Crítica: Frankenstein (2015, de Bernard Rose)

Pouco divulgado
em massa, o longa ‘Frankenstein’ chegou ao circuito brasileiro há poucas semanas atrás
(repare que nos EUA ele estreou em Outubro do ano passado) e anda dando o que falar.
Afinal, são inúmeras as adaptações já lançadas no cinema; todas baseadas no livro da renomada
autora Mary Shelley. O que posso dizer é que esta nova versão merece ser conferida! 
Preparem-se para elementos cujas características ainda que pesadas, não deixam de ser interessantes.
Situado em Los Angeles, dias
atuais, a trama é narrada inteiramente pela perspectiva de Adam. Após ter sido
criado artificialmente e deixado pelo excêntrico casal de cientistas para
morrer, ele é confrontado com nada além de agressão e violência do mundo ao
seu redor. Esta perfeita criação torna-se um monstro desfigurado e é obrigado a enfrentar o terrível comportamento da humanidade. Através do seu ponto de vista acompanhamos sua estranha entrada na sociedade, além do discernimento para entender tudo o que acontece a sua volta. Devido à situação em que ele se
encontra, o espectador adentra na vida do personagem de tal forma que
desenvolve uma afinidade com Adam. Suas emoções mais profundas são postas a prova,
bem como o impossível desejo dele de viver como um ser humano comum; realço que
esse é um dos aspectos que mais me impactou. Ademais, as consequências
deixadas pelo seu corpo também foi algo chocante e a maneira como tais
características são exibidas talvez cause desconforto nos mais sensíveis. Por isso aconselho que somente quem tiver estômago forte o assista.



No elenco destaco Xavier
Samuel, de ‘A Saga Crepúsculo – Eclipse’ e ‘Amor Sem Pecado’, na pele de
Frankenstein. Seu personagem é bem carismático e transmite sentimentos como: ódio, dúvida, amor e incertezas; tanto que
durante o filme todo nos é explicado que apesar da aparência jovem,
ele se comporta feito um bebê. Já Danny Huston, de ‘X-Men Origens – Wolverine’
e ‘American Horror Story – Coven’ incorpora o icônico Viktor Frankenstein, que tem uma atuação plausível, porém apareceu pouco; poderiam ter dado mais ênfase
nele. Temos ainda Carrie-Anne Moss, de ‘Paranóia’ conhecida pelo papel de Trinity
em ‘Matrix’, interpretando aqui Marie, mulher de Viktor. Com uma performance muito boa, sua protagonista serve de ligação para o passado, presente e futuro de Adam. É a real motivação
despertada por ele desde a 1ª vez que abriu os olhos e se lembrou dos momentos que passou com ela; é aí que entra o lado do drama. O enfoque parte para a relação de origem que ele teve ao lado de Viktor e Marie no laboratório, marcada
por segredos e mentiras. Em seguida, depois de eventos que separam os criadores da sua criatura, vemos a reação das pessoas ao observarem Adam: ali temos noção de quão cruel um indivíduo pode ser ao se referirem a ele como uma “aberração da natureza”. Após cair nas mãos dos policiais Rubin (John Lacy) e Johnson (Mary Gallagher) e conseguir fugir, Adam conhece Eddie, mendigo cego que vive a vida vagueando pelas ruas e o acolhe sem saber da sua condição. O ator Tony Todd, de ‘Premonição 5’ tem uma bela atuação e foi o alívio cômico da trama.

O roteiro infelizmente teve alguns furos sim, como qualquer filme está sujeito a ter. Entretanto, eles não
atrapalharam muito o desempenho no geral. Seu enredo não é ruim, com certeza
já vi piores. Só o desenrolar que pode soar meio arrastado para os impacientes e o famoso “gore” certamente irá causar repulsas.
No entanto, é preciso compreender que ambos os aspectos às vezes fazem parte do contexto. O tempo de duração está em torno de 1 hora e meia
e não me pareceu nem um pouco cansativo (olha que tem sido raro achar um que não
pareça). Quanto a sua trilha sonora, é bem regular. O compositor Halli Cauthery ficou
devendo um pouco no quesito qualidade, pois as músicas tocadas não foram tão cativantes; faltou
aquele embalo de ouvir uma faixa e se encantar por ela.

Concluo dizendo
que embora pequenas falhas existam ao longo da obra, é possível passar por cima delas e encará-lo pura e simplesmente pela história. Portanto,
 ‘Frankenstein’ será um deleite para fãs do
conto clássico que também esteve presente em outros filmes e séries, como:
‘Van Helsing – Caçador de Vampiros’, ‘Frankenweenie’ e ‘Penny Dreadful’. Quem aprecia ficções científicas, não o perca de vista. Fica a
dica para seu fim de semana!





Nota: 8


Título Original: Frankenstein


Direção: Bernard Rose


Elenco: Carrie-Anne Moss, Xavier Samuel, Danny Huston, Tony Todd, Sandra Rosko, Mckeena Grace, Peter Adrian Sudarso, Carol Anne Watts, Ron Roggé, James Lew, Maya Erskine, Mary Gallagher, Adam Nagaitis, Jorge-Luis Pallo, John Lacy.

Sinopse: ‘Frankenstein’ se passa em Los Angeles e diz inteiramente a partir da expectativa do monstro. Depois que ele é criado artificialmente, em seguida, deixado para morrer por uma equipe de cientistas excêntricos, Adam é confrontado com nada além de agressão e violência do mundo em torno dele. Este monstro desfigurado que virou uma criação perfeita deve vir enfrentar a natureza terrível da humanidade.


Trailer:

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