, de O Homem Bicentenário, como o Dr. Perez. Não que sua atuação tenha sido horrível, mas foi morna, mais “água com açúcar”. E é claro que não poderia deixar de citar a performance de Aiden Longworth, da série Timeless, que foi maravilhoso ao incorporar o protagonista. Devido ao fato de que a sua atual e peculiar condição de vida o torna uma criança diferente das outras, Aiden nos cativa naturalmente a Louis! Com satisfação é que somos inclusive atraídos para este universo fantasioso, através de uma mensagem comovente transmitida ao público, daquelas que não estamos acostumados a assistir.

Por fim, A Nona Vida de Louis Drax é um daqueles filmes que no primeiro ato te prende, no segundo te fisga e no terceiro te pega pensando em como nem tudo ali é o que parece. Sendo assim, caso você esteja procurando por um entretenimento diferente que mescle os gêneros de drama, mistério e fantasia, fica a minha dica para seu fim de semana! Afinal, o que não falta é gente nesse mundo que goste de conferir uma história misteriosa, atraente e sobretudo, que não desista de fugir do padrão hollywoodiano!

Título Original: The 9th Life of Louis Drax

Direção: Alexandre Aja

Elenco: Aaron Paul, Jamie Dornan, Oliver Platt, Aiden Longworth, Sarah Gadon, Alex Zahara, Anjali Jay, Barbara Hershey, Bekcham Skodje, Dakota Guppy, Fiona Vroom, Jane McGregor, John Hainsworth, Julian Wadham, Lina Roessler, Luke Camilleri, Michael Adamthwaite, Molly Parker, Nels Lennarson, Terry Chen.

Sinopse: a trama gira em torno do jovem Louis Drax, que sofre uma queda quase fatal no seu aniversário de nove anos. Na tentativa de desvendar as estranhas circunstâncias que cercam o acidente do garoto, o Dr. Allan Pascal mergulha no mistério e passa a testar os limites entre a fantasia e a realidade.

Trailer:



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