Crítica 2: Um Momento Pode Mudar Tudo (2015, de George C. Wolfe)

Um Momento Pode Mudar Tudo é um drama estadunidense que parece ser uma versão feminina de Os Intocáveis, mas mesmo com as semelhanças, o longa têm suas diferenças, os toques de comédia são menores, o filme acaba sendo mais dramático e Hilary Swank é um monstro em cena.




O diretor é o Gerorge C. Wolfe, ele é mais conhecido por seu extenso trabalho na Broadway, onde produziu e dirigiu diversos sucessos, entre eles, The Normal Heart, Angels in America: Perestroika e The Wild Party. Um Momento Pode Mudar Tudo é seu segundo longa e já pode ser considerado seu melhor filme, já que o primeiro é o fraco Noites de Tormenta.

O filme tem uma introdução péssima aos personagens, o primeiro ato é terrivelmente ruim, eu pensei que viria uma enorme bomba por aí. A Bec (Emmy Rossum) é super exagerada, parece que fizeram questão demostrar que ela é desajeitada, sem nenhuma sutileza, mas depois dos 25 minutos o filme engata, começa a ter ritmo, os personagens começam a se desenvolver e nós começamos a ter apego neles, principalmente na Kate (Hilary Swank). Conforme a doença vai avançando, Kate consegue cativar ainda mais, muito isso se deve a performance excelente da Hilary Swank, claro.

O roteiro têm suas falhas, principalmente no começo do filme, depois ele começa a ficar mais redondo e ajuda no desenvolvimento do filme. Um dos defeitos do roteiro (talvez da trama, em si) é que é previsível, uma surpresa ou outra, mas logo no começo do filme já sabemos que rumo a história vai tomar. Os diálogos não são maçantes, mas também não são enxutos, falta um pouco de síntese, um pouco de sutileza e naturalidade, mas nada muito prejudicial. O principal foco do roteiro é a relação da Bec com a Kate, até o Evan (Josh Duhamel) fica um pouco de lado, mas aos poucos vamos conhecendo melhor a história de Bec e entendendo melhor o que a levou ser tão rebelde.

A trilha sonora é outro ponto alto do filme. É sútil, é bonita e nas cenas finais é fundamental para que o drama aconteça de forma convincente.

O elenco está ótimo, Hilary Swank trabalha como ninguém, não consigo imaginar nenhuma outra atriz que faça esse trabalho físico tão bem feito, ela faz todo um trabalho complexo com a voz, é impecável, nas cenas de drama mostra uma carga dramática incrível, enfim, uma performance digna das premiações. Emmy Rossum não fica atrás como a rebelde Bec, sua performance cresce junto com o filme, nas cenas finais ela está soberba. Certamente Hilary e Emmy estão melhores que algumas atrizes que foram indicadas ao Oscar em 2014/2015. Até Josh Duhamel que não costuma estar nem médio, aqui mostra um bom trabalho. O elenco secundário poderia ser mais aproveitado, principalmente Loretta Devine, que nos poucos momentos que aparece, dá um show.

Um Momento Pode Mudar Tudo não reinventa o gênero, ele usa de elementos clichês em sua narrativa e nos remete muito ao ótimo Os Intocáveis, mas ainda assim consegue ser bom, seu melodrama é bem construído e junto as as performances brilhantes de Hilary e Emmy, nos comove.


Título Original: You’re Not You

Direção: George C. Wolfe

Elenco: Hilary Swank, Emmy Rossum, Josh Duhamel, Stephanie Beatriz, Jason Ritter, Loretta Devine, Julian McMahon

Sinopse: Kate é uma pianista e design bem sucedida, que é diagnosticada com uma doença degenerativa, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), que é fatal e só piora com o passar do tempo. Kate não quer ser tratada como uma paciente comum e contrata e jovem Bec, que não tem muita noção de responsabilidade. As duas são os opostos, mas com o tempo aprendem que mesmo com suas diferenças, podem se tornar grandes amigas.




Trailer




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