Crítica: Angry Birds – O Filme (2016, de Clay Kaytis e Fergal Reilly)




‘Angry Birds’ foi um dos sucessos da temporada de verão americano de 2016 (que durou de Maio a Agosto), custando 80 milhões de produção e arrecadando quase 400 milhões. Com esta bilheteria e uma continuação já encomendada, a franquia dos pássaros estressados tende a crescer. Baseado no game de mesmo nome, para plataformas variadas como Android e de dispositivos móveis, o joguinho já teve vários estilos e formatos, rendendo inclusive alguns filminhos bem infantis lançados para DVD e TV. Até a versão do jogo ‘Angry Birds Star Wars’ já recebeu um destes filmes. Mas como super lançamento nos cinemas, esta é a primeira adaptação. O que dizer do filme?


Talvez um dos poucos defeitinhos seja o roteiro, que não apresenta nada inovador ou muito maduro. Em tempos de ‘Divertida Mente’ e ‘Zootopia’, que se apresentam como obras complexas e cheias de morais realistas, ‘Angry Birds’ é mais infantil e bobo, se assemelhando comparativamente com ‘Minions’. E na verdade isso acaba sendo bom, pois mesmo que clichê, quem diria que o joguinho de celular iria render um filme com uma história razoável? Focando no humor e na aventura, o longa brevemente faz uma crítica ao estresse do homem no dia-a-dia, onde tudo parece nos irritar. Mas para manter a atenção das crianças, isso não é aprofundado, preferindo assim direcionar esta “raiva” dos pássaros para um lado bom: no resgate de seus filhotes e ovos. Aí entra outro elemento sutil do roteiro: que a raiva, quando bem direcionada, pode ter uma função. Claro que não estamos falando que todo mundo deve ser irritado e violento. Mas a questão é que há situações que exigem um estresse e uma atitude mais radical, aqui no caso é vida ou morte dos filhotes. Mesmo que sutilmente, esta questão é levantada de maneira leve e bem descontraída.




A direção do filme é correta, trazendo alguns avanços de câmera e foco nas expressões das personagens bem interessantes, às vezes resultando em takes e frames peculiares. Se os cineastas Clay Kaytis e Fergal Reilly não inovaram, ao menos fizeram um trabalho correto e com breves momentos interessantes. Os personagens possuem carisma. Se falta profundidade nas personalidades, ao menos entretém despretensiosamente. Mesmo que caricatas, divertem. E os filhotes são de uma fofura que não tem como não gostar. A maior parte das piadas são bem infantis, agradando a criançada e talvez afastando os adultos mais exigentes. Mas no geral funcionam. Mas tem algumas piadas implícitas ali. Mais uma vez se assemelha com ‘Minions’ nesta questão, 95% das tiradas cômicas são bem bobinhas, mas tem uns 5% em que notamos certo cunho de duplo sentido que os adultos entenderão, numa clara tentativa de também manter o interesse dos mais velhos.


A animação possui uma ótima qualidade, com um CGI bem trabalhado. As penas das aves tem movimento com o vento, sombra e reflexo de luz. Os cenários com água também são bem trabalhados. É interessante como alguns detalhes lembram os jogos. Mesmo que clichê, consegue extrair do pouco material do game uma história divertida. O resgate no final é bem eletrizante, cheio de tomadas aéreas e muita maluquice. ‘Angry Birds’ pode não ser a melhor animação do ano ou a mais madura, mas diverte fácil e agradará as crianças e os fãs do joguinho. E até eu que sou adulto e não costumo jogar, achei bem divertido. Em um ano em que o cinema começa a mostrar uma certa decepção na maioria dos filmes bastante esperados, as animações tem feito bonito. Veja sem compromisso e se divirta.


NOTA: 8





Título Original: Angry Birds


Direção: Clay Kaytis e Fergal Reilly


Elenco: vozes originais de Jason Sudeikis, Josh Gad, Danny
McBride, Bill Hader e Peter Dinklage. Vozes nacionais de Fabio
Porchat, Marcelo Adnet e Dani Calabresa.


Sinopse: o filme nos leva a uma ilha populada inteiramente por pássaros
felizes e que não podem voar – ou quase inteiramente. Neste paraíso, Red, um
pássaro com problemas de temperamento, o veloz Chuck, e o volátil Bomba sempre
foram excluídos. Mas quando a ilha é visitada por misteriosos porquinhos
verdes, cabe a estes improváveis rejeitados descobrir o que os porcos estão
tramando.



Trailer: 
















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