Crítica: Terror Nos Bastidores (2015, de Todd Strauss-Schulson)

Uau !!!!. Este filme é simplesmente genial. Com certeza um dos melhores ‘terrir’ de 2015. Além de homenagear os slasher dos anos 80 e 90 ainda brinca e tira sarro dos clichês, de uma forma tão engraçada e original que é impossível não curtir. Na trama acompanhamos ‘Max’, uma garota do ensino médio que está de luto pela perda de sua mãe, que, quando jovem, foi uma atriz de filmes de terror. Após um acidente no cinema a menina se vê, misteriosamente, dentro do filme mais famoso de sua mãe Camp Bloodbath. No filme, Max reencontra sua mãe, e junto com seus amigos precisa lutar contra um assassino, além de conseguir achar uma maneira de voltar a vida real.

Primeiramente para quem não sabe a expressão ‘Final Girls’ é utilizado para definir aquelas últimas garotas que sobrevivem em filmes de terror e que geralmente enfrentam e matam os vilões no final. Isso fica muito bem explicado no filme.Também é necessário informar que este filme não se leva em nenhum momento a sério, até porque um roteiro onde jovens misteriosamente entram em um filme não pode ser sério. É justamente neste sentido que a produção acerta. O melhor de tudo é que não existe explicação de como os jovens foram parar lá, criando todo um clima de suspense pois, se eles não sabem como entraram, então como farão para sair.

Algo interessante no roteiro é o fato de sererm utilizado os clichês dos filmes de terror para criar uma mitologia própria, como por exemplo, ‘Se fazer sexo, você morre’ ou ‘Somente a final girl pode matar o assassino’. Como eu já disse acima, o longa faz uma homenagem aos filmes de terror dos anos 80 e 90, mas, é incrível a semelhança com o Sexta Feira 13 de 1980 – principalmente no que se refere a história do assassino e sua caracterização, além do próprio acampamento – Até no nomes dos personagens há referências, como ‘Nancy’ e ‘Tina’ do A Hora do Pesadelo de 1984.

O elenco é composto por rostos bem conhecidos, temos Taissa Farmiga (American Horror History), que interpreta ‘Max’. Malin Akerman (Watchmen – O Filme) que interpreta a mãe de ‘Max’. Alexander Ludwing (Jogos Vorazes), Nina Dobrev (The Vampires Diaries) e Adam DeVine (A Escolha Perfeita). O mais interessante é que todos os personagens são legais, todos tem carisma e acaba que torcermos por suas vidas. Entretanto, não tem nenhum personagem que se destaca mais que a ‘Tina’ interpretada pela ótima Angela Trimbur (não conhecia essa atriz, mas depois desse filme virei fã) que é tão caricata e superficial que rende excelentes cenas de comédia, o destaque vai para cena de Strip-tease, que é muito engraçada.

Gostei também da relação das personagens de ‘Max’ com sua mãe, é triste e emocionante ver a personagem reencontrando a mãe e cena final das duas é de partir o coração. A química entre as atrizes é excelente, além das atuações, que são as melhores e bem acima da média. Outro destaque é a trilha sonora, que é bem nostálgica e mais uma vez temos uma referência direta do Sexta feira 13, com a música instrumental que marcou a franquia. A fotografia também é outro acerto da produção, que traz uma ambientação colorida e de cores bem vivas.

Outro acerto do roteiro foi mostrar a interação dos personagens do filme com os que entram nele é bem interessante, pois este são mais ágeis e espertos, enquanto aqueles são burros e superficiais por estarem limitados ao roteiro do filme em que estão atuando. Essas sequências de interação rendem várias cenas engraçadas, como uma em que o personagem ‘Chris’ tenta fazer com que o ‘Kurt’ pare de pensar em sexo. Entretanto, apesar de ter vários pontos positivos, o longa apresenta um ponto negativo, pelo menos na minha opinião, que é em relação as mortes, esperava bem mais, achei elas bem fracas e sem impactos, para mim faltou sangue ou algo mais trash.

Gostei do embate da ‘Final Girl’ com o assassino, mas acho que essa cena poderia ter sido executada de uma forma melhor. Em contrapartida a cena do ‘Slow Motion’ é bem executada e uma sacada inteligente do diretor. O final deixa um gancho para uma possível sequência, que espero que aconteça, pois ainda tem muita coisa para ser explicada.

Por fim, Terror Nos Bastidores (seria melhor se eles traduzisse o título original) é um filme inteligente, que utiliza personagens e cenas clichês ao seu favor, o que acaba sendo original, possui um roteiro doido, que não se leva a sério e personagens carismáticos, além de várias cenas e diálogos engraçados porém, acima de tudo ele presta uma homenagem aos slasher dos anos dourados, o que agradará os fãs do gênero. O filme está mais do que recomendado.

Título Original: The Final Girls

Direção: Todd Strauss-Schulson

Elenco: Taissa Farmiga, Malin Akerman, Alexander Ludwing, Nina Dobrev, Adam DeVine, Thomas Middleditch, Angela Trimbur, Cloe Bridges, Tory N. Thompson, Alia Shawkat, Reginald Robinson, Lauren Gros, Dan B. Norr.

TRAILER:


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