Crítica: O Uivo (2015, de Paul Hayett)

Howl ou na tradução literal Uivo é uma produção de baixo orçamento lançado em 2015 nos Estados Unidos e que ainda está sem previsão de chegar no Brasil (como de costume). A trama é bem simples, se resume praticamente em um grupo de passageiros que estão fazendo uma viagem de trem, porém, inesperadamente a locomotiva quebra no meio do nada deixando os viajantes cercados por uma floresta sinistra a noite. Não demora muito para os passageiros perceberem que existe algo feroz e violento na floresta que esta caçando um por um dos passageiros. Agora os sobreviventes deverão se unir para permanecerem vivos até a ajuda chegar.
Sim, o filme não é nada original, mas pensando pelo lado positivo não é um carro que quebra do nada e sim um trem, então já é algo a ser ressaltado (nossa que grande novidade). Deixando a brincadeira de lado, apesar de o filme ter uma história simples ele ainda consegue ser bem eficiente (em sua maior parte). Pelo fato do longa ter uma duração curta o roteiro não perde tempo em nos apresentar superficialmente cada personagem, que aqui vão sendo desenvolvidos com o desenrolar dos acontecimentos e não só no primeiro ato, que é justamente o que acontece na maioria dos filmes com uma grande quantidade de personagens. É neste ponto que o longa acerta em cheio, pois, é quando o jogo de gato e rato começa é que começamos a conhecer melhor os personagens e a nos simpatizarmos com os mesmos.


O clima de suspense é muito eficiente e envolvente e o fato de os personagens estarem presos em um trem rodeado por uma floresta a noite e com uma criatura tentando matá-los já o suficiente para construir um bom ritmo de tensão. A trilha sonora neste ponto também ajuda muito. Para uma produção de baixo orçamento, a trilha sonora esta bem legal, frenética e eficiente.
Também é importante ressaltar a fotografia, pois, apesar do filme passar inteiramente de noite, a iluminação está perfeita e não estraga em nada na visualização das cenas, pelo contrário ajuda na construção das mesmas e a esconder alguns defeitos provocado pela falta de orçamento. As cenas que mostram o trem de cima, rodeado pelas árvores e iluminado pela lua cheia são belíssimas e dá a produção uma qualidade estética superior a outros filmes. A direção é bem ágil e envolvente. O diretor Paul Hayett já havia chamado a atenção com o excelente The Seasoning House de 2012 e apesar de Howl não ser tão bom quanto o seu primeiro filme, ele ainda acerta em boa parte do longa.




O elenco é composto por alguns rostos conhecidos como Ed Speleers (Eragon), Shauna Macdonald (Abismo do Medo 1 e 2), Elliot Cowan (Da Vinci’s Demmons) e Rosie Day (The Seasoning House). As atuações estão boas, mas, nenhuma destaca mais do que Shauna Macdonald, que está incrível e é um dos pontos mais positivos do filme. Gostei de o roteiro apresentar personagens mais comuns e próximos da realidade e não os típicos personagens estereotipados. Porém o roteiro peca em trazer situações idiotas, como quando um personagem decidi ir no meio da floresta sozinho para tentar ajudar uma pessoa, ou quando outro vai ao banheiro sozinho sabendo que tem um monstro tentando matá-lo. Enfim, são erros comuns nos filmes de terror e aqui não é diferente.
Os lobisomens estão bem caracterizados, a maioria dos efeitos são de maquiagem e em algumas cenas são acrescentados efeitos digitais mas, em uma análise geral eles estão bem feitos. Uma jogada legal da diretor foi a de não mostrar logo de cara o mostro, ele preferiu mostrar ele de relance e em partes, deixando o público curioso e apreensivo. As mortes estão legais, mas para quem estiver esperando tripas, dilacerações e mortes explícitas já vai se decepcionar, existem até algumas mortes mais violentas, porém a maioria é em ‘off-screen’.


A parte negativa do filme é o terceiro ato, que é muito corrido e meio que deixa a história toda sem uma conclusão decente. Um dos motivos para não gostar dele foi a grande quantidade personagens que ficaram vivos no final que não é ruim, mas, o fato do roteiro decidir eliminar eles de forma rápida e corrida, meio que deixou tudo sem o impacto e a emoção necessárias. Também achei a conclusão meio previsível, esperava algo diferente e que surpreendesse, mas, tudo terminou de forma trivial e sem muita ousadia.

Enfim, Howl é um bom filme para entreter, com certeza não é o melhor filme de lobisomem que já vi, mas ele funciona como um passatempo de qualidade. Recomendo.






Título Original: Howl


Direção: Paul Hayett


Elenco: Ed Speleers, Holly Weston, Shauna Macdonald, Elliot Cowan, Amit Shah, Sam Gittins, Rosie Day, Duncan Preston, Ania Marson, Calvin Dean, Brett Goldstein, Sean Partwee.

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