Crítica: Visões de um Crime (2011, de Julien Magnat)

Lançado em 2011
direto para DVD com distribuição da California Filmes, o longa ‘Visões de um
Crime’ é um tenso thriller cuja temática abordada é inusitada, porém inovadora.
Estrelado por Milla Jovovich, Sarah Wayne Callies e Julian McMahon, a história
é repleta de muito suspense e aborda um tema pouco visto em outros filmes, mas
que possivelmente convença a maioria dos telespectadores.



A história gira em torno de Anna Marchant, professora de uma escola
primária que vive com o namorado Bryce em um aconchegante apartamento e frequentemente se encontra com suas melhores amigas Francine e Nina para beber e papear.
Quando Anna está cruzando uma ponte para se encontrar com Bryce, ela vê um serial killer matando uma mulher. Ela corre, mas é atacada pelo
assassino e cai da ponte, batendo fortemente sua cabeça. Após ficar em coma por
uma semana, ela acorda e descobre que sofreu um dano cerebral seguido de
Prosopagnosia, uma desordem da percepção facial onde a habilidade de reconhecer
rostos é comprometida, enquanto a de reconhecer outros objetos fique parcialmente intacta. Neste meio tempo, o detetive da polícia Sam Kerrest tenta
fazer com que Anna lembre do rosto do matador, porém não obtém êxito.
Agora, o assassino sabe que Anna viu seu rosto, mas que é incapaz de reconhecer o rosto das pessoas ao seu redor. Com uma
trama bem desenvolvida, o diretor resolveu encaixar uma proposta não muito
vista em outros filmes. Além disso, a tal doença que Anna sofre é uma das mais
bizarras que existem, sério. Curti a premissa que ele nos entregou, foi uma bela surpresa.




Sobre o roteiro dele, infelizmente houve alguns deslizes, porém não tão
graves que comprometam o desenrolar geral da fita. Em minha opinião, a
sequência de eventos que ocorrem do início ao fim foi aceitável. Todavia,
muitos talvez vejam a cena em que ela presencia o crime de acordo com outro
ponto de vista e a achem estranha pelo simples fato do rosto do homicida não
ser muito velado. Digo isso por mim, que percebi a falta de um jogo de câmeras melhor ali, que escondesse melhor a identidade dele. Tanto que o próprio resmungo do serial killer na versão dublada fica meio claro
(os mais atentos vão se ligar). Outro detalhe foi com relação à visão de Anna em si. Há uma parte em que ela está se olhando no espelho e enxerga outro
rosto; os ângulos focam no rosto dela e o da outra mulher, alternando-se
várias vezes, sem problemas. A questão é que no início da tomada, a câmera
cometeu o erro de mostrar outra atriz no lugar dela (descuido que
alguns certamente notarão). Ademais, da metade até o final o ritmo se manteve acelerado e esses errinhos no quesito fotografia deixam de atrapalhar os mais
concentrados. O enredo então passa a revelar mistérios que testam a
lógica do espectador. Afinal, o assassino poderia estar bem na sua frente e
ainda assim ela não o reconheceria, pois não o faz com ninguém. Qualquer um é
suspeito para Anna…

Por outro lado, o ponto
alto aqui é a atuação de alguns atores: no topo está Milla Jovovich, de ‘Resident
Evil’ e ‘A Trilha’, como a protagonista principal. Anna é uma mulher que tinha
a vida perfeita, mas vê tudo virar de cabeça pra baixo após o trágico acidente.
Abalada, ela se encontra preocupada e teme o “jogo de gato e rato” que o assassino possa tramar se aparecer de repente. A bela
atriz sempre dando o melhor em suas performance, aqui não foi diferente;
Jovovich arrebenta e tenta a qualquer custo achar o criminoso, pois não irá
desistir tão fácil. Temos também Julian McMahon, de ‘Quarteto Fantástico’ na pele do
detetive Sam Kerrest, sujeito mesquinho que em sua personalidade demonstra
arrogância e ao mesmo tempo cuidado com a situação de Anna; o ator foi razoável
e seu personagem é de extrema importância, rendendo vários dos momentos
eletrizantes da película. No elenco ainda estão rostos como Sarah Wayne Callies, de
‘The Walking Dead’ como a festeira Francine, ‘Michael Shanks’ como Bryce, marido de Anna, ‘Valentina Vargas’ como Nina e ‘David Atrakchi’ como Lanyon, homem enigmático que também está envolvido nas
investigações do caso. Todos tiveram boas performances e embora o
nível do carisma oscile bastante entre eles (vários atores interpretaram o
mesmo papel, só variam no decorrer), penso que souberam segurar os papéis e
entreter o público. Sua duração é de 1 hora e 40 minutos que passa
despercebida pra quem se envolver com a trama. Eu particularmente não achei
cansativa; diria que está na média para um thriller com uma história simples. A
trilha sonora, que ficou por conta de John McCarthy, também foi interessante e conta com faixas frenéticas presentes nas cenas frenéticas. No entanto, a melhor
sem dúvidas é a ‘1000 faces’, da cantora Terra Naomi.

Em suma,
indico-o aos fãs de suspenses policiais. Apesar das poucas falhas que
apresenta, não é de se jogar fora (volto a ressaltar que já vi piores). Foi intrigante a ideia que os produtores tiveram de preparar os embates entre
assassino e vítima de forma curiosa, uma vez que a mesma não é capaz de
distinguir a aparência física dele. Portanto, valeu pela criatividade!



Nota: 7,5




Título Original: Faces in the Crowd


Direção: Julien Magnat


Elenco: Milla Jovovich, Julian McMahon, Michael Shanks, David Atrakchi, Alicia Johnston, Marianne Faithfull, Onalee Ames, Sandrine Holt, Sarah Wayne Callies, Sebastien Roberts, Valentina Vargas.


Sinopse: A história é centrada em Anna Marchant (Jovovich) uma mulher que é violentada por um assassino e acorda em um hospital com uma lesão na cabeça, que faz com que ela não consiga visualizar o rosto das pessoas. A vítima se torna uma portadora de prosopagnosia, uma desordem rara da percepção da face que danifica o reconhecimento dos rostos. Agora, a moça precisa encontrar uma maneira de reconhecer o serial killer quando vê-lo.



Trailer:
BÔNUS:
Faixa da Trilha Sonora Original: ‘1000 Faces’ – Terra Naomi

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