Crítica: Hardcore Henry: Missão Extrema (2016, de Ilya Naishuller)






‘Hardcore Henry’ é aquele tipo de filme que vale a olhada por ser experimental. O filme traz uma ação em primeira pessoa, do ponto de vista dos olhos do protagonista, um ciborgue vítima de um experimento, que precisa fugir e destruir uma organização. O filme vem chamando a atenção por apresentar cenas insanas e ultraviolentas. Seria uma mistura de ‘RoboCop’ com jogos de tiro em primeira pessoa como ‘CS’ e ‘Call of Duty’, com a insanidade do ‘Deadpool’ e a câmera nervosa de ‘Cloverfield’. 



Falar das atuações ou do roteiro deste filme é quase um sacrilégio, uma vez que estes elementos nunca foram preocupação na produção. Estamos diante um verdadeiro frenesi de tiro, facada, morte e uma boa pitada de ficção científica. E mesmo assim ao menos o roteiro é razoável, entregando pontos científicos já manjados de maneira coerente. Temos alguns mistérios e detalhes sendo revelados aos poucos. No final temos uma série de reviravoltas envolvendo diversos personagens. O vilão possui poderes telecinéticos e um visual que lembra vilões típicos de animes e mangás. O herói seria uma espécie de ‘RoboCop’. Há todo um clima neon (luzes, papel de parede) chamativo, que embora pareça ser em um futuro próximo da realidade, também lembra a cultura cyberpunk oitentista. Inclusive toda a trilha sonora contém diversas músicas conhecidas, dando um ligeiro clima nostálgico.



Sharlto Copley (de ‘Distrito 9’) interpreta um cientista em uma cadeira de rodas e seus diversos clones ciborgues, cada um com uma caracterização extrema. De soldado confederado a hippie, o ator mantém um timing engraçado. A bela Haley Bennett traz uma personagem ambígua, mesmo que um tanto deixada de lado no fim das contas. Para uma produção independente e de baixo orçamento, os efeitos especiais estão bons. A pouca computação é boa e na maior parte os efeitos trazem características plásticas e de maquiagens muito bem elaboradas.

O diretor Ilya Naishuller entrega um filme frenético, que dosa bem fantasia, violência extrema e um humor negro sarcástico. Mesmo que pouco conhecido devido ao pouco investimento, o longa ganha vida no sentido autoral. As cenas de tiro, porrada e luta são infindáveis. Realmente parece que você está maratonando um jogo com diversas fases, para bater final numa jogada só. Temos pulos, lutas corporais, perseguições a carro, subida e queda de naves e helicópteros, cenários de guerra, perseguição a tanque, metralhadoras calibre 50, tudo em cenas viscerais, onde não nos poupam de sangue e corpos voando. Temos até uma luta do herói contra dezenas de homens, numa cena em que ligeiramente lembra um game survivor estilo ‘Resident Evil’. Numa primeira vista, ‘Hardcore Henry: Missão Extrema’ pode parecer um filme vazio e no quesito roteiro talvez até seja. Mas diverte fácil com um filme realmente “extremo”. Trabalha velhos clichês de maneira original. Parece que se gastou milhões na produção, de tão bem feitinha que é. É cheia de referências sutis para gamers e traz um humor ácido bem sacado. Sua pegada retrô e assumidamente de “segunda linha” traz um descompromisso bacana, que agradará aos amantes do cinema B. Uma produção que não se leva a sério e por causa disso consegue ser um dos melhores filmes de ação do ano.


NOTA: 8


Título original: Hardcore Henry


Direção: 
Ilya Naishuller


Elenco: Haley Bennett, Tim Roth, Sharlto Copley, Ilya
Naishuller, Cyrus Arnold, Darya Charusha, Danila Kozlovsky.


Sinopse: o filme, que foi destaque em
sua première no Festival de Toronto de 2015, é narrado em primeira pessoa
sob a perspectiva do ciborgue Henry, ressuscitado na eminência da morte, e que
não lembra nada sobre o seu passado. Ele parte em uma missão para salvar
sua esposa e “criadora” Estelle (Haley Bennett), sequestrada por Akan (Danila
Kozlovsky), um guerreiro poderoso que planeja utilizar a tecnologia de Henry
para criar soldados a partir de bioengenharia.







Trailer: 
















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