Crítica: Raze – Lutar ou Morrer (2013, de Josh C. Waller)


Diretor pouco conhecido da grande indústria cinematográfica
e com apenas 4 filmes no currículo, sendo ‘Raze’ seu trabalho de estreia, Josh C. Waller faz um ótimo trabalho como
diretor nesse filme. 
Para uma primeira obra, Josh executou um excelente papel na
direção, produção e no roteiro, escrito juntamente com Kenny Cage e Robert Beaucage.
O plot é bem original (salvo alguns pequenos clichês que não interferem
tanto na trama), o que faz com que o filme se destaque bastante no meio cinematográfico.
Violento, agoniante e repugnante são algumas características que podemos atribuir a ‘Raze’.



O filme mostra um grupo de mulheres que são sequestradas e
confinadas numa espécie de prisão onde há uma arena, lugar para o qual são levadas e obrigadas a lutar até a morte uma contra a outra utilizando nada além de suas próprias mãos como arma, sob a ameaça de que se qualquer uma delas se recusar a lutar, ou lutar e perder, terão algum membro de suas famílias (namorado, irmã, mãe, filha, etc, que estão sendo vigiados externamente) assassinado. Tudo faz parte de um programa no estilo “reality show” destinado a uma sociedade secreta e liderado por um casal desprezível,que através de seus subordinados, praticam contra elas agressões verbais, físicas e torturas psicológicas, além de mantê-las em celas individuais sem o mínimo de conforto e higiene, tratando-as como animais. Todas as lutas são monitoradas e exibidas para pura diversão e entretenimento de uma elite que as assiste ao vivo. No final, apenas uma sobreviverá para ser a “campeã”.



A protagonista do filme é Sabrina, interpretada por Zoe Bell, e o membro da família que corre risco de morte é a sua filha. Conforme a trama vai se desenvolvendo, somos apresentados à história de cada uma das integrantes, de forma bem rápida e sem flashbacks, tudo é contado através dos diálogos. No elenco também estão Tracie Thoms, Rebecca Marshall, Rachel Nichols, e fazendo uma aparição pequena mas igualmente importante, Rosario Dawson. Zoe, Tracie e Rosario já trabalharam juntas anteriormente em ‘À Prova de Morte’, o que dá um contraste interessante de se notar porque em ‘Raze’ as três interpretam personagens bem distintos e que enfrentam uma situação relativamente mais complexa. 




O começo já vem com tudo, dando um baque no espectador, deixando claro desde o inicio o ritmo da trama, e quem está assistindo não demora muito para sacar a pegada da história. Cenas de lutas brutais perfeitamente coreografadas, uma fotografia sombria e ótimas atuações, juntando com a originalidade da história, se cria uma atmosfera muito tensa que nos provoca reações diversas e adversas.

 O esquema das lutas friamente monitoradas e a ameaça aos entes queridos usada como principal motivação para as mulheres se submeterem a essa tortura, lembram um pouco ‘Jogos Mortais’, e as cenas de porradaria remetem à ‘Clube da Luta’, porém são mais explícitas e brutais. O desenvolvimento do roteiro ocorre muito bem, pecando apenas no desfecho, que não corresponde com as expectativas do publico, os minutos finais acabam sendo dispensáveis.



No mais, o filme cumpre com o seu papel, todo o terror psicológico provocado nos personagens acaba transparecendo aos espectadores, a atmosfera dramática e pesada funciona bem. Merece destaque por ter um enredo diferente do que se costuma ver nos filmes Hollywoodianos, cujos roteiros, em sua maioria, são moldados em histórias já conhecidas e previsíveis, com vários elementos clichês.


NOTA:8 


Direção: Josh C. Waller

Elenco: Zoe Bell, Tracie Thoms, Rebecca Marshall, Rachel Nichols, Rosario Dawson, Doug Jones, Sherilyn Fenn, Bruce Thomas

Sinopse: A história segue duas mulheres sequestradas e 50 outras mulheres, que são forçadas a lutar umas contra as outras usando as próprias mãos. Depois que Sabrina (Bell) é raptada, ela se encontra em uma toca subterrânea, forçado a lutar com outras mulheres inocentes para a diversão dos espectadores incógnitos. Cada uma dessas guerreiras relutantes tem algo a perder, mas apenas uma ficará de pé quando o jogo terminar.

Trailer:


   

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