É com base nessa proposta interessante que o roteiro de O Matadouro se desenvolve. Essa ideia de certa forma me lembrou o longa 13 Fantasmas. A trama começa nos apresentando a repórter Júlia que inicia uma investigação acerca do desaparecimento de cômodos que foram utilizados para cometer crimes graves. Boa parte da premissa fica nesse plot de investigação, o que acaba sendo um dos maiores erros da película, pois no meu caso e acredito que de todos que acompanharam a divulgação já sabiam da proposta do filme e inevitavelmente o motivo do desaparecimento desses locais , o que acaba tirando qualquer suspense em torno desse mistério. Então qual seria o motivo de uma trama de investigação que já sabemos a resposta? Fico por entender.
Outro aspecto negativo é o subaproveitamento da tal casa mal-assombrada que só da as caras nos 20 minutos finais do filme, que é justamente o momento em que a história começa a empolgar, mas que não são suficientes para apagar toda uma trama arrastada, confusa, com diálogos longos e que demora a engrenar. Os personagens são todos ruins e mal desenvolvidos, Jessica Lowdes (Altitude e Autópsia) até se esforça para entregar uma boa atuação, mas o roteiro ruim a impede de conseguir um resultado satisfatório. Outra atriz que também acaba sendo desperdiçada em um papel ridículo é a veterana Lin Shaye (Sobrenatural).
Como pontos positivos destaco toda a ambientação, o interessante é que mesmo a história se passando nos dias atuais ele tem um clima meio antigo principalmente pelos figurinos, carros e construções de época que acabam contrastando com as tecnologias dos dias atuais, algo bem peculiar. Outro ponto que merece destaque é a casa mal-assombrada que apesar de ser pouco aproveitada chama a atenção pela riqueza de detalhes, uma pena ela não ter sido aproveitada de maneira correta o que acaba nos deixando mais frustrados pelo grande potencial desperdiçado.
No geral, O Matadouro é mais um daqueles filmes medianos que tinha muito mais a oferecer. Confesso que esperava outro tipo de história com uma pegada totalmente diferente. O diretor Darren Lynn Bousman (Jogos Mortais 2, 3 e 4) poderia ter entregado um dos melhores filmes de terror desse ano, mas ao contrário ele investe em uma trama desinteressante, que não funciona nem como terror e muito menos como um suspense. Nem nas mortes, uma das especialidade do diretor há novidades ou algum impacto. A produção num todo carece de identidade e ousadia. Não recomendo.