Crítica: A Chegada (2016, de Denis Villeneuve)



A Chegada é o mais novo filme do já conhecido diretor Denis Villeneuve, responsável por thrillers envolventes como Os Suspeitos de 2013 protagonizado por Hugh Jackman e Jake Gyllenhaal e o premiado Sicario: Terra de Ninguém de 2015 indicado para 3 estatuetas no ano em que concorreu.

Neste novo longa, acompanhamos a história de Louise Banks (Amy Adams) que é convocada pelo Coronel Weber (Forest Whitaker) para investigar uma estranha nave alienígena que pousou nos Estados Unidos e se assemelha com mais outras onze naves espalhadas pelo mundo. Na base do governo, Louise e Ian (interpretado por Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro dos Vingadores) lideram uma equipe que devem interpretar os sons que estes extraterrestres emitem e tentar descobrir qual é a verdadeira intenção destes seres.

O envolvimento da doutora com o trabalho, se mistura com lembranças de sua filha e se intensifica de acordo com a evolução de sua tradução, fazendo-a acreditar que há alguma ligação entre estes alienígenas e sua família.

O filme é centrado nas angústias da personagem de Amy Adams, que entrega uma atuação belíssima e carrega muito bem o filme. Fazendo justiça a especulação de que a atriz de 42 anos será indicada pela sexta vez ao Oscar e pela sétima vez ao Globo de Ouro onde ela tenta seu primeiro prêmio como Melhor Atriz – Filme Drama (Amy ganhou o prêmio nas últimas premiações pela categoria Melhor Atriz – Comédia ou Musical por Trapaça de David O. Russell em 2014 e Grandes Olhos do diretor Tim Burton em 2015.)

Já o outro premiado ator que participa desde longa, Forest Whitaker (vencedor do Oscar de melhor ator em 2007 pelo longa O Último Rei da Escócia) é o ponto mais frágil do filme. O personagem vivido por Forest é apenas um “Líder do exército” sem personalidade nenhuma e de forma extremamente superficial tenta conduzir a experiência central do filme (o contato entre extraterrestres e humanos), mas se torna um personagem descartável. A crítica negativa aqui vai tanto para a construção do personagem, quanto para o ator que não conseguiu extrair nada de sua participação no filme.

Quanto aos outros atores, Jeremy Renner executa sua atuação na média, assim como nos filmes em que ele participa da Marvel, faz o papel de homem americano comum que pouco acrescenta no filme, mas tem alguns momentos na hora em que se mostra um homem responsável de meia idade. E Michael Stuhlbarg (conhecido pelo recente papel em Doutor Estranho como Dr. Nicodemus West) entrega uma boa atuação, apesar de seu personagem não ter sido muito bem trabalhado.

A direção de Dennis Villeneuve é excelente. O canadense realmente é um dos grandes diretores da atualidade e demonstra isso em todas as cenas do filme. Mostra, assim como em todos os seus outros filmes, que cada cena tem um propósito e que se encaixa perfeitamente a cena seguinte e, consequentemente, com o filme todo. Villeneuve também prova sua habilidade em dirigir um filme com muito CGI. Claro que Villeneuve já havia duplicado Jake Gylenhall em O Homem Duplicado de 2014, mas o ponto de impacto em A Chegada está pautado nas misteriosas criaturas dentro de uma nave vinda do espaço.

Já o roteiro do filme é um pouco inconsistente apesar de ser tudo bem explicado. A apresentação da personagem principal é interessante e a tensão ao entrar na nave é realmente muito bem criada, o mistério da linguagem alienígena e a possível relação com a vida da protagonista é trabalhada de uma forma intrigante durante o filme todo. Mas ele também tem alguns problemas, o roteiro, principalmente no acampamento do exército, parece ser feito com alguma preguiça o que reflete na resolução do filme, que, apesar de tudo, consegue ser sensível do começo ao fim.

Ao fim da película a possível reação de quem assiste é uma vontade de aplaudir a obra ao término da sessão misturada com a sensação de que o filme poderia ter sido algo a mais pelo que ele prometia.

Mesmo com os defeitos, é certo dizer que o filme está entre os que merecem ser vistos neste ano de 2016 e sua participação na cerimônia do Oscar não será nenhum absurdo. Principalmente com a direção de Denis Vileneuve e a atuação de Amy Adams.

O filme pode agradar fãs de filmes como Contato de 1997 (Estrelado por Jodie Foster) e é muito semelhante ao argumento de Interestelar de 2014 (dirigido por Christopher Nolan) o que certamente causa uma comparação óbvia.

Título Original: Arrival

Direção: Denis Villeneuve

Elenco: Amy Adams, Forest Whitaker, Jeremy Renner, Michael Stuhlbarg, Tzi Ma, Carmela Nossa Gizzo, Abigail Pniowsky, Julia Scarlett Dan

Sinopse: Quando seres interplanetários deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks (Amy Adams), uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se os alienígenas representam uma ameaça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.



TRAILER


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